Quanta fome.
Quanta falta.
Quanto conceito alienígena direcionando ação coletiva dos que já se esqueceram ou sequer souberam o que é ser humano.
Quanta violência, tipo da que se assiste comendo batata Lays no domingo.
Quanta ânsia por poder. Seja lá qual for.
Quanto costume de se posicionar CONTRA.
Quanto desejo por guerra. Por briga. Por maldade.
Bóra dilacerar aquilo que nos é desconhecido.
Bóra obrigar que se curve diante do coletivo.
Que se arrependa diante da maioria.
Que aprenda uma lição pra nunca mais esquecer diante dos que estão certos com certeza.
Temos PRESSA.
É agora ou NUNCA.
Aqui não damos ouvido para esse tipo de frescura. Nem drama. Nem emoção. Nem sentimentos. Nem processo interno. Nem corpo. Nem vulnerabilidade.
É na marra.
Tiro. Porrada. E bomba.
As Preparadas.
Tá com a gente OU tá com eles.
Eles lá. O inimigo invisível. Que odiamos.
Mas também amamos. Porque amamos odiar.
Aqui não pode.
A gente não desculpa.
A gente não entende.
A gente não dá mais tempo pra se preparar.
A gente precisa. E vai arrancar. Engolir. Estraçalhar.
A gente tá deseperado. Separado e separando. Dolorido e causando dor. Irritado e irritando.
Despreocupado com qualquer cuidado necessário com o que é precioso. Novo. Jovem. Ainda sendo compreendido com cautela.
Ninguém nunca teve cuidado comigo. Então eu nunca vou ter cuidado com ninguém. Ponto.
A gente quer de graça. E a gente quer agora.
É a gente que manda. E se nos sentirmos ameaçados, nem analisamos se a ameaça é verdadeira – atacamos de imediato.
Não confiamos que exista bondade no mundo. Queremos mais luta. Sangue.
Exigimos parceria na nossa miséria.
Alegria nos olhos nos desperta a fúria da injustiça social.
Sucesso nos desperta a fúria da injustiça social.
Inteligência nos desperta a fúria da injustiça social.
Tentativas inovadoras nos deperta a fúria da injustiça social.
Tudo diferente do que nós acreditamos ser o certo é maluco. Louco. E precisa ser destruído agora.
Cuidado com o que você fala.
Cuidado com o que você pensa.
Cuidado com o que você sente.
Controle-se.
Reprima-se.
Para não nos incomodar.
Olha essa garota. Doente.
GORDA. A gente te odeia.
Arrogante.