Não existem valores mais importantes do que auto-cuidado, amor e respeito próprio. Tenho aprendido isso da maneira difícil, o extremo oposto. Caindo diversas vezes por relevar minhas necessidades mais básicas e verdadeiras.
Muito do que o ano passado me ensinou foi exatamente isso, como nosso auto cuidado é importante, saber nossos limites, respeitar onde estamos no nosso processo, sem tentar fingir estar em outro nível, nem tentar dar saltos em direções para as quais ainda não estamos preparados.
Mas, quanto maiores os erros que venho cometendo, mais clareza vou obtendo sobre o porquê deles e sobre responsabilidade e perdão. Amor incondicional à mim mesma.
O porquê é bem óbvio agora que eu o vejo, mas não estava claro pra mim antes disso. Eu estava mentindo pra mim mesma. Estava querendo fingir que o que eu sou, o que eu vivi, as experiências transformadoras pelas quais passei, a radicalidade que impus a mim mesma, não tivessem sido tão reais assim. Eu não estava conseguindo acreditar no que eu estava vivendo, estava levando tudo como uma grande brincadeira.
Uma parte adolescente que quer se manter adolescente. Que quer reproduzir a vida que viveu de festas, amigos, bebidas, drogas, nenhuma responsabilidade, só alegria… Ela ainda vive no meu inconsciente. E luta para não crescer, luta para não aceitar a minha transformação. Quer insistir que é possível ter os dois, crescimento espiritual e material e comportamento infantil e irresponsável.
Eu ainda não consegui parar para acessar a verdade do que estou vivendo. A verdade de que voltei frágil para estar na cidade grande. Olhar para a verdade de tudo que eu vivi, de tudo que me impus viver. A falta de carinho e de respeito ao que eu de fato queria e precisava e porque.
Mas só é possível respeitar a si mesma, quando se compreende o que precisa ser respeitado. Quando se percebe o que se está passando de verdade. E, à partir daí, também saber pedir ajuda.
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