O leão você tem de se tornar por si mesmo, lembre-se. Se não decidir se tornar um leão, você nunca se tornará um. Esse risco tem de ser tomado pelo indivíduo. Trata-se de um jogo de azar. E é muito perigoso também, pois ao virar um leão, você passa a incomodar todos os camelos à sua volta, e os camelos são animais pacíficos; eles estão sempre dispostos a fazer concessões. Eles não querem ser perturbados, não querem nada novo acontecendo neste mundo, pois tudo o que é novo perturba. Eles são contra os revolucionários e os rebeldes; perceba, nada de coisas grandiosas – nada de Sócrates e de Cristo; eles causam grandes revoluções – os camelos têm receio de coisas tão pequenas que você ficará surpreso.
Eu ouvi…
Em dezembro de 1842, Adam Thompson, de Cincinnati, encheu a primeira banheira dos Estados Unidos. A notícia a respeito da banheira do sr. Thompson logo se espalhou. Os jornais diziam que a novidade iria acabar com a simplicidade democrática da república. Veja só, uma banheira iria arruinar a integridade da república democrática. Os médicos previam reumatismos, inflamações nos pulmões, etc., etc. Os mais sábios concordavam que banhos na época do inverno enfraqueceriam a população sadia. A Filadélfia, o berço da liberdade, tentou proibir os banhos de banheira de 1º de novembro até 1º de março; em Boston, o banho de banheira passou a ser permitido apenas com prescrição médica; em Hartford, Providence, Wilmington e em outras cidades, tentou-se reprimir o hábito de tomar banho de banheira impondo-se pesadas taxas de água. No estado da Virgínia, o hábito de tomar banho de banheira levou um golpe com a decretação de uma taxa de trinta dólares para cada banheira trazida para o estado. Por volta de 1922, contudo, 889 mil banheiras eram produzidas anualmente.
Os camelos são simplesmente contra tudo o que é novo, não importa o quê. Pode ser apenas uma banheira, mas eles racionalizarão o seu antagonismo.
Osho, em “Liberdade – A Coragem de Ser Você Mesmo”
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