Médico fica doente?
Atleta quebra o pé?
Então porque tantas pessoas tem a ideia de que quem trabalha com cura precisa ser 100% curada, perfeita, iluminada?
Que curandeiras e mulheres medicina não podem passar por processos poderosos elas mesmas?
Sendo que são exatamente esses processos que fazem delas tão boas no que fazem.
É a capacidade da terapeuta de mergulhar profundo nela mesma e às vezes viver travessias desafiadoras que a qualifica para ajudar outras pessoas a se aprofundarem em si mesmas e fazerem suas travessias intensas.
É porque ela tem familiaridade com esses lugares mais sombrios nela mesma que ela é chamada para esse trabalho. O de acompanhar outras pessoas aos seus lugares difíceis se assim desejarem.
E quanto mais ela cresce como curandeira, mais interessantes são os desafios que ela enfrenta. Aprendendo mais e mais dentro dela à ajudar quem precisa.
Um dia ainda ei de ouvir: “amiga, que processo intenso você está passando! É isso que te faz ser tão boa no que você faz!”
Ninguém que trabalha com cura vive em uma núvem elevada acima dos meros mortais. Pelo contrário: somos nós que vamos lá no pântano buscar as soluções.
E sentimos. Choramos. Nos desesperamos. Nos perdemos. Duvidamos. Jogamos tudo pro alto.
E aí achamos a porta. A medicina que faltava na bolsinha.
E retornamos com novos caminhos para compartilhar!
Archive for April 2022
O caminho do curador.
Ser selvagem é ser simples.
Ser selvagem também é ser simples.
Uma mulher selvagem é uma mulher livre pra fazer suas escolhas.
Ela escolhe seus compromissos e os honra à partir da sua liberdade.
Ela escolhe seus relacionamentos e segue os acordos que ambos concordam à partir da sua liberdade de concordar e agir de acordo com seus combinados.
Porque ela deseja algumas coisas, pode até abrir mão de algumas outras. Ela é livre pra fazer suas estratégias de vida.
Mas ela jamais abre mão da sua liberdade em troca de seja lá o que for. Não por dinheiro. Não por ajuda. Não por poder. Não por magia. Não por luxo. Não por família. Não por prazer…
Simplesmente não é uma troca que ela considera.
E por isso, muitas vezes, parece que ela perde.
Ela abre mão até mesmo dos seus maiores sonhos – se vivê-los vier atrelado com condições que limitam sua liberdade.
Às vezes é com pesar que ela encerra processos que estavam muito maravilhosos. E diminui de tamanho.
Ela até precisa de um tempo de luto, de tão grande que são certas perdas.
Mas ela não perde a sua liberdade. E isso só é possível porque a mulher selvagem é simples.
Ela não precisa de muito – embora saiba o seu valor e merecimento e esteja aberta pra receber a abundância material sem culpa.
Mas ela se contenta com o que tem.
Nunca se esquece da alegria de morar 6 meses em uma barraca de camping na floresta.
É grata pelo seu dia a dia e por ser quem ela é.
Ela confia mais que tudo em si mesma.
É a sua simplicade que lhe possibilita sempre escolher ser menos mas ser livre.
Muita gente não entende. Às vezes nem ela entende também – mas tá tudo bem. Ela não precisa prestar contas de suas escolhas.
E ela segue caminhando e recaminhando sem nunca perder a esperança de um dia poder ter tudo E ao mesmo tempo SER LIVRE.
Aí sim.
Livre.
Ontem eu olhava pra praia pela janela do uber sem um pensamento passando pela cabeça.
Via tudo exatamente como é.
Sem um julgamento, sem nenhum impulso de controlar como as pessoas estavam se comportando, o que vestiam, o estado da praia, o governo, a vida…
No mesmo dia também fiz uma escolha de encerrar um processo simplesmente porque a forma de recebimento de uma medicina estava desalinhada com a minha liberdade.
Me desliguei com profundo respeito pelo que foi recebido, pela medicina ofertada, pelas pessoas que ali se encontram e pelo lindo trabalho que conduzem no mundo.
Não fui com julgamento e rancor. Fui sabendo que tudo é amor. E que a diversidade é parte integral da vida. A mesma medicina pode ser honrada de diversas formas sem deixar de ser exatamente o que aquela pessoa precisa.
E todos – sem excessão – merecem respeito por ser quem são.
Porque o respeito que emana de mim não tem nada a ver com o outro. Tem a ver comigo e com o respeito que dou a mim mesma.
Tudo isso é possível hoje porque depois de tanta caminhada, me sinto muito confiante em quem eu sou. E desse lugar é possível confiar em quem os outros são. E deixar que o mundo seja como ele é. E aceitar que a vida seja perfeita exatamente como ela está.
E assim sigo caminhando em paz.
Livre para fazer as minhas escolhas sem pressão ou condição externa.
Honrando quem escolhe outras formas de caminhar.
Day SPA Xamânico
Por mais que rituais e trabalhos em grupo sejam poderosos portais de cura e amplificação de intenções, é no trabalho que você faz sozinha, dia após o outro, onde nasce sua medicina própria.
A sua alma chega com medicinas que acumulou de outros tempos. Ela escolhe um sangue – uma linhagem – que carregue esses códigos para que juntos – corpo e alma – a sua medicina individual possa florescer.
E essa medicina muitas vezes se esconde nos seus desafios. Você a descobre porque precisa dela pra se curar do que não é você dentro de você.
Até você se render pra sua medicina, ela vai continuar atraíndo os mesmos padrões em ciclos repetitivos. Ela quer ser vista.
É possível que você sinta muita resistência à sua medicina. A resistência muitas vezes é uma guardiã de algo muito precioso dentro de você. Você precisa estar pronta para superá-la. Isso pode levar várias vidas até…
Os seus desafios requerem tanto trabalho interno focado que eventualmente se tornam onde você vai ensinar e ajudar os outros.
Isso é mergulho profundo em si. Arqueologia do Espírito. A vida vai sempre nos levar em direção à nossa medicina. É uma questão de ter as ferramentas para esse relembrar, reconhecimento do que sempre foi seu.
Por isso o Day SPA Xamânico é um processo individual. Um espaço seguro onde você pode fazer esse mergulho e esse encontro com o que está dentro sempre que quiser.
Um dia de mais espaço pro que é verdadeiro em você.
Um porto seguro muito mágico sustentado pela abundância da natureza selvagem, elemental, em um campo muito protegido.
Pra você descobrir a cura que te habita.
Jóia rara.
No dia de hoje algo se inicia. E por isso, algo também termina.
Hoje te convido à uma reflexão sobre a sua evolução – uma evolução espiritual que acontece através do corpo.
A abertura do dar e receber é muito mais do que material. É preciso abrir-se aos fluxos.
O mais importante dos fluxos é o que flui pelo seu corpo. Pelos seus canais de energia.
Quanto mais você cresce, quanto mais você expande e se aproxima de quem você realmente é – mais o seu corpo precisa ser capaz de sustentar os fluxos energéticos.
A mente tenta lidar com o excesso energético. Ela tenta dar vazão assim como a fumaça que sai da panela de pressão. Mas não importa a quantidade de pensamentos frenéticos que se tem – ela não dá conta sozinha.
É preciso curar o corpo. Desintoxicar. Cortar o pão de queijo e o bolo de cenoura. Diminuir a carne. Fazer jejum. Fazer exercício.
E encontrar a sua forma de liberar a tensão do corpo. As emoções que ficaram reprimidas. Aquilo tudo que você agarra. Segura. Não deixa ir. Isso tudo bloqueia seus canais e a energia fica estagnada.
Assim a expansão se torna dolorosa. Caótica. Amedrontadora até.
Você precisa se tornar a sua maior fonte de segurança pra poder sustentar a sua própria elevação. Isso significa você se sentir bem cuidada e nutrida pro si mesma. Você se dando o que você precisa desde um afago, um encorajamento, um limite, uma uva passa na sua granola, um abraço, um repouso, um momento de silêncio…
Tenha paciência. Vamos com calma. Foi na tentativa e erro que chegamos até aqui. E olha o quão longe chegamos!
Se entrega pro processo corporal e expanda seu fluxo dentro – que tudo mais se expande fora.
À partir desse ponto é só corpo.
Mais outra sobre perdão…
Eu sempre falo que perdão é pros mestres.
Tem um tipo de perdão que é ainda maior. É divino. Brota da alma.
O perdão é muito importante pra libertar a capacidade de receber da vida.
Sinto que fica mais possível perdoar quando a necessidade da pessoa em nossas vidas já foi suprida por nós mesmos.
Isso faz parte do processo de tornar-se pai e mãe de si mesma. Do processo de independência do ser.
Do transformar-se eu autêntico.
Perdoar é pra você. Pra destravar a alegria de viver e receber o que sempre foi seu.
O caminho do perdão é o caminho do sustentar a si mesma em todos os níveis e não mais precisar do outro.
Enquanto houver necessidade haverá falta. A falta dói. A dor gera ressentimento. Ressentimento nos impede de perdoar.
Se dar o que você precisa abre o portal do perdão mais difícil. E você se liberta.
Mais uma sobre o ego…
O ego dá muito trabalho. Gasta muita energia ficar defendendo uma ideia de eu o tempo todo.
Eu já dediquei muito muito de mim ao meu ego. E quando digo ego, é sem tom de julgamento. Ter ego é humano. Um ego saudável é um grande amigo confiante e capaz.
O ego é self serving. Ele é uma ideia de eu que serve a si mesmo. Bem importante em muitas fases da vida.
O problema é quando o ego começa a se apropriar daquilo que você construiu pra compartilhar com os outros. Quando o ego decide ficar com você só pra ele.
E se mete no caminho do seu serviço. Julgando o que você está criando. Impondo regras. Colocando limites. Exigindo perfeição. E não te permite fluir como um canal criativo divino.
É o ego que quer ser visto de uma maneira específica. Quer passar uma imagem.
Um canal limpo é aquele que permite o fluxo de recebimento – seja lá o que for que seja dado.
O ego tem muitos desejos desalinhados com a missão maior. E fica ali inventando moda enquanto uma inteligência maior está ali esperando pra te encaminhar pra sua real expressão no mundo.
Simplesmente por ser uma parte sua – o seu ego merece seu amor e respeito. E com delicadeza, vamos pedindo calma e passando com jeitinho pra uma vida menos presa no eu.
Observando e não colocando a atenção nele, a fera se acalma. E tudo bem ela estar ali. É com gratidão por todas as vezes que ele cuidou de você que você coloca ele em uma cama quentinha pra finalmente descansar um pouco.
E vamos sempre nos micro-movimentos de libertação dia após dia durante longos períodos de tempo – chegando.
Você pode.
A sua diferença será testada. Porque nela está sua versão mais autêntica, única, criativa e vibrante.
Faz parte do processo de amadurecimento da sua autenticidade você não gostar de ser diferente.
Você passar um tempo desejando ser normal. Até mesmo invejando a normalidade.
E por isso, você se distanciará de você mesma durante um tempo. Consumindo vozes. Opiniões alheias. Permitindo que te digam como fazer, como ser, como viver.
Acreditando quando eles gritam: Isso não existe! Isso não é possível!
Mas quando a dor de não ser você mesma for maior do que a dor de não ser normal, você vai começar a buscar a sua voz. Aquela soterrada há muito tempo.
Você vai lentamente fechar o seu campo para tanta opinião.
E vai acreditar que se você nasceu assim é porque você é a pessoa certa. Só você veio com o seu manual de instrução. Ninguém mais.
E a sua diferença se tornará a raíz do seu amor próprio.
E você finalmente compreenderá: tem muita coisa que todo mundo faz que você não pode fazer.
Mas tudo bem.
Porque também tem muita coisa que ninguém mais pode fazer…
… mas você pode.
♥️
2022.
Minha vida está voltando a ter cor.
Eu tô soltando as histórias que passei tanto tempo me contando.
Eu tô acreditando em mim mesma.
Eu tô me permitindo mais prazer, mais abundância, mais paz.
Tô me respeitando muito.
Tô disciplinando a minha mente.
Tô sentindo forte o chamando de começar a falar de novo.
Tô estável.
Tô enraizada.
Tô cuidando do que é meu.
Tô dando valor pra matéria.
Tô escolhendo de acordo com o que eu quero construir.
Tô de pé.
Tô forte.
Tô me dando o que eu preciso.
Tô muito consciente.
Sei quem eu sou.
Sei porque estou aqui.
Sei de onde vim e também sei pra onde vou.
Estou me purificando.
Estou perdoando.
Estou em paz.
Minha alegria está renascendo.
Minha fé está firme como sempre.
Meu coração está centrado.
Tô focada.
Cheguei.
Relaxar. Soltar.
Não é o problema em si mas sim a tensão que o problema gera no corpo.
Durante os satsangs do @mooji.official, ao invés de dizer “pense sobre isso” após alguma explicação, ele diz “relaxe sobre isso”.
É possível conscientemente fazer a escolha de relaxar durante um tsunami mental. De relaxar o corpo em relação a qualquer tema que esteja passando pela mente.
Passado, futuro, como a pessoa entendeu o que você disse, o pagamento da conta de gás, a eleição, o fim do mundo… só relaxe o corpo.
Aos poucos a mente vai silenciando porque sua função de resolver a tensão já não é mais necessária.
Relaxamento é uma prática espiritual necessária para a meditação.
É muito bom relaxar. Soltar. Esvaziar.