No processo de cura interna, podemos cometer uma série de erros. O território interno pode ser bastante selvagem e navegar sem mapas nos leva inevitavelmente a alguns pontos cegos. Às vezes podemos achar que estamos prontos para lidar com qualquer coisa. Já vimos de tudo mesmo! Nosso externo está refletindo cura, estamos criando a vida que sempre quisemos viver (ou pelo menos achamos isso). Nos sentimos empoderados então para ir um pouquinho mais fundo.
Cuidado. Em time que está ganhando, damos valor ao que temos e seguimos tomando os passos que estão dando bons frutos certo? Às vezes querer ir mais fundo pode ser uma forma de auto sabotagem. Uma forma de mudar o fluxo e voltar para os padrões antigos.
Veja, 2018 era pra ter sido o meu ano. O ano de vitória, realização, descoberta. Se ao menos eu tivesse ido um pouco menos fundo. Eu achei que estava pronta pra tudo! Achei que podiam me jogar qualquer coisa que eu curava. Achei que estava pronta para dar enormes saltos internos. Pegar atalhos?
Indo contra todos os sinais que me diziam que era hora de ir embora da Montanha, seguir meu fluxo, voltar pra estrada e seguir no caminho que estava dando ótimos frutos, eu resolvi tomar as rédeas da minha vida (o que achei uma decisão sensata no momento) e seguir o coração ao invés dos sinais! Eu queria ficar. Queria uma casinha. Queria passar um inverno na neve.
Até aí, teria dado certo se eu tivesse ficado na superfície. Mas, somado a baixa vibração mística do local onde eu morava, neve, frio, solidão (por mim aumentada), uma paixão perdida, fogo e trabalho no bar resolvi começar a meditar intensamente. Fui nas profundezas, parei de me mover e viver na matéria e fui lá dentro, tão profundo, no pior que tinha em mim.
Mas o ego ainda era muito forte para sustentar aquela difícil realidade. Ver apenas não era suficiente porque eu não conseguia perdoar, deixar ir. E muito do que eu via no meu inconsciente não era a realidade material da vida que eu vivi, era uma coletânea de erros e desrespeitos por mim mesma coletados ao longo dos anos e por mim interpretados de maneira brusca e forte demais.
No final, caí. E precisei voltar ao passado. Volta pra casa. Para rever tudo. Para aceitar que eu estava errada sobre um monte de coisas. Para aí sim finalmente reconhecer o que era importante pra mim. E retomar aos poucos a confiança em mim mesma.
Não antes de destruir relações, queimar pontes, jogar fora o que tinha construído. E voltar de mãos abanando sem nada pra mostrar. E cair novamente no processo de recuperação da minha auto confiança e auto estima. Rever as raízes para voltar pra matéria. E aguardar o momento em que estarei novamente conectada com meu sistema de GPS interno. Fazer as pazes com os sinais e os estímulos internos. Saber pra onde ir.
Tudo é perfeito. Não existem erros, apenas lições a serem aprendidas. Às vezes elas são difíceis mas ao lidar com este “fracasso” de maneira totalmente diferente do que já lidei com qualquer fracasso anterior, vejo que isso é uma grande oportunidade de aprendizado. Uma maneira de cura da minha relação comigo mesma e de rever meus sonhos e o que eu quero da minha vida.
Eu falava tanto em criação de realidade e sinto estar levando isso para um nível totalmente novo! Pois para criar a realidade devemos saber o que queremos criar!
Perdas e acertos. Perdas e acertos. É a vida.
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