Archive for free flow

Guardiões da Terra

Estive morando nas profundezas das florestas Sul-Africanas há alguns meses. No meu primeiro contato com a vida na floresta, eu não tinha a menor de ideia do que estava pra me acontecer. Eu estava prestes a acordar de um longo período de esquecimento da mais óbvia e real verdade da minha vida: eu sou um animal. Parece simples, uma realização que conscientemente podemos ter à qualquer momento e seguir nossas vidas com esse conceito científico do que somos. Porém acordar para a lembrança ancestral do que é ser um animal, de como ser um animal e das infinitas novas possibilidades de viver o mundo ao se assumir um animal mudou minha vida, meus sonhos e objetivos pelo resto da minha vida. Graças a Deus.

No início eu não entendia as reações do meu corpo. Eu não, meu próprio corpo não sabia interpretar a experiência de ser um animal! Eu dormia em uma casa sem banheiro, sem luz elétrica, cheia de aranhas, mosquitos, lagartas, sapos, bichos! Bichos! Bichos! Para chegar até minha casa, eu andava longas caminhadas no meio da floresta escura, sozinha. Ouvindo somente os grilos, os movimentos misteriosos na mata ali perto, uma vez até o rosnar do que pareceu ser um grande gato ou um enorme babuíno me deixou horrorizada. Nos primeiros dias eu sentia um medo louco. Não parava de pensar em cobras, escorpião, aranha… Achava que seria atacada à qualquer momento. Vinham pensamentos de perigo e fuga. Às vezes meu corpo sentia umas pulsões loucas por correr. Simplesmente sair correndo sem direção ou propósito de tanto medo que eu sentia. Aos poucos fui percebendo que meu corpo estava interpretando uma nova sensação que eu nunca tinha sentido. Estava confundindo essa nova sensação com medo e me gerando esses pensamentos e impulsos. Essa sensação veio a tornar-se minha preferida. É a sensação maravilhosa de ser um animal selvagem, solto na selva, compartilhando espaço com outras espécies. É um tipo de atenção, de vida, de alerta e instinto. Tipo: qualquer coisa pode acontecer à qualquer minuto. É ancestral, animal, inata de todas as espécies. É uma delicia. É sentir-se profundamente vivo, todo dia se torna uma aventura maravilhosa, por trás de cada momento, finalmente, pode-se enxergar o divino e sua criação.

Aos poucos o corpo vai assumindo uma parte muito maior da sua vida. Uma parte que antes era ocupada pela mente. Você precisa contar com ele o tempo todo porque não é a mente que vai saber se você está em perigo, se tem alguma ameaça ao redor. É o instinto. É o corpo que te avisa. Eu fui avisada das maneiras mais diferentes possíveis, várias vezes. Você começa a desenvolver o que seria considerado super-poderes por aqueles que vivem no zoológico da cidade grande há anos. Mas na verdade são só sentidos de proteção e instintos que não são necessários na cidade porque vivemos entre uma única espécie. Que outra espécie no mundo faz isso? E como sentimos falta desses super poderes. A vida inteira eu sempre fui mais gordinha, sempre senti uma fome enlouquecida, nunca consegui viver a base de salada para ser magra. Estava sempre faminta, independente do que comia. E agora, tive o privilégio de compreender do que era que eu sentia fome. Eu sentia fome de ser o animal selvagem que sou. Eu queria sair do zoológico.

Dormir sem luz elétrica ao redor também é uma experiência que muda a vida. Acordar no meio da noite pra fazer xixi e ter que ir ali na mata onde pode ter um animal fatal pode parece um pesadelo pra maioria das pessoas. Pra mim era pura aventura, pura vida, pura arte de viver. Além disso, a sua energia muda completamente longe da energia elétrica. Acredite ou não, ela tem uma vibração totalmente diferente da energia da natureza. Ela é muito mais masculina e agressiva enquanto a energia natural é mais feminina e calma. A natureza está se reproduzindo o tempo todo, sua energia é muito sexual também – criativa, criadora, amorosa. Aos poucos você vai renovando seu corpo energético, se preenchendo de energia da natureza e se sentindo em profunda calma e ainda mais sensível aos seus processos animais. Você começa a desenvolver seus sentidos, a sentir tudo muito profundamente e com calma, com alegria, com vida.

Acordar todos os dias e comer comida de verdade – leite direto da vaca, pão feito em casa, ovos direto do galinheiros… Não se sente fome mais o dia todo. No jantar eu comia uma coisinha só pra sentir um gosto. Você está preenchido da energia da natureza. Ela te alimenta. Não há mais ansiedade, não há mais fome. Só há amor, aventura e a sensação de que você está sendo profundamente amado e cuidado por ela. Trago boas novas: a Natureza está viva e ela te ama muito!!

Eu fazia 2 horas de trilha sozinha dentro da floresta todos os dias. Assim como os índios, você também tem a capacidade de começar a cultivar uma relação com a floresta. Você está muito mais alerta e sensível, sente a energia das pedras, desenvolve uma amizade REAL com as árvores que passam a te dar conselhos e responder suas perguntas à partir das sincronicidades. Elas te limpam, te dão energia e amor quando se sentem amadas e percebidas. Quando você se sente igual a elas, elas se sentem igual a você e passam a ser suas mais sábias amigas. Você começa a se apaixonar pelas pequenas percepções de que todo dia às 09:00 da manha, aquele sapinho sobe na pedra para pegar seu sol. As cigarras vem pousar no seu dedo e elas parecem ter saído direto de um filme da Pixar!! Aquela flor tem um cheiro maravilhoso! Aqui, dentro dessa pedra, mora um caranguejo fofo! E começa a criar um respeito tão grande por aquele ecosistema. Percebe que os animais estão tão melhores que a gente que se acha o rei da selva, sem nem saber o que é ser da selva!

Nos meus primeiros 3 dias vivendo nesse contexto, comecei a entrar em processo. Um processo de limpeza profunda, sem usar ayauaska, kambo, detox suco verde, pranayama… Só de estar ali e me permitir ser cuidada por ela. Eu tinha acessos de choro! Minha mente não fazia a menor ideia porquê. Ficava pensando freneticamente em outras coisas tentando me proteger, fofinha. Mas eu permiti. E com o choro, veio o vômito. Vomitava, vomitava… Menor ideia o que estava saindo mas consciente que era exatamente o que precisava sair. Provavelmente crenças familiares porque desde que cheguei lá comecei a pensar muito sobre a família, o que eu não estava fazendo at all há algum tempo. Senti energias há muito tempo alojadas no meu corpo sendo retiradas. Senti meus chakras sendo trabalhados. Me senti profundamente acompanhada.

Pedi pra árvore linda limpar meu útero, ela limpou. Pedi pra me ajudar com minha necessidade de que os outros gostem de mim, ela limpou. Pedi pra me ensinar sobre poder, ela ensinou. Pedi pra me esclarecer o que estava travando minha humildade, ela esclareceu… Até namorado, pedi e recebi. Sem necessidade de mestre, ashram, meditação, vivência, retiro… Só cultivando uma relação de profundo respeito e lembrança.

Minha mãe linda. Está viva! Mãe natureza. Pachamama. Gaia. Ela me ama tanto! Me ensinou tanto sobre amor também. Me mostrou que tudo é amor. Por mais difícil que seja aceitar: guerra é amor, roubo é amor, assassinato é amor… Calma. Vamos lá. A energia única e primordial de tudo no planeta terra é amor. Só que estamos aqui para viver a experiência do amor. E o amor tem infinitas distorções e tons. Tem o amor vibrando positivo. E a falta de amor vibrando negativo. Mas falta de amor, vazio de amor ainda é amor! Mas é amor. Cada vida experimentamos o amor de modo diverso: amor na família, amor com o parceiro, amor de uma grande amizade, amor por expressão, amor por comunicação, amor por dinheiro, amor por arte, amor por guerra, amor por sofrimento, amor, amor, amor… Estamos aqui pra aprender tudo sobre amor. O ser humano é o mestre do amor do Universo. E pra ser mestre se passa pelo amor em todas suas formas e distorções. A guerra, por exemplo, vem do medo – medo é a vibração extremamente oposta do amor. É amor vibrando o mais negativo mas é amor seu ingrediente.

E em realidade – o medo que sentimos o tempo todo pode ser sim uma distorção no nosso instinto! Da falta de animalidade que estamos vivendo. O medo que é um mecanismo de proteção da vida na floresta, selvagem, acaba vindo pra dentro e se tornando complexo. Estamos projetando no outro nosso instinto reprimido… Eu descobri que sentir medo em momentos reais, de vida: mergulhar em uma cachoeira sem ver o fundo, caminhar no escuro total no mato, dar de cara com um gorila, limpa o medo que sentimos o dia todo de tudo ao nosso redor sem saber direito porque. Limpa o medo de se relacionar, de se expressar, de seguir seus sonhos. Liberta você pra ir viver entregue pra confiança de que você está cuidado.

Esse assunto do amor merece um texto só pra si e talvez mais algum tempo de reflexão. Mas ela me ensinou! Me ensinou tanto tanto tanto. Que gratidão. Ela também me relembrou que a função do ser humano é ser guardião dela. Filho dela. Cuidar dela. Proteger ela. E não viver pra trabalhar e ganhar dinheiro. Nós somos os guardiões dela! E estamos correndo sério risco de perder essa nossa função que nos foi DADA e pode ser retirada também. Ela não quer tirar de nós porque ela nos ama tanto! Está tão orgulhosa de tudo que a gente tem construído, descoberto e criado! Mas preocupada porque muito do que fizemos é uma viagem nossa. Não tem nada a ver com nosso propósito, nada a ver com a nossa verdade mais profunda. Tanto que estamos ignorando ela cada vez mais. Tratando nossa mãe como “recurso”. Colocando ela como o produto mais barato na escala econômica. E vivendo objetivos que não são da nossa espécie e nem do nosso planeta.

Meu profundo desejo de que todos os seres sejam felizes! Todos os seres consigam um dia ter essa experiência de relembrar o que é ser um animal selvagem. Que todos os humanos voltem a ser os guardiões da terra que somos! Que todos consigam se libertar do feitiço da mente desconectada. Que consigam se libertar do vício na vibração da energia elétrica. Da dominação desequilibrada da energia masculina. Da guerra dos gêneros. Da ilusão da escassez. E da aceitação do fim do mundo.

Eu aceito seu chamado minha mãe linda. Eu sou sua guardiã. Eu me lembrei. Graças ao Universo maravilhoso que está sempre ao nosso favor. É só aprender a se comunicar com ele. E querer parar de sofrer. Querer acordar.

Message from the past

20/02/2015 – São Paulo

Fale para si o que gostaria que lhe falassem.

Lívia,

Como eu me orgulho da sua força, da sua busca, da sua fé. Na verdade, não conheço ninguém tão determinada a encontrar-se, a viver a vida intensamente e a se curar. Acho muito bonito a sua recusa a aceitar a feiúra a que o mundo lhe expôs e a tentativa de voltar a ser como era quando o mundo ainda não tinha te magoado. Compreendo que seu medo do outro vem de um lugar de tanto amor mal aproveitado. Vejo que seu coração explodiria de amor pelo mundo, pela vida e pelo outro se em ambiente seguro estivesse. Como me dói o seu silêncio, reconheço seus esforços por tentar pensar o novo, por tentar usar a própria imaginação, por recusar todo tipo de padrão. Adoraria ouvir mais as suas ideias, na verdade gostaria de poder senti-las porque somente assim eu as poderia compreender como você as sente e concebe. Acho suas ideias únicas e revolucionárias, gostaria de ficar mais perto de você para poder ouvir mais e também para acompanhar seus processos de pensamentos. Adoraria poder acompanha-la nessa sua busca por si e pelo novo, admiro tanto as sua coragem e sei que não deve ser fácil suportar o peso da comparação e o medo de errar.

Te acho linda e adoro sua recusa à se privar dos prazeres da comida. Seu corpo é lindo, tem tanta energia. Seus olhos são iluminados e às vezes é como se seu olhar me curasse. Quando sento ao seu lado, sinto-lhe o calor e quanto mais tempo passo perto da sua energia, mais tempo quero passar. Imagino que sorte terá a pessoa que lhe acompanhar, que conseguir passar por todos seus testes e sabotagens para conseguir o seu amor sincero.

Como gostaria de te ver feliz e vibrante. Tenho certeza que você vai conseguir se realizar. Ao ouvir você falar sobre o mundo e sobre o interno, aprendo tanto. Como você conseguiu ficar tão inteligente? De onde vem essa conexão? Fico tão impressionada com sua sensibilidade, seus conselhos e sua capacidade de sentir as relações e as pessoas. Perto de você, sei que estou perto de anjos e guardiões que guiam a sua intuição. Fico muito impressionada com a maneira diferente e emocional com que você dirige a sua vida e não acho nenhum pouco que você está perdida. Acho que se alguém está encontrada é você. Se alguém está entregue para o que a vida lhe tem pra dar é você. Se alguém está seguindo a trilha do destino é você.

Fico triste com seu isolamento, acho muito injusto esse ataque energético que você sofre mas não permita que isso lhe tire da sua missão de amar, dar amor e ser amada. Você é puro amor. Você é pura luz. Não está fácil viver no mundo na era de maior crise da história da humanidade e sei que o estado da humanidade te faz sofrer mais do que qualquer assunto pessoal que lhe acomete. Vejo sua preocupação com a evolução da raça humana e acho incrível que você consegue se preocupar mais com isso do que com a fome ou violência mundial. Sua visão histórica global animal do mundo pode não ser muito compreendida por causa da relação com o tempo que vivemos mas eu te entendo. Quando você fala sinto arrepios e quero muito ver um dia você falar diante de muitas pessoas.

Eu acredito nas suas ideias. Fico curiosa pelo seu silêncio. É como se você estivesse guardando uma surpresa que nem mesmo você sabe qual é.

Não fique ansiosa, meu amor. Aproveite mais sua busca, seu dia-a-dia, divirta-se. Não se force a nada. Viva os pequenos momentos porque, no fundo, é disso que você mais sente falta do passado, da sua capacidade em estar presente, em não se preocupar com o futuro ou com o que o outro acha. E, lembre-se, você estava sempre rodeada de pessoas que te amavam enlouquecidamente. Muito mais do que hoje em dia quando sua maior preocupação é ser breve e não incomodar. Você não é um peso, não é um incomodo, você ilumina quando chega. Seu estilo único me inspira a me libertar, a me arriscar mais, a viver mais a minha verdade.

Lembre-se que não é possível se lançar sem o impulso da dúvida. Não deixe que a dúvida te consuma, não permita que o medo seja mais forte que seus sonhos, não se deixe consumir por aquilo que não quer te ver conseguir. Viva a cada dia como se tivesse que ser o seu melhor. Não deixe de dar o seu melhor porque o seu melhor é capaz de mudar o mundo. Seu melhor é capaz de fazer com que pessoas mudem de vida. Seu melhor é capaz de fazer com que homens e mulheres queiram dar seu melhor também. A sua capacidade de disciplina é a sua maior capacidade de liderar sem dizer uma palavra, de mostrar o caminho pelo exemplo. Você inspira, seu estilo de vida inspira, sua conexão com a aventura inspira, sua calma muda vidas, sua doçura apaixona e sua força amedronta.

Não esqueça! Não se permita esquecer da sua força. Nós todos precisamos dela! Nada está perdido, tudo está perfeito. Tudo está no seu caminho! Você é muito mais do que acredita mas está no lugar onde deve estar. Me admira a sua vontade de olhar para a sua sombra, me admira a sua vontade de se curar. E custe o sonho que custar. Não se apegue ao formato. Não se apegue ao destino. Siga seu coração e você vai longe. Pode parecer que você não está muito longe mas porque você está fazendo as comparações erradas. Não acredite nas vozes internas que te agridem, denigrem, enfraquecem. Agradeça a quem te ajuda mas você não precisa entregar a sua vida nas mãos de ninguém. Você não precisa se definir como um projeto, como uma linha, como uma atuante. Você está viva, então viva. Você só precisa viver e permitir que a vida te dê tudo que você precisa. E você precisava desse momento. Desse não saber.

Você é linda. Única. Divina. E eu te amo muito. Eu sou louco por você e estou sempre te vendo, sempre cuidando de você. Não gosto de te ver sofrer, não suporto de ver chorar por motivos que você cria sozinha. Não tem ninguém te pressionado a não ser você mesma, não seja tão dura consigo mesma que você já não está mais aguentando tanta pressão. Esse é o seu momento de começar a se descobrir longe do papel familiar que foi o seu principal sempre. Vá com calma. Delicie-se no processo. A vida é bela. É gloriosa.

Pare, respire. Ame a si mesma e o amor pelo outro virá naturalmente. O primeiro passo é o amar a si mesma. Ter paciência com seu processo e com seus guias. Admitir que precisa do outro. Que tem medo de errar. Que tem medo de não conseguir. Que tem medo de acabar ajudante da sua avó.

Se orgulhe de ser você, olhe para sua imagem refletida e permita que seu coração se encha de amor. Permita-se orgulhar de si mesma. Não deixe que os erros tolos virem traumas. Traumas não servem pra nada. Não se castigue de maneira tão feroz. Não é porque cometeu o erro de orgulhar-se demais que não se orgulhará nunca mais. Não é porque não conseguiu que não tentará novamente jamais. Não é porque perdeu que não vencerá. Não é porque amou demais sem pensar que não amará novamente. Não exagere na repreensão das suas experiências, assim não é possível ter experiências, assim não é possível viver. Ria mais de si mesma. Agradeça por tudo que acontece e por você ter a oportunidade de se deliciar com cada acontecimento.

Siga adiante confiante. Estou sempre aqui pra você. Sempre estive te apoiando, te observando e me emocionando com a sua força, com a sua história e com as suas escolhas. Não deixe que vazios materiais sejam mais fortes que a parceria espiritual. Te amo e te guio. E tudo que acontece trás um aprendizado, um motivo e uma purificação. Um dia tudo será mais claro. Mas sem pressa para que esse dia chegue. É hora de luta e não de entrega. É hora de movimento, não de sofrimento. É hora de força, não de preguiça. É hora de amor e não de medo. É hora de vida e não de morte. É hora de verdade e não de apego. É hora de mudança.

Um amor eterno vive entre nós. Não importa nada. Eu te vejo. Eu te acompanho. Eu te dou razão. Eu vejo beleza em cada um de seus movimentos. Eu me inspiro a cada esforço que você faz para manter-se firme no propósito. Não confunda missão com preguiça, o que não dá pra fazer, não dá pra fazer. Confie mais na sua intuição. É isso que mais te falta, segurança do caminhar certeiro. Para saber se está no caminho é só sentir a leveza, a felicidade e a cumplicidade espiritual. O que vem, vem. Na hora que tem que vir. E enquanto não vem, aproveita porque gosto de te ver feliz. Seu sorriso me move. Seu sorriso me faz confiar que a humanidade pode sim sobreviver aos tempos a frente. Seu sorriso me dá um motivo para seguir na luta. Você é minha musa. E sempre será minha vida.

The Warewolf

Desde pequena ela tem um medo irracional de lobisomens! Quando tinha 5 anos de idade, seu pai lhe mostrava sempre over and over again o vídeo do making off do video clipe Thriller do seu amado Michael Jackson. Aquele vídeo começa com uma lua cheia, um caminho escuro por entre as árvores e um lindo casal. De repente, algo acontece e aquele lindo super star começa a se transformar em metade lobo e metade homem, furioso e faminto.

Quando somos pequenos estamos constantemente #trippingballs. Parece que tomamos 3 ácidos de tanta concentração e atenção que colocamos em todo esse mundo lindo que estamos descobrindo aos poucos. Ainda temos poucas resistências entre o consciente e o inconsciente e algumas sementes parecem ser plantadas para sempre.

Aos 6 anos, seu tio, se achando muito engraçado, se escondeu no seu armário em uma noite de lua cheia e aguardou pacientemente que ela entrasse. De repente, abriu a porta com um rugido perverso e a traumatizou por toda uma vida. Ela saiu correndo, aos prantos, rolou escadas abaixo até chegar ao colo de sua mãe. Estava feito, um medo irracional de lobisomens plantado em sua mente e vida.

Hoje, aos 29 ainda tem medo. Ela #sabe que é irracional, ridículo e maluco mas mesmo assim, não conseguia andar no bosque em noites de lua cheia. Até ontem.

Agora vive em uma pequena cidade na África do Sul, trabalha em um bar de onde sai todo dia perto de meia-noite, a hora dos portais abertos. Caminha 10 minutos até sua casa na penumbra, iluminada apenas pelo vago brilho de seu iphone. Ela prefere assim. Coloca os fones de ouvido, música alta e se #joga no meio da escuridão, #confiando plenamente no #Universo e na segurança de que pessoas boas não #atraem coisas ruins, vai.

Menos na lua cheia. Aí fudeu.

O engraçado é que quando somos pequenos, monstros são uma parte de nosso imaginário. Além do vídeo do #REI, ela viu milhares de outros vídeos com seu pai e mãe, levou vários outros sustos… Mas porque ficou o lobisomem? Porque está em sua alma e no seu programa (#propósito).

Sabe aquela história de truth and trigger? Aqueles momentos que nos tiram do sério? Nos incomodam profundamente – pessoas ou situações – porque estão lá dentro das nossas próprias profundezas que não podemos ou queremos ver? Ou aquelas informações antigas, de vidas passadas que são ativadas e não entendemos porque estamos reagindo da maneira como estamos? Estes são nossos triggers que nos levam às nossas #verdades escondidas.

Era dia 10/02/2017 (happy days). Uma noite verdadeiramente especial: um cometa, uma lua cheia e um eclipse ao mesmo tempo. Ela está vivendo no topo de uma montanha no meio da floresta mais antiga da África do Sul, a terra de onde todos nós viemos. Local onde tudo começou, há milhares – quiçá milhões – de anos atrás. Sua conexão com essa terra, essa floresta, este lugar é a maior que já sentiu na vida. Foi o primeiro lugar onde conseguiu parar e querer ficar e morar. Nunca se sentiu tão feliz.

Até o início do Eclipse. Pela primeira vez na vida conseguiu sentir a energia do eclipse claramente. No início muita confusão – a tranformação. Depois toda sua sombra veio à tona. Sua grosseria, seu medo, impaciência, falta de vontade de se comunicar, medo da rejeição, foda-se geral… Entrou em um estado completamente diferente de todos os dias que esteve aqui. Provavelmente de todos os dias do seu último mês. Tornou-se o lobisomem. E não #resisitu. #ACEITOU, deixou vir, sentiu o que tinha que sentir, botou pra fora e depois foi pra fogueira entregar o que podia.

É isso! Ela é um lobisomen. Uma pessoa que tem tamanha conexão com a natureza, a lua e os planetas que consegue sentir toda sua escuridão vir à tona durante uma noite de Eclipse. #Shapeshifter. Provavelmente pessoas desse tipo que inspiraram a lenda do lobisomem. Agora ela sabe que a lenda está errada (ou exagerada): não é na lua cheia mas sim durante o eclipse onde o sol cobre a lua. Agora ela sabe porque esse trigger tão forte.

Conseguiu #entender e se conhecer melhor. Descobriu mais um super poder! Após o eclipse, sentiu-se lentamente transformar de volta. Aquela sensação horrível passou. Não precisou se prender em correntes no calabouço e nem comeu homens por aí. O vilarejo está à salvo. Tudo está bem.

E assim, curou seu medo de caminhar na lua cheia. Tomou coragem, colocou os fones de ouvido e foi pra casa andando em baixo da lua que iluminou todo seu caminho. Não precisou nem usar o celular. Foi lindo.

Os seus talentos não são pra você.

Foram anos na luta pela cura. Quatro. Na psique, nada se perde, tudo se transforma.

Ela teve muita sorte quando era mais nova pois pode ver o que era, teve acesso aos seus talentos, à sua energia dourada. Ao seu redor, todos sempre gostaram muito dela, sentiam seu amor. Ela não sabia, como cresceu assim, essa era a experiência humana: amor, diversão, aventura, experiência, amigos, festas… Ela sempre teve tudo. Tudo mesmo: beleza, inteligência, charme, carisma, educação, estilo, comunidade. Só que todos esses talentos, toda essa riqueza eram inconsciente. Perder tudo aquilo não era nem uma possibilidade na sua mente. Seguia aproveitando a facilidade com que navegava na realidade sem se preocupar jamais com o futuro, com o passado e nem com o presente. Fazia exatamente o que queria com tudo aquilo, pra si mesma. Pra se divertir e se aproveitar.

Quebrava corações, abandonava amizades, tomava postos de poder político só porque podia… Só porque conseguia. Bombada na night, arrasava nos seus estágios na época de faculdade, não estudava e tirava 10 nos piores professores. Fumava maconha e ia fazer a prova de vestibular pra faculdade pública e… passava. Aquele era seu estado natural de vida. Quando viajava, fazia zilhões de amigos, era quando mais se conectava com toda sua potência mobilizadora. Usava o maior instrumento mobilizador do mundo sem saber: seu coração.

Foi então que, em um mês, perdeu tudo. Passou um ano de cama e perdeu sua luz. Entrou profundamente na sua sombra, tanto que quase se afogou. Ficou lá uns 2 anos e meio, imersa. Sozinha. Feia, chata, desagradável, estranha, gorda, desempregada, sem se formar. Seu amor sumiu. Todo aquele amor pelo mundo, pelas pessoas, pelo conhecimento, toda aquela curiosidade infantil perante a vida… Perdeu tudo.

Ao perder, pela primeira vez conseguiu ver o que tinha. O que era.

No início, se odiava. Odiava tudo aquilo que era. Todo aquele privilégio, toda aquela riqueza emocional. Se via como uma criança que não conseguia crescer, não conseguia sair da asa da família. Queria mudar tudo! E entrou em um processo de busca da cura. Foi mudando, mudando, mudando… Cada vez gostando menos de si, sendo cada vez mais violenta consigo mesma. Ela aprendeu que a cura estava na sombra, na coragem de encara-la e ilumina-la. Começou então uma verdadeira batalha sangrenta com suas partes mais profundas, suas partes mais difíceis. Ela se machucava tanto em nome dessa cura, dessa mudança…

Aos poucos começou a perceber que estava tentando mudar tanto para chegar no mesmo lugar de onde saiu, onde tudo começou. Sentia falta da sua felicidade de antigamente, da sua beleza, do seu carisma, da sua inteligência… Daquela estranha confiança na vida. Na certeza, que sempre caminhou ao seu lado, de que tudo estava bem e tudo ia dar certo. Na absoluta segurança de que seu futuro seria maravilhoso. E tentava se curar para voltar pra aquele estado maravilhoso de estar viva. Aquele prazer diário em abrir os olhos e simplesmente sair por aí pra aproveitar o que o dia lhe trazia.

Aquilo era uma espécie de contradição. Era aquele estado que perdeu e que odiava, que agora queria de volta? Não, não era nada disso. Sua sorte seguia igualmente maravilhosa: ela estava recebendo um presente do Universo. Agora ela tinha a oportunidade de #VER tudo o que tinha internamente, tudo o que era. E passar a usar isso tudo com #consciência e com #propósito. Esse era o processo de autoconhecimento que a sua alma escolheu. Era mágico. Alquímico e tão brilhante quanto todo o resto.

Ela agora #sabia. Seu nível de responsabilidade perante a humanidade e o Universo aumentou exponencialmente. E ela #escolheu saber. Passou a vida inteira fugindo de qualquer responsabilidade para simplesmente dar de cara com a maior delas: a responsabilidade kármica de estar consciente dos talentos que Deus lhe deu.

“Os seus talentos não são pra você.” Se engana quem acredita que tem algum talento. Nós não temos nada a não ser aquilo que nos foi dado por ser de acordo com nosso propósito, nossa missão na terra. Aqueles talentos natos, os dons, eles vem no seu programa porque de alguma maneira você vai precisar deles pra cumprir sua missão. E, nesse momento, nesse planeta, todos estamos aqui para curar a nós mesmos e, eventualmente, auxiliar no processo de cura de outras pessoas com mínima interferência. Ou melhor, inspirar esses processos.

Como é lindo e interessante: precisamos nos inspirar, auxiliar, ajudar em um processo em que só se pode embarcar profundamente só. Ninguém pode voltar-se para dentro em grupo. O grupo só está lá para dar o suporte necessário. Hold space. Que fase planetária maravilhosa! Imperdível! Que bom que viemos!

Após os 2 anos iniciais, tudo foi ficando ao mesmo tempo mais escuro e mais claro. Teve que lidar com processos kármicos pesadíssimos. Começou a ver toda sua luz mas para isso também teve que tomar conhecimento de muita escuridão. Passou a nomear seus talentos para poder compreende-los melhor, passou a chama-los de super poderes, como tudo que mais ama nesse mundo é magia, não poderia deixar de ser…

Os super poderes são nossos dons inatos. Muitas vezes estamos tão acostumados com eles que nem percebemos que os temos, não tomamos consciência de que somos todos super heróis, ou melhor, x-men. Tomar consciência deles é o primeiro passo para o desabrochar e desenvolver desses poderes porque à partir daí podemos observar com foco e criar intenções que nos ajudam a compreende-los e aos poucos domina-los. Um super poder, quando inconsciente, tem a força de nos dominar com certeza. Ele é o seu dharma (propósito) e o seu karma. Essa é a beleza do jogo, naquilo de pior que pode acontecer com você estão as lições necessárias para ser o melhor que você pode ser. É uma moeda de duas faces mas é a mesma moeda. Karma – Dharma.

E agora, está de volta. Brilhante. E isso a assusta! Assusta porque não quer perdê-los novamente, nem fazer mal uso de seus dons. Não quer toma-los só pra si, usa-los só em seu favor. Quer #compartilhar com o mundo porque agora sim #sabe que nada do que é, nada do que faz, nada do que tem tem nada a ver com ela mesma, com seu ego mas sim a ver com sua missão pro mundo.

Your Sacred Dreams

There is a sacred dream within you that’s calling you to greatness, driving you toward excellence. It fills your heart with vitality and vigor. It asks you to become focused and bold and available. Looking at it from a qualitative standpoint, the bigger your sacred dream, the closer you are to Reality. When you have a magnificent dream steeped in the possibility of what you’re becoming, you get closer to touching Reality because the energetic substance of the dream already is timeless, dimensionless. It’s infinite and eternal.

When your dream is small, it’s easy to get snagged in illusion. Small dreams are inherited from the society in which you were born. They are most often dreams of survival, materialism and consumerism. This is an extremely limited form of expression. Oftentimes people have been sucked down by the undertow of the human experiential domain and are unaware that they’re living in a very small dream. “I’m just trying to make it. I’ll be happy if I can just get by. I just need a few more dollars to help me get over. I just want to make some money…”

“I just want to… I just want to… I just want to…” There’s always something else that’s lacking, something else that you need before you can fulfill your vision. When you’re bombarded by small minds with small conversations, the dreams that you inherit from this small world are mainly about convenience and comfort. People trapped in the small dream are just taking a vacation on planet earth. They become mired in the stagnant energy of apathy and lethargy—an I don’t know and I don’t care mentality. These little dreams put you under the hypnotic spell of thinking that you’re separated from your good.

As you grow in your spiritual identity you eventually become aware of something that’s pulling you forward: the commitment and challenge of bringing your sacred dream to fruition. Go ahead. Let it emerge. Become committed to expressing the evolutionary urge of your own soul. Embrace the challenge of becoming more you.

Surrendering to this spiritual urge doesn’t always feel good. It’s not always comfortable or convenient. But it yields bliss and ecstasy because bliss and ecstasy are the function of the activation of the potential of your soul. If you aren’t evolving, there’s no bliss. If you aren’t becoming more you, there’s no ecstasy. If you aren’t allowing your heart to be broken open by compassion, there’s no perennial peace that passes human understanding. With commitment and challenge based on deep surrender, you understand the mandate to seek first the realm of ever-expanding good, the kingdom of God.

Everything else is added onto you.

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Fora do Normal

Às vezes alguém do nosso convívio se comporta de maneira “fora do normal” – diferente daquela que nos falaram a vida inteira que era a correta. A pessoa é tão verdadeira que parece até um desrespeito aos bons modos com que fomos criados. Esse comportamento estranho pode provocar reações diversas, isso significa que alguma coisa está se movimentando dentro de nós.

Toda reação pressupõe algum tipo de identificação interna consciente ou não. Quando ela é consciente, sentimos emoções positivas: admiração, alegria, interesse, alívio, relaxamento, tesão… Ou caímos na inveja, a polaridade negativa da admiração. Quando a identificação é inconsciente, está nas sombras, nos deparamos com a resistência. Por algum motivo não queremos ver aquela parte nossa e por isso sentimos raiva, ódio, incômodo, angústia e agonia.

Em ambos os casos, nos deparamos com uma oportunidade rara de autoconhecimento. Mas quando estamos nas sombras, sentindo tantas emoções negativas, essa oportunidade parece ser ainda mais valiosa porque temos a chance de descobrir algo sobre nós mesmos que não sabíamos e iluminar uma partezinha que estava ali nas sombras gerando sofrimento. Ou seja, temos a oportunidade de ser mais felizes!

O problema é que a grande maioria de nós não faz essa reflexão interna, não trás pra si a responsabilidade sobre os seus próprios sentimentos, não se volta pra dentro. E acaba optando por projetar a resistência em cima da pessoa que está agindo de maneira diferente. Projeta o incômodo, a raiva, a falta de amor em cima do outro e, como uma maneira de se defender de si mesmo e evitar esse aprofundamento, acaba atacando a pessoa. Xinga, grita, faz fofoca, se revolta contra aquela presença. Quer destruí-la de alguma maneira para que essa resistência e esse incômodo interno cesse.

Sem ter consciência de que ela nada tem a ver com aquela agressão, a pessoa acaba tomando pra si aquela culpa, comprando algum tipo de briga irrelevante, caindo em uma armadilha das sombras do outro. Muitas vezes ela  nem percebe que está provocando resistências até que seja tarde demais. E assim vamos destruindo nossas relações e nos afastando do caminho do amor, gerando mais separação e sofrimento no mundo.

A pessoa agredida deve permitir que a briga externa perca força e rezar para que a pessoa incomodada parta pra sua verdadeira briga que é consigo mesma. As chaves aqui são a auto responsabilidade e a empatia – a capacidade de se colocar no lugar do outro, no contexto do outro e sentir-se no mesmo barco. Cada um de nós está passando por um processo que o outro nem imagina. Nosso instinto natural, infelizmente, ainda é o de reprimir estes processos, reprimir o outro para que ele se encaixe no que nós acreditamos ser aceitável. E assim reprimimos os processos de libertação alheio. A pessoa é livre demais, verdadeira demais, emocional demais, autêntica demais… Porque isso te agride? O que em você está de menos? Onde você está se reprimindo e, por isso, sentindo a necessidade de reprimir e repreender?

E no final das contas, não é sempre que alguém diferente passa pelas nossas vidas, nos tirando da nossa zona de conforto. Aproveite essa janela para se conhecer melhor e ser mais feliz! Escolha a luz!

Preguiça

“o amanha é uma rua que desemboca na praça do nunca”

Esse mês o Global Talk do Sri Prem Baba foi sobre a preguiça. Falou à partir do conhecimento das matrizes do eu inferior, ou seja, comportamentos que nos mantém na ilusão e desconectados com nosso propósito divino. Segundo a linha do mestre brasileiro, a preguiça é resultado de energia e sentimentos bloqueados. Ela também é um indício de maldade já que atua no sentido de diminuir a intensidade do sentir, nos amortece e alimenta a separação. É uma maneira que o inconsciente tem de dizer não para a prosperidade. Para lutar contra a preguiça é preciso tomar consciência das coisas que estamos procrastinando, adiando repetidamente nas nossas vidas com o objetivo inconsciente de nos manter estagnados nos estados de sofrimento e inércia. A preguiça muitas vezes vem também de crenças de que não se é capaz ou habilidoso, é uma parte nossa que deseja seguir em uma experiência discreta de vida, vivendo com menos intensidade, dormindo e se alimentando de alimentos que nos fazem dormir mais. E, como tudo que é vivo, essa parte deseja se manter viva. É preciso se fazer a pergunta: o que você vem deixando pra amanha? Porque?

Nada é por acaso, especialmente algo que venha do Baba. A preguiça tem sido tema central de reflexão dessas últimas semanas. Na verdade, primeiro a relação espiritual que tenho com açúcar, o alimento do pior que tem em mim que também quer continuar vivendo.

Recentemente fiz 21 dias sem comer doces, foi um sacrifício enorme e um fracasso porque o objetivo era fazer um mês. No final cheguei a um ponto de passar o dia inteiro pensando em doces, meu corpo inteiro implorava por açúcar. Mas sem comer açúcar, eu tinha mais motivação para me exercitar, ir correr na praia, fazer yoga, dormir menos, acordar mais cedo… Minha energia sobe pra um nível totalmente diferente. É possível atingir estados Rajas e Satwa muito mais rápido, a vida toda parece acontecer, me sinto capaz de fazer todas as práticas, meditações, danças que sinto vontade. É mais fácil colocar em prática todo o conhecimento recebido.

Mas eu não aguentei e sucumbi aos doces novamente entrando profundamente em um estado Tamas. Agora estou na vibração oposta, dormindo o tempo todo, sem me exercitar, mal consigo meditar, faço poucas práticas, voltei a fumar cigarro, saindo a noite pra tomar cerveja… E parece que a falta extrema de doces faz agora com que meu corpo peça o tempo todo um docinho querendo acumular açúcar no sangue já que não se sabe quando vou cometer essa loucura de ficar sem doces novamente.

E aí vem a culpa. A culpa de entrar em Tamas, a energia da estagnação, do seguir na inércia, se manter-se exatamente como se está. A culpa de atrasar meu processo, de não conseguir me manter em estados elevados de vibração e de voltar a sofrer. Uma culpa que vai gerando angústia que gera raiva de mim mesma que gera chutes de balde mais frequentes que vai gerando um ciclo vicioso de mais culpa, mais angústia, mais raiva e mais açúcar. E é tão forte, me sinto totalmente impotente perante a força desse alimento e sua influência em mim.

Então a pergunta é como lidar com essa situação com mais amor e menos sofrimento? Uma parte minha quer se comportar com um general, repudiando absolutamente todo tipo de doce e a energia da preguiça gerada por ele. Quer que eu me force a acordar cedo, volte a me exercitar, coma somente alimentos satwas e faça todas as práticas para que eu possa acelerar o meu processo e dar passos largos em direção ao meu propósito. Essa parte não tem muito tempo para me dar amor, só me dá ordens. Mas essas ordens são apenas pensamentos porque na prática quem está vencendo é a parte que quer comer doces e dormir. Não adianta ficar ouvindo o falatório mental desse general só porque ele gera um falso alívio perante a situação. Assim que eu como o doce, começo a pensar que esse foi o último, agora sim vou voltar aos exercícios, etc. etc. Perdendo preciosos minutos de silêncio. Só pra dali há meia hora estar comendo um Petit Gateau. Ou seja, esse general não passa de uma sentinela da mente que quer falar. Não é por aí.

O que tem me dado alívio de verdade é me apoiar no sentido que aceitar as minhas fraquezas e necessidades infantis. E me permitir ficar nesse estado contanto que ele não atrapalhe passos que absolutamente precisam ser dados no agora. Infelizmente tem muita coisa que está sendo procrastinada devido ao sono e à preguiça de sair e de me mover mas essas coisas todas ainda podem ser feitas mais pra frente mesmo, talvez nem seja o momento de ficar imersa em práticas solitárias. Essa preguiça e essa necessidade de açúcar podem ter alguma função de auto preservação também. Se quem quer se preservar é o sofrimento ou é um eu despreparado para abrir o terceiro olho por exemplo, eu já não sei.

Essa vontade de olhar pra essa energia com mais amor me faz começar a refletir sobre funções positivas da preguiça, será que existe alguma que não esteja ligada ao prazer ou hedonismo? Será que a preguiça não tem função espiritual alguma? Qual seria o papel da preguiça no caminho da iluminação? Apenas um desafio a ser transcendido? Ou um degrau oculto?

Criação de Humanidade

Não tá fácil ser humano. A gente se odeia muito. Odiamos uns aos outros e a nós mesmos. Somos uma vergonha! Estamos destruindo o nosso próprio planeta, estamos fazendo guerras, matando milhões de animais por causa das devastações e dos nossos hábitos alimentares. Estamos dizimando populações indígenas e todo conhecimento ancestral. Somos viciados em nós mesmos, só pensamos nos individual, na nossa roupa, nossos amigos, nossa vidinha. Manipulamos a nós mesmos para que compremos mais, para que estejamos infelizes com nosso corpo, para que busquemos no outro nossa felicidade e chamamos isso de publicidade. Criamos dinheiro imaginário enriquecendo poucos e deixando milhões na miséria e chamamos isso de mercado. Criamos doenças e inventamos remédios e chamamos isso de medicina. Enchemos a cara numa festa, levamos a que deu mole primeiro pra casa e chamamos isso de sexo. Colocamos nossos filhos em colégios que irão cortar todo seu impulso criativo e chamamos isso de amor.

Pára o mundo que eu quero descer!

Estamos acostumados a falar mal de nós mesmos. Aceitamos que somos assim. O brasileiro é muito malandro. Nós americanos somos conservadores mesmo. Corre na veia alemã essa rigidez. O Baiano é preguiçoso demais. Cearense é bicho arretado! E assim é. Aceitamos que estamos vivendo tempos de crise, aceitamos todo o horror da humanidade. Mas não aceitamos nossa responsabilidade em cima disso tudo.

E não é a responsabilidade de votar. De fazer política. De ir pra rua perder seu tempo em mais uma incontável e irrelevante manifestação. Não é a responsabilidade sobre o que você come ou deixa de comer. Nem a de com quem você se envolve ou que tipo de pessoas permite na sua vida. Não é a responsabilidade de ser você mesmo. Nem a responsabilidade do que você compra ou deixa de comprar. É a responsabilidade da realidade que você cria.

Que criamos coletivamente.

E assumir essa responsabilidade começa por negar todo esse lero lero que estamos tão acostumados a falar de nós mesmos. Parar de nos botar pra baixo e bancar que SOMOS OS SERES MAIS MAJESTOSOS DESSE PLANETA. Somos seres mágicos, energéticos, criados a imagem semelhança de Deus. Somo palco da batalha divina entre o bem e o mal. Somos a mais divina de todas as criações. E somos capazes SIM de criar nossa realidade.

Como fazemos isso coletivamente? À partir daquilo que acreditamos ser real. São as nossas crenças que constroem o mundo em que vivemos. E quem é que nos diz o que é real? Todos os dias? A todas as horas? Os meios de comunicação. Jornal, televisão e internet. E que tipo de crenças esses meios tem nos passado? Só horror. Só depressão. Desastre. Morte. Guerra. Crise. Corrupção. E assim vamos coletivamente acreditando nesse bando de KO que nos afirmam ser a verdade última e primeira do que aconteceu durante o dia no mundo e do que é possível acontecer no futuro. Nos limitamos a essas informações rasas e deprimentes do que é possível e assim abrimos mão da nossa potencialidade de criar qualquer outro possível.

TUDO É POSSÍVEL. Voar. Atravessar paredes. Magia. Encontrar um grande amor. Viver uma grande aventura de revolução global baseada na premissa do amor e da criação livre. Ser livre. Ser feliz. Ser amado. Ser realizado. Ser admirado. Ser cuidado. TUDO PODE SER.

Eu acredito que é possível criar uma realidade diferente. Resignificar a realidade atual e acreditar em um novo possível. E é possível fazer isso AGORA. Desligando o Jornal Nacional e cancelando a assinatura do Globo. Cancelando seus blogs de notícias alternativas que só escrevem uma outra perspectiva da mesma realidade. Entrando no face pra rever amigos e ignorando mais novidades sobre essa realidade velha. Mudando sua relação com os meios de comunicação e com você mesmo. Pare de fazer tudo isso e vá pintar laranjas, virar estrelas na praia, abraçar estranhos na rua, escrever contos de ficção, fazer bijuterias e viajar de mochila, abordar homens e chama-los de amor da sua vida em 5 minutos de conversa… Qualquer coisa que não seja continuar acreditando que você é um ser humano e por isso você é uma merda e o mundo é uma merda porque o jornal te disse isso de modo formal e bem documentado.

(…) um pouco sobre mim (03/08/14)

(…)
E, como você deve ter percebido, eu aprendi que esses momentos de sorte na vida são o seu destino se apresentando. Na verdade aprendi a ler os sinais do destino o tempo todo. Mas o destino abre a porta, você é quem percorre o caminho. Acordando cedo, investindo energia, se dedicando à pessoas, se abrindo para experiências novas, indo toda semana onde tem que ir… Dentro de cada porta está escondida a próxima porta. Se você não se dedica, você não encontra a próxima porta e não avança na vida.

Também é preciso abrir espaço para o novo. Quando não encerramos processos, quando não nos afastamos daquilo que já não nos serve, nos mantemos entupidos. Cada vez que me afastei de uma atividade que já tinha me ensinado tudo que eu tinha que aprender, uma nova repleta de sabedoria veio assumir seu lugar. Não podemos prever pra onde vamos, nem controlar porque isso diminui a sua abertura para as portas do destino. Mas também não podemos ficar apegados ao antigo porque isso não abre espaço para o novo. É tudo fluxo. É tudo energia. E precisamos encerrar aquilo que começamos de alguma maneira. É preciso cumprir etapas para abrir novas portas. Por isso vou me formar. Já sei que não vou trabalhar com isso mas mal posso esperar para abrir esse espaço ENORME que é tomado pela faculdade dentro de mim há 8 anos.

Todas as oportunidades que eu tive, eu cultivei. As que eu não cultivei, não eram pra ser cultivadas. Cada um tem seu próprio destino e este abre as portas para quem sabe encontrá-las. O que é meu, é meu. O que é seu, só você sabe.

Pare de se sentir injustiçada perante a mim. Se aproprie do seu processo. Da sua vida. Corra atrás daquilo que te move e me liberte de toda essa raiva que você tem por não olhar pra dentro e perceber que essa raiva é de você mesma. Não tente viver o que eu vivi. Não foi fácil e eu só aguentei porque faz parte do meu destino que me abriu muitas portas de recuperação depois. Muitas pessoas passam por coisas parecidas e não se recuperam jamais. Não queira viver um destino que não é seu. Não queira sentir a vergonha do atraso, o julgar-se incapaz, sentir-se perdida perante o mundo. Você não tem que viver as minhas dificuldades se puder ser um pouco mais humilde para reconhecer os limites do que é meu e o que é seu.
Cumpra essa etapa da sua vida. Abra esse espaço. Seu destino é só seu.
(…)

Bromanhur e Barthol

Bromanhur e Barthol são demônios do mais alto escalão. Eles fazem parte do seleto grupo de sete criaturas das trevas que sentam à mesa junto ao que não deve ser reconhecido jamais. São eles que planejam a destruição da raça humana, do planeta terra e de toda criação de Deus. Comandam enormes egrégoras negras de almas vingativas, odiosas, abandonadas, gulosas, orgulhosas, invejosas, luxuriosas, avarentas e preguiçosas para que executem o grande plano de extermínio da felicidade.

Sua principal estratégia de guerra é a repressão. Eles manipulam pouco a pouco todos os grandes influenciadores da humanidade para que estes pareçam cada vez mais perfeitos, mais controlados, mais harmônicos até. Transmitem a todos os homens exemplares uma enorme paz, serenidade e até mesmo felicidade. Para que todos os outros homens vejam neste controle de si, de suas emoções, nesta serenidade falsa, o caminho para a felicidade que todos almejamos. E assim a humanidade vem se reprimindo cada vez mais. Cada geração se reprimindo mais que a outra de alguma forma nova, engenhosa e criativa.

Reprime-se a raiva, a vergonha, a inveja, a tristeza, o medo, o desejo pelo poder, a arrogância, a maldade, as perversões, etc. porque foi disseminada a falsa ideia de que essas energias não podem ser sentidas para que se atinja a felicidade. Nunca se vê nenhum tipo de notícia positiva sobre esse tipo de emoção. Essas emoções, segundo a aquela que não deve ser levada a sério jamais (grande mídia), são as causas de todo tipo de guerra, corrupção, crise financeira, assassinatos… Não se pode sentir isso! Afirma a grande mentirosa e também afirmam muitas religiões.

O problema é que não é raiva, a vergonha, a inveja, a tristeza, o medo, o desejo pelo poder, a arrogância, a maldade, as perversões, etc. que estão à serviço de Bromanhur e Barthol mas a repressão delas. A repressão da sombra interna, a repressão dos nossos aspectos mais demoníacos, a repressão da nossa maldade acontece lá nas profundezas dos nossos mares da psique. Ali se aliam com aquelas memórias que não queremos lembrar. Com as experiências que não conseguimos integrar. Com a lembrança daquelas pessoas que nos fizeram sofrer, humilharam, abandonaram. E ali mesmo, dentro de nós, formam-se nossas próprias egrégoras negras comandadas pelos nossos próprios demônios.

O que é preciso reconhecer é que todas essas energias são divinas! Assim como o trovão, o raio, o tsunami, a tarântula, a anaconda, as lacraias e as baratas, tudo que há foi criado por Deus! Mas as grandes religiões criaram essa história de que existe um velhinho lá em cima bonzinho que vai te julgar se você sentir essas coisas criadas por ele mesmo? Não faz sentido algum!

A humanidade tornou-se um câncer para o planeta. Somos um orgão contaminado, um tumor. Cada um de nós é uma celulinha desse câncer. Estamos todos doentes. Nenhum de nós, a não ser alguns mestres iluminados, é completamente bom, completamente perfeito, livre de energias negativas. Nós todos temos essa doença dentro de nós. Seja ela o ódio ou o ceticismo, a raiva ou a vingança, a mesquinharia e a pequenez, o desejo pelo poder e reconhecimento e um milhão de etc! É preciso botar essa doença toda pra fora. Pra curar o planeta é preciso dançar toda sua inveja, gritar com toda sua raiva, pintar todo seu rancor, lutar boxe com todo seu ódio, nadar com todo seu desejo por poder, fazer crochê com essa sua vítima ridícula. É preciso olhar para a nossa parte horrorosa!

Porque a repressão dela está nos matando. Quando reprimimos tudo isso, não acabamos com isso, estamos transmutando apenas em outras coisas horríveis que atuam de outras formas. Uma inveja torna-se uma manipulação do outro, uma manipulação do outro torna-se uma busca pelo poder, uma busca pelo poder torna-se um desejo de controlar o marido, um desejo de controlar torna-se uma facilidade em abandonar o outro, uma facilidade de abandonar o outro torna-se uma mentira pra si mesmo, uma mentira pra si mesmo torna-se uma mentira pro outro, uma mentira pro outro torna-se uma relação devastada, uma relação devastada torna-se uma tendência para traição do parceiro, uma tendência pra traição do parceiro torna-se um prazer no sofrimento.

De uma maneira ou de outra, ela sai. Pode sair em cima do outro ou pode sair em cima de você mesmo. Se sabotando, se destruindo, se odiando, nunca se perdoando. Mas elas saem. E se não sabemos o que está saindo, de onde está vindo, viramos escravos de nossos impulsos inconscientes, marionetes dessas emoções que tanto queremos evitar.

E assim Bromanhur e Barthol, volta e meia, tiram até férias. Vão pras Cancún e permitem-se amar um pouquinho, só entre eles mesmo, sem que ninguém nunca saiba. Já que estamos fazendo praticamente todo o trabalho por eles por causa do nosso medinho dessas emoções e energias que são parte da experiência humana. Como seres humanos é nosso dever empoderar-se de TODAS as energias nos atravessam e que nos habitam. Colocar pra fora, olhar pra isso, experimentar esses estados transtornados em um espaço seguro, sem machucar mais ninguém com isso. Assumir responsabilidade pela energia que cultivamos e pelo o que causamos no outro. Botar pra fora de maneiras criativas e não passar a bola pro próximo. Porque todos somos um único câncer. Não adianta uma célula se curar deixando outra doente. É preciso que todas as células curem a si mesmas e ajudem as outras a se curar.

Sinta. Sinta muito. Sinta demais até. Sinta seja lá o que tiver que sentir. E enquanto sente, dance. Cante. Pinte. Escreva. Grave. Faça vídeo. Twitte. Faça amor consciente. Seja lá o que fizer, tire isso aí de dentro!