A solidão e o renascimento.

Está escuro aqui. Tipo uma névoa, fumaça preta.

Daqui já não consigo mais ver aqueles que sempre caminharam ao meu lado.

Essa névoa tem magia. Ela me entorpece de sensações de solidão. Ela sussurra: eles se foram. Eles não acreditam mais em você. Você está sozinha.

Nessa núvem, é preciso encontrar a lanterna do coração. É preciso crer que a gente só não está conseguindo se ver agora. Mas ainda estamos juntos.

É apenas uma fase do jogo. Em que se joga totalmente sozinha. Tem que ser assim.

Ela tem muito a ensinar.

Nos ensina a sermos a companhia de que precisamos em momentos sombrios.

Ela nos obriga a reconhecer o nosso merecimento. Fomos bons amigos? Fomos leais? Estarão eles ainda lá na saída do túnel? Sabemos mesmo quem é quem?

É preciso conferir se ainda estamos alinhados com aquilo que nos uniu. Com os sonhos que sonhamos quando éramos apenas visionários.

Ela nos faz recordar dos amigos de verdade, caminhando em suas próprias névoas nesse momento.

Ela exige foco. Calma. Paciência. Fé.

Micromovimentos de libertação. Pontuais. Estratégicos. Quase imperceptíveis.

Ela pede fechamento de campo pro que não é de absoluta importância.

Filtro.

NÃO.

Ela pede valorização da matéria em moeda de vitalidade corporal.

Demanda cuidado com o que se tem. Manutenção daquilo que está saudável. Tranformação em disciplina aquilo que adoeceu.

Sileciosamente enviamos uma prece por aqueles que enfrentam as próprias névoas no momento: você não está sozinho.

Estamos apenas em iniciação. Nosso tempo de visionários acabou. Agora chegou a hora dos guerreiros.

Boa sorte a todos.
Os que saírem dela, saberão.

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