Archive for meio ambiente

Toma essa.

Como podemos estar vivendo esses tempos? Me pergunto sempre, o que a humanidade fez para merecer tamanha interferência em sua integridade enquanto seres do planeta terra? É algo muito maior mesmo, que acontece no plano dos Deuses ou mesmo do espaço cosmos (sim, me refiro aos alienígenas).

A raíz de tudo? Fazer com que os seres humanos não acreditem nas verdades que lhe fazem um ser deste planeta.

Primeira: a mais básica de todas – ser humano é ser um animal em pura conexão com a terra, seu planeta. A terra é um ser vivo, que respira, tem metabolismo, é capaz de dar vida, alimentar, energizar, purificar, se comunicar e influenciar seus filhos, assim como uma mãe leoa, coelha ou humana. O corpo humano naturalmente precisa estar em contato com a natureza, com água limpa e selvagem direto de um rio, diariamente com fogo e respirando ar puro – terra, água, fogo e ar. Ser humano não é ser humano sem o contato com os elementos primordiais da terra que fazem de nós quem somos. Terra: corpo e matéria, água: emoções, fogo: espírito e ar: mente.

Seguimos: Para sentir-se saudável e verdadeiramente vivo, o ser humano precisa estar compartilhando espaço com outras espécies, especialmente espécies de tamanho ou poder de ameaça semelhante a ele desarmado de tecnologia. Cobras, escorpiões, aranhas, marimbondos, jaguares, crocodilos estão todos aí para fazer você se sentir vivo, alerta, rápido, esperto, acordado. O corpo precisa transitar pela floresta e realizar movimentos disformes e orgânicos de exploração da natureza em estado de atenção para possíveis ameaças. Aos poucos liberta-se o instinto esquecido e cria-se uma confiança no próprio corpo porque é ele que avisa, ele que sente, ele que está em alerta naturalmente enquanto você se diverte com as belas flores e toma um delicioso banho de cachoeira.

Basicamente: ser humano é ser natureza também.

Depois desta verdade escondida, passamos para a próxima. Homens e mulheres são seres totalmente diferentes! Escondemos essa, criamos movimentos inteiros de mulheres em estado suicida defendendo que são iguais aos homens. Dentro de uma sociedade totalmente machista, as mulheres (o sexo dominante há milhares de anos atrás, o sexo capaz de dar a vida, capaz de se comunicar com a terra, que é muito mais forte em seu campo emocional e capaz de amar e curar como um homen jamais poderia) decidem abrir mão de toda sua energia feminina e devagar começam a tornar-se homens, trocar de energia internamente provocando o desequilíbrio energético mais violento na terra. O movimento é compreensível. O sexo dominante quer retornar ao seu posto, porém para que isso seja possível, o mundo precisa mudar para que seja mais feminino e não as mulheres que tem que mudar para adaptar-se ao mundo masculino em que vivemos. Em um mundo feminino é possível a paz de gêneros. Em um mundo masculino tudo que é possível é a guerra. O instinto feminino selvagem reprimido está provocando esta desesperada transformação dentro das mulheres. Não é a toa que vemos um crescimento enorme de pessoas trans na sociedade – é só uma materialização e externalização do que já está acontecendo internamente e energeticamente dentro da maioria das mulheres no planeta. E no fim das contas, o homem também está por se matar porque à partir do momento em que as mulheres assumirem o posto dos homens de protetor, provedor, equilibrado, fisicamente forte, explorador, corajoso e criarem seus reservatórios de sémen, os homens não terão mais função neste planeta a não ser de guardiões da energia feminina. Todos os homens tornarão-se gays.

Próxima verdade escondida: tudo que existe na terra é a matéria. Desconecta-se o homem de seu maior potencial e prazer, a conexão com os espíritos. Arranca-lhe fora a sabedoria de que este mundo é uma combinação de diversas dimensões e nós temos capacidade de transitar por elas, provavelmente por alguma boa razão. Diz-lhe desde o momento que nasceu que magia não existe, que é impossível manipular energia (até porque nem se fala mais em energia), não temos conexão com os elementos, não existe telepatia, não existem os clarisentidos, não é possível mover objetos com a mente silenciosa e focada, não é possível transformar-se em animais, não é realidade atravessar paredes, super poderes só no cinema com efeitos especiais. Você é um pedaço de carne. Cria-se uma proposta de vida CHATA em que deve-se crescer, educar-se para tornar-se parte do sistema, comprar, ver televisão, sair pra beber, usar drogas, fazer turismo, casar, ter filhos e implantar o sistema na cabeça deles também. Cria-se então uma série de objetos que vão influenciar a sua mente o dia inteiro, tornando-a fraca, incontrolável, barulhenta assim como o mundo ao seu redor e que vão diminuir seus poderes, acabar com a sua intuição e te botar pra dormir acordado. Já parou pra pensar o que aconteceria se você parasse de beber, fumar, comprar, sair pra comer, ver televisão e ir ao cinema? O que tem pra fazer? MUITO. Mas lhe disseram que esse muito não existe para que você siga nessa sua realidade de pedaço de carne.

Outra: todos os seres humanos são iguais. NÃO são. Tudo, absolutamente tudo, em cada um, é diferente. Nós somos uma combinação de energia alquimicamente programada pelos nossos chackras. Nossos corpos vem programados perfeitamente para nossas missões. Se o cara nasceu pra nadar, tem mais pele entre os dedos, se nasceu pra cantar, tem uma garganta que abre mais, se nasceu para dançar tem o corpo mais flexível. Todos temos diferentes missões e desejar a missão do outro é perda de tempo. É preciso aceitar que talvez sua missão seja ser padeiro e experimentar o amor pelo pão sagrado e não dono de start-up. A televisão cria um ideia de que algumas missões são melhores que as outras, que você deve desejar sei lá o que pra sua vida… É preciso aceitar que você não nasceu para ser rico, que quase ninguém nasceu pra isso porque riqueza e acúmulo não é natural deste planeta. É só olhar pra outras especies e ver que nenhuma acumula nada.

Por causa da desconexão com a realidade espiritual do planeta, acabaram os rituais de entrada e saída da matéria. Os nascimentos sempre foram feitos pela parteira que não era uma médica e sim uma xamã que fazia a passagem segura da alma pra dentro do corpo, sem isso, outros seres podem interferir com este processo, entrando em corpos e gerando um mundo semelhante daquele de onde os próprios vem. Sim, temos aliens  e demônios em roupas de homens comandando o mundo por aí. Pela mesma causa, a morte tornou-se um processo totalmente solto e não há mais garantia de paraíso. Muitas almas não conseguem fazer a passagem correta e ficam perdidas, vagando por este planeta e por isso vivemos a crise de entidades obsessoras no planeta. Estas entidades se alimentam de energias negativas e provocam pensamentos e sentidos negativos para sobreviver. E não necessariamente foram pessoas más que não podem voltar para sua casa espiritual, pode ser alguém simples, normal como você que simplesmente não teve suporte algum na hora de fazer sua passagem.

Energia elétrica tem vibração masculina e agressiva, ela puxa a energia feminina, outro motivo que as mulheres estão se masculinizando com tanta facilidade. Há uma troca de energia corporal dentro das cidades que não tem natureza para fazer a troca, neutralização e purificação da energia. Por isso as pessoas estão mais agressivas, mais tensas, mais estressadas, mais irritadas. Excesso de energia elétrica, masculina. Entidades também se alimentam desta energia e interagem com os objetos por ela alimentados, especialmente a internet. Elas estão nos tubos, na vibração, nos leds, nas telas… Quando nós nos conectamos – colocamos nossa consciência em um filme, numa tela, num texto, estamos fazendo uma troca de energia natural humana com energia elétrica, sintética, não natural.

E a verdade final que não querem que você saiba: você precisa de dinheiro. Só é preciso dinheiro para viver em um sistema baseado em dinheiro. Nessa terra, se plantando tudo dá. É preciso comprar os legumes uma vez na vida e já se tem o material para plantá-los. É possível produzir tudo que você necessita se lhe for ensinado desde criança a viver em harmonia com a terra. Seu vício em conforto é a única coisa que te separa desta realidade além do seu medo do outro – de quem você vai precisar para viver de maneira sustentável pois solidão é uma necessidade do capital.

O mundo está acabando, acima de tudo, pela falta de consciência das dinâmicas energéticas e espirituais naturais do planeta terra. Ser humano é ser conectado com a terra e seus rituais, seus elementos, seus animais, suas plantas.

E, só pra te lembrar de mais uma mentira que lhe foi dita a vida toda: quem acredita em energia, espíritos, entidades, alienígenas e abundância é maluco.

Toma essa.

Fazer o quê na cidade grande?

04:55 da manha. Cidade grande, Rio de Janeiro. Cheia de energia pra ir viver de verdade e nada pra fazer que seja real. Parece que aqui a opção é comer, beber, ver televisão, encontrar com os velhos e repetitivos conhecidos para aqueles velhos e repetitivos papos. Nada me excita. Onde está a aventura? O desafio? O espaço seguro para explorar o desconhecido? Onde está a floresta?

Quase tudo na cidade se resume à experiência de consumo ou trabalho. Tudo fica longe e para ir de um lugar ao outro, tem que pagar. Pode ser ônibus, metrô, Uber ou táxi mas tem que pagar. Para se exercitar – ou se mora perto da praia e se paga o IPTU caro ou tem que pagar a academia, a Yoga, o Muay Thai, o Judô… Para se relacionar, tem que ir pro bar, comprar um vinho e ficar em casa, sair pra jantar, tem que pagar. Pra se distrair, ver televisão e entrar em contato direto com o programa do paradigma atual sendo implantado a cada fala, o que vai te dar vontade de sair e consumir, ou seja, pagar.

Pode-se ler se é que ainda tem-se espaço pra isso na mente embriagada pelos carboidratos e barulho incessante dos arredores. Não existe um minuto de silêncio na cidade, nem pagando. E quem tem tempo de ler quando a vida tornou-se a experiência de consumo? Não é interessante para o sistema que você fique em casa lendo (mesmo tendo comprado o livro). 1. Você estará se educando; 2. Estará gastando tempo precioso em que poderia estar consumindo.

É caro demais pra morar. E pra viver. O que te obriga a trabalhar cada vez mais pra sustentar esse estilo de vida.

O chão é de concreto. Não há um espaço para tocar os pés na terra e descarregar energia. E não quero nem entrar no assunto energético da cidade grande com seus acessos de negatividade compartilhada, greves, protestos, reclamação coletiva constante, falta de amorosidade, medo do outro, distância afetiva em geral e rituais desprotegidos de Ayauaska semanais.

Na cidade pequena, as pessoas se olham nos olhos e se cumprimentam ao passar umas pelas outras. Todos os dias de manha, pode-se exercitar na floresta, com pés no chão, mergulhando na cachoeira e acordando o corpo. Vai-se a pé pro trabalho. O trabalho é tranquilo. O aluguel é barato. Os amigos são muitos. Parece que todos nós temos um segredo: nós largamos a cidade e somos muito mais felizes aqui. Descobrimos o que nos fazia sofrer tanto. Um brinde.

Aqui é silencioso. Tem espaço pra ler, escrever, pensar, meditar, refletir, amar, ajudar, cozinhar no forno, se espiritualizar, se curar, descansar e até trabalhar bastante se for o caso. Uma coisa é trabalhar 8 horas por dia, sendo um escravo do consumo. Outra coisa é trabalhar 8 horas por dia quando se aproveitou em paz e equilíbrio as outras 8!

A cidade grande é um zoológico. Que atrai cada vez mais pessoas que acreditam que vão encontrar felicidade, oportunidade, crescimento, fama… O próprio capital demanda o acúmulo de muitas pessoas nas zonas urbanas para facilitar a exploração da mão de obra mas a maneira que elas chegam aqui nunca é porque o capital precisa. É porque elas são manipuladas a acreditar que aqui vai ser melhor. Enquanto quem aqui nasce é manipulado a acreditar que a vida no interior nunca será tão boa quanto a vida na cidade. Se viciam em sua experiência de consumo que tomam por vida e assim ela passa…

Mas alguns acordam. Alguns desconfiam. Alguns sentem que a vida é mais que isso e embarcam em uma busca que, se tiverem sorte e dharma, ultimamente os levará para a natureza, a comunidade e a experiência de vida.

Fazer o que na cidade grande? 05:15. Acho que vou ter que escrever outro texto…

Guardiões da Terra

Estive morando nas profundezas das florestas Sul-Africanas há alguns meses. No meu primeiro contato com a vida na floresta, eu não tinha a menor de ideia do que estava pra me acontecer. Eu estava prestes a acordar de um longo período de esquecimento da mais óbvia e real verdade da minha vida: eu sou um animal. Parece simples, uma realização que conscientemente podemos ter à qualquer momento e seguir nossas vidas com esse conceito científico do que somos. Porém acordar para a lembrança ancestral do que é ser um animal, de como ser um animal e das infinitas novas possibilidades de viver o mundo ao se assumir um animal mudou minha vida, meus sonhos e objetivos pelo resto da minha vida. Graças a Deus.

No início eu não entendia as reações do meu corpo. Eu não, meu próprio corpo não sabia interpretar a experiência de ser um animal! Eu dormia em uma casa sem banheiro, sem luz elétrica, cheia de aranhas, mosquitos, lagartas, sapos, bichos! Bichos! Bichos! Para chegar até minha casa, eu andava longas caminhadas no meio da floresta escura, sozinha. Ouvindo somente os grilos, os movimentos misteriosos na mata ali perto, uma vez até o rosnar do que pareceu ser um grande gato ou um enorme babuíno me deixou horrorizada. Nos primeiros dias eu sentia um medo louco. Não parava de pensar em cobras, escorpião, aranha… Achava que seria atacada à qualquer momento. Vinham pensamentos de perigo e fuga. Às vezes meu corpo sentia umas pulsões loucas por correr. Simplesmente sair correndo sem direção ou propósito de tanto medo que eu sentia. Aos poucos fui percebendo que meu corpo estava interpretando uma nova sensação que eu nunca tinha sentido. Estava confundindo essa nova sensação com medo e me gerando esses pensamentos e impulsos. Essa sensação veio a tornar-se minha preferida. É a sensação maravilhosa de ser um animal selvagem, solto na selva, compartilhando espaço com outras espécies. É um tipo de atenção, de vida, de alerta e instinto. Tipo: qualquer coisa pode acontecer à qualquer minuto. É ancestral, animal, inata de todas as espécies. É uma delicia. É sentir-se profundamente vivo, todo dia se torna uma aventura maravilhosa, por trás de cada momento, finalmente, pode-se enxergar o divino e sua criação.

Aos poucos o corpo vai assumindo uma parte muito maior da sua vida. Uma parte que antes era ocupada pela mente. Você precisa contar com ele o tempo todo porque não é a mente que vai saber se você está em perigo, se tem alguma ameaça ao redor. É o instinto. É o corpo que te avisa. Eu fui avisada das maneiras mais diferentes possíveis, várias vezes. Você começa a desenvolver o que seria considerado super-poderes por aqueles que vivem no zoológico da cidade grande há anos. Mas na verdade são só sentidos de proteção e instintos que não são necessários na cidade porque vivemos entre uma única espécie. Que outra espécie no mundo faz isso? E como sentimos falta desses super poderes. A vida inteira eu sempre fui mais gordinha, sempre senti uma fome enlouquecida, nunca consegui viver a base de salada para ser magra. Estava sempre faminta, independente do que comia. E agora, tive o privilégio de compreender do que era que eu sentia fome. Eu sentia fome de ser o animal selvagem que sou. Eu queria sair do zoológico.

Dormir sem luz elétrica ao redor também é uma experiência que muda a vida. Acordar no meio da noite pra fazer xixi e ter que ir ali na mata onde pode ter um animal fatal pode parece um pesadelo pra maioria das pessoas. Pra mim era pura aventura, pura vida, pura arte de viver. Além disso, a sua energia muda completamente longe da energia elétrica. Acredite ou não, ela tem uma vibração totalmente diferente da energia da natureza. Ela é muito mais masculina e agressiva enquanto a energia natural é mais feminina e calma. A natureza está se reproduzindo o tempo todo, sua energia é muito sexual também – criativa, criadora, amorosa. Aos poucos você vai renovando seu corpo energético, se preenchendo de energia da natureza e se sentindo em profunda calma e ainda mais sensível aos seus processos animais. Você começa a desenvolver seus sentidos, a sentir tudo muito profundamente e com calma, com alegria, com vida.

Acordar todos os dias e comer comida de verdade – leite direto da vaca, pão feito em casa, ovos direto do galinheiros… Não se sente fome mais o dia todo. No jantar eu comia uma coisinha só pra sentir um gosto. Você está preenchido da energia da natureza. Ela te alimenta. Não há mais ansiedade, não há mais fome. Só há amor, aventura e a sensação de que você está sendo profundamente amado e cuidado por ela. Trago boas novas: a Natureza está viva e ela te ama muito!!

Eu fazia 2 horas de trilha sozinha dentro da floresta todos os dias. Assim como os índios, você também tem a capacidade de começar a cultivar uma relação com a floresta. Você está muito mais alerta e sensível, sente a energia das pedras, desenvolve uma amizade REAL com as árvores que passam a te dar conselhos e responder suas perguntas à partir das sincronicidades. Elas te limpam, te dão energia e amor quando se sentem amadas e percebidas. Quando você se sente igual a elas, elas se sentem igual a você e passam a ser suas mais sábias amigas. Você começa a se apaixonar pelas pequenas percepções de que todo dia às 09:00 da manha, aquele sapinho sobe na pedra para pegar seu sol. As cigarras vem pousar no seu dedo e elas parecem ter saído direto de um filme da Pixar!! Aquela flor tem um cheiro maravilhoso! Aqui, dentro dessa pedra, mora um caranguejo fofo! E começa a criar um respeito tão grande por aquele ecosistema. Percebe que os animais estão tão melhores que a gente que se acha o rei da selva, sem nem saber o que é ser da selva!

Nos meus primeiros 3 dias vivendo nesse contexto, comecei a entrar em processo. Um processo de limpeza profunda, sem usar ayauaska, kambo, detox suco verde, pranayama… Só de estar ali e me permitir ser cuidada por ela. Eu tinha acessos de choro! Minha mente não fazia a menor ideia porquê. Ficava pensando freneticamente em outras coisas tentando me proteger, fofinha. Mas eu permiti. E com o choro, veio o vômito. Vomitava, vomitava… Menor ideia o que estava saindo mas consciente que era exatamente o que precisava sair. Provavelmente crenças familiares porque desde que cheguei lá comecei a pensar muito sobre a família, o que eu não estava fazendo at all há algum tempo. Senti energias há muito tempo alojadas no meu corpo sendo retiradas. Senti meus chakras sendo trabalhados. Me senti profundamente acompanhada.

Pedi pra árvore linda limpar meu útero, ela limpou. Pedi pra me ajudar com minha necessidade de que os outros gostem de mim, ela limpou. Pedi pra me ensinar sobre poder, ela ensinou. Pedi pra me esclarecer o que estava travando minha humildade, ela esclareceu… Até namorado, pedi e recebi. Sem necessidade de mestre, ashram, meditação, vivência, retiro… Só cultivando uma relação de profundo respeito e lembrança.

Minha mãe linda. Está viva! Mãe natureza. Pachamama. Gaia. Ela me ama tanto! Me ensinou tanto sobre amor também. Me mostrou que tudo é amor. Por mais difícil que seja aceitar: guerra é amor, roubo é amor, assassinato é amor… Calma. Vamos lá. A energia única e primordial de tudo no planeta terra é amor. Só que estamos aqui para viver a experiência do amor. E o amor tem infinitas distorções e tons. Tem o amor vibrando positivo. E a falta de amor vibrando negativo. Mas falta de amor, vazio de amor ainda é amor! Mas é amor. Cada vida experimentamos o amor de modo diverso: amor na família, amor com o parceiro, amor de uma grande amizade, amor por expressão, amor por comunicação, amor por dinheiro, amor por arte, amor por guerra, amor por sofrimento, amor, amor, amor… Estamos aqui pra aprender tudo sobre amor. O ser humano é o mestre do amor do Universo. E pra ser mestre se passa pelo amor em todas suas formas e distorções. A guerra, por exemplo, vem do medo – medo é a vibração extremamente oposta do amor. É amor vibrando o mais negativo mas é amor seu ingrediente.

E em realidade – o medo que sentimos o tempo todo pode ser sim uma distorção no nosso instinto! Da falta de animalidade que estamos vivendo. O medo que é um mecanismo de proteção da vida na floresta, selvagem, acaba vindo pra dentro e se tornando complexo. Estamos projetando no outro nosso instinto reprimido… Eu descobri que sentir medo em momentos reais, de vida: mergulhar em uma cachoeira sem ver o fundo, caminhar no escuro total no mato, dar de cara com um gorila, limpa o medo que sentimos o dia todo de tudo ao nosso redor sem saber direito porque. Limpa o medo de se relacionar, de se expressar, de seguir seus sonhos. Liberta você pra ir viver entregue pra confiança de que você está cuidado.

Esse assunto do amor merece um texto só pra si e talvez mais algum tempo de reflexão. Mas ela me ensinou! Me ensinou tanto tanto tanto. Que gratidão. Ela também me relembrou que a função do ser humano é ser guardião dela. Filho dela. Cuidar dela. Proteger ela. E não viver pra trabalhar e ganhar dinheiro. Nós somos os guardiões dela! E estamos correndo sério risco de perder essa nossa função que nos foi DADA e pode ser retirada também. Ela não quer tirar de nós porque ela nos ama tanto! Está tão orgulhosa de tudo que a gente tem construído, descoberto e criado! Mas preocupada porque muito do que fizemos é uma viagem nossa. Não tem nada a ver com nosso propósito, nada a ver com a nossa verdade mais profunda. Tanto que estamos ignorando ela cada vez mais. Tratando nossa mãe como “recurso”. Colocando ela como o produto mais barato na escala econômica. E vivendo objetivos que não são da nossa espécie e nem do nosso planeta.

Meu profundo desejo de que todos os seres sejam felizes! Todos os seres consigam um dia ter essa experiência de relembrar o que é ser um animal selvagem. Que todos os humanos voltem a ser os guardiões da terra que somos! Que todos consigam se libertar do feitiço da mente desconectada. Que consigam se libertar do vício na vibração da energia elétrica. Da dominação desequilibrada da energia masculina. Da guerra dos gêneros. Da ilusão da escassez. E da aceitação do fim do mundo.

Eu aceito seu chamado minha mãe linda. Eu sou sua guardiã. Eu me lembrei. Graças ao Universo maravilhoso que está sempre ao nosso favor. É só aprender a se comunicar com ele. E querer parar de sofrer. Querer acordar.

The Untethered Soul

COMPRAR IMEDIATAMENTE:

Cumbre de los Pueblos… De novo.

Captura de Tela 2014-12-08 às 13.13.37

Hoje começa a Cúpula dos Povos em Lima. A Cúpula dos Povos é um grande evento realizado pelos movimentos sociais internacionais durante esses períodos de conferência e falácia das Nações Unidas. Durante o evento, organizações de esquerda, mulheres, indígenas e outras minorias fazem exposições, debates, mesas e workshops sobre suas lutas. É uma agenda cheia de opções para quem quer ver a realidade da situação climática tão ocultada pelo discurso apaziguador e tecnicista dos negociadores e exploradores da natureza que debatem mais fundos e trâmites econômicos como propostas de redução de danos e emissões para solucionar a crise climática global.

A cúpula é organizada por uma comissão política que é uma articulação entre diversas organizações, redes e movimentos. Eu acompanhei essa comissão durante a Rio+20, chamávamos de Comitê Facilitador da Sociedade Civil para Cúpula dos Povos na Rio+20. E foi uma loucura. Não sei como foi essa organização aqui no Peru, mas no Brasil foi um dos ambientes mais hostis dos quais já participei na minha vida, a rede de movimentos que deveria estar afinada para realizar o principal evento de contestação da cidade não conseguia dialogar entre si, era muita política, muita negociação, muita diferença e, no final das contas, essa desorganização política se refletiu no próprio evento. A Cúpula dos Povos na Rio+20 não tinha sequer programa impresso, ninguém sabia onde ficavam as atividades, o hacklab do movimento software livre foi todo assaltado e muitos equipamentos valiosos levados, além de ter transmitido ao público a impressão de ser uma grande feira de artesanato.

Não foi tudo um desastre. Muitos eventos inspiradores aconteceram, a metodologia de construção da declaração final foi muito bem pensada, muitos movimentos conseguiram se alinhar e ter suas vozes e pautas unidas em um único documento. Muitas alternativas foram expostas e mentes libertas de antigos paradigmas. Alguns ativistas descreveram a cúpula como “um grande parque de diversões políticas” de tanto que conversaram, trocaram, sentiram e aprenderam ali.

Mas… de que serviu todo aquele trabalho? Aquele ano e meio de reuniões, debate, disputa, estresse e decepção? Algumas pessoas descobriram novos caminhos, outras pessoas criaram novos projetos, alguns jovens se descobriram ativistas… Mas seguimos em direção ao apocalipse. Dois anos depois, aqui estamos, mais uma vez na exata mesma dinâmica, só que um pouco mais simples. Aqui são três dias de evento e os eventos não são tão variados como eram na Rio+20. Mas são os mesmos…

http://cumbrepuebloscop20.org/agenda/

Será que ninguém mais percebe esse ciclo de repetição idêntico? Estamos presos nesse modus operandi que é um grilhão mental sendo arrastado pelas energias de produção coletiva de todos aqui. Mais uma conferência da ONU com ONGs enormes em seus side events e workshops internos, mais uma Cúpula dos Povos com seus seminários e debates de exposição e constrangimento dos que estão do lado de dentro. Mais 15 dias de reuniões ininterruptas para pensar uma única marcha, algumas hastags, alguns abaixo assinados, estratégias de alguma coisa, pressão de outra coisa…

Mas o que estamos fazendo com toda essa dinâmica política é dando poder a este processo! É dando importância e relevância para estes negociadores e lobistas que já estão tão profundamente tomados por seus egos e vício em poder que talvez não estejam nem mais vivos. Talvez não tenham alma alguma dentro deles (estou falando literalmente). Estamos tentando convencer alguns zumbis de que precisamos respirar e beber água para viver. Como podemos esperar que zumbis vão compreender a linguagem da vida? E estamos os alimentando energéticamente com toda essa energia produtiva sendo investida nisso. São vampiros que precisam destas conferências e destas mobilizações para sobreviver, consomem esta energia de jovens guerreiros que acreditam que estão sendo úteis para alguma coisa. Que se forem a mais uma reunião vão encontrar a solução, que se saírem pelas ruas pegando mais cem assinaturas alguma coisa vai acontecer… Não vai. Ano que vem será a mesma coisa. Mas com mais energia para zumbis ainda maiores. Ano que vem estamos falando te metas do milênio em Paris. Que piada… Metas do milênio…

Precisamos começar a compreender as dinâmicas invisíveis que acontecem por trás dos processos racionais da matéria. Observar as marés de energias que são movimentadas com toda essa atividade e valorizar isso. Dar valor a nossa energia, dar valor aos nossos sonhos. Parar de aceitar essa receita de ativismo que não dá em nada.

E lá vamos nós… Fazer tudo de novo. Já tem reunião no Pirate Pad do Children and Youth Caucus da sociedade civil para Paris rolando a cada 15 dias. E pessoas preocupadas com esse processo, dando valor a algo que é uma miragem. Uma ilusão da matéria.

Dois anos depois…

Em Dezembro de 2011 fui à COP (Conference of the Parts / UNFCCC – United Nations Conference on Climate Change) em Durban na Africa do Sul. Fazia um ano que eu estava profundamente envolvida com a organização e mobilização de jovens para Rio+20 e fui através de uma organização internacional que forma jovens para incidirem na conferência. Eu não tinha ideia do que me esperava mas minhas expectativas eram positivas, eu estava ansiosa para vivenciar aquilo que eu vinha estudando e discursando há tanto tempo. Eu acreditava nesse processo como estratégia de mudança de paradigma, gestão dos recursos naturais globais e controle das corporações que estão devastando o planeta como se fosse infinito e descartável.

Foi uma das, senão A, maiores decepções de toda minha vida. Quando cheguei na conferência, percebi que estava em um grande teatro, um grande cenário de uma encenação de preocupação com a natureza e a humanidade. Dos governos isso já era esperado, estão absolutamente alinhados com os verdadeiros donos do mundo, as transnacionais. Mas o meu grande choque foram as ONGS. Eu não compreendia em quê aquela grande feira de demonstração de projetos e atuação e troca de cartões de visita estava contribuindo para a causa.

O espaço da conferência se divide em três arenas. Uma das negociações onde somente as delegações oficiais e negociadores podem transitar, outras das ONGS que é essa grande feira de exposição e salas de eventos múltiplos, um grande caderno de programação auxilia com descrições e locais mas além disso murais são preenchidos ao longo dos 15 dias de conferência com novos eventos criados de acordo com necessidades. Não há um segundo sequer de tempo livre, são mesas, debates, apresentações, reuniões, assembleias infinitas. Estas duas arenas tem entrada restrita para aqueles que tem credenciamento (delegados, ONGs e jornalistas). A terceira arena é a dos empresários, esta aberta ao público que transita pela rua ou que tem curiosidade para compreender o que se passa em sua cidade. Quando entramos nesta arena, vemos produtos de baixo gasto de carbono, água limpa… Tudo mercantilização da natureza e da vida disfarçada de amigo da mãe terra. E muita desinformação.

384933_2963577258197_125262291_n

Dentro da conferência, muitos dos maiores ativistas do mundo ocupados com blogs e reuniões. Grandes organizações ocupadas e divididas entre milhares de eventos e networking. Todos muito bem comportados, valorizando sua relação com as Nações Unidas que financia muitos de seus projetos ao longo do ano. Não se pode nem distribuir um flyer ali dentro. O ato de esticar o braço para entregar algum papel informativo ali pode causar a sua expulsão do território internacional. E tudo bem. São 15 dias em que se acompanham as negociações, se debate pelo corredor, produz-se conteúdo jornalístico, abaixo assinados tipo Avaaz e os jovens ainda pensam em algumas ações que podem realizar pela cidade e estratégias de mobilização para a grande marcha tradicional que acontece mais pro final. Alguns representantes e grupos conseguem breves reuniões com negociadores e colocam alguma pressão para um afrouxamento da irresponsabilidade e da cegueira. No último dia faz-se uma ação qualquer lá dentro em revolta com os resultados sempre insatisfatórios considerando as mais baixas das expectativas e aí muitos são expulsos da conferência. No último dia.

Eu nem fui neste último dia. Tive alguns problemas com a minha organização porque, no início da segunda semana, peguei 700 adesivos de uma campanha que estava sendo feita sorrateiramente lá dentro entre os próprios ativistas: “I <3 KP” (Eu amo Protocolo de Kyoto) e colei por toda a conferência, por todos os lados, atrás das câmeras da grande mídia, pedia para negociadores colarem onde eu não alcançava, fechava armários dos países que estavam dificultando ou sequer debatendo o protocolo… Eventualmente a polícia me pegou. Me levou ao secretariado e o chefe da organização veio para proteger sua relação com as Nações Unidas. Fui bastante repreendida. Não fui expulsa mas depois daquilo percebi que ali dentro, independente se é delegado, ONG ou empresário, estão todos articulados com aquele modus operandi que é confortável e seguro. Cada um finge que faz a sua parte e no final não passa de uma formalidade para não dizer que a humanidade está cagando para o ar que respira, a água que bebe e o planeta que habita.

A verdade é que estão todos muito confortáveis com esse universo das conferências e do movimento climático ambiental. Os governos e as corporações com seus modos de manipular e restringir a atuação além de investimentos mínimos em áreas e projetos pouco relevantes e as organizações e ativistas dependentes destes processos para simplesmente ter o que fazer. Como não temos nenhuma proposta melhor para salvar a natureza e sentimos uma ânsia por fazer alguma coisa, acabamos incidindo nestes processos seja para participar das negociações enquanto sociedade civil, seja para contestá-los. E é a mesma coisa: reuniões, encontros, cúpulas, comunicação, marchas, campanhas, design, mobilização e artivismo. Algumas ações de sabotagem aqui e ali.

Dois anos depois retorno para um cenário novo. Lima, Peru. COP20. Casa de Convergência TierrActiva, um espaço que se propõe a ser uma zona de convívio comunitário entre diversas pessoas e organizações, além de trazer um novo elemento para a luta: a transformação interna através de práticas espirituais e a explanação de alternativas e outras possibilidades de realidade. A proposta é muito boa mas a prática é a perfeita reprodução do que se vê no espaço oficial. Organizações que estão acostumadas a um modus operandis de reuniões, articulações, midiativismo, mobilização, marcha… E não tem a menor abertura para qualquer dinâmica de criação. Acredita-se, por algum motivo não comprovado, que esse é o caminho da mudança. Que um dia uma marcha vai mudar alguma coisa, que mais uma reunião vai mudar alguma coisa, que mais um debate ou mais uma crítica ao governo vai salvar o planeta e a humanidade. Um monte de ego sentado em círculo, pessoas que tem seus salários pagos simplesmente porque a crise climática existe debatendo logos e nomes para coordenação de grupos de trabalho.

IMG_1477

E fala-se sem parar sobre uma nova narrativa, sobre uma nova estratégia mas na praxis se faz o mesmo de sempre porque é seguro e confortável, porque assim que se aprendeu a fazer, assim que é feito deste 1945 e repudia-se qualquer proposta de fazer diferente. São 10 reuniões por dia, aceleradas para que se possa ter mais tempo livre para estar respondendo e-mails e combinando mais reuniões. Qualquer tentativa de conexão e profundidade é considerada perda de tempo, a mentalidade da produtividade capitalista se reproduz também nos círculos dos que querem contestá-lo o tempo todo. A superficialidade, a formalidade, a produtividade glorificada.

Yoga, meditação, práticas energéticas e rituais servem para decorar. Para trazer um momento de leveza e sacar unas fotos. É um momento de respirar para que as energias possam ser recarregadas e se possa voltar a fazer o mesmo. Tudo considerado muito bonitinho. Mas em nenhum momento visto como o caminho, como a solução. Como a tal nova narrativa.

É deprimente. Essa casa é o ápice do ativismo climático no mundo hoje. Por aqui transitam as maiores organizações, os maiores ativistas tão ocupados com suas reuniões e conversas de corredor, com as articulações de seus projetos que não tem um segundo para imaginar-se em outro cenário.

Eu gostaria de sentar para uma reunião de criação em 48 horas. Pessoas se fecham em uma sala e só saem de lá com uma ideia nova. Algo que nunca tenha sido feito. Gostaria de entrar em uma reunião não verbal. Gostaria de sentar em uma geodésica com artivistas e tomar mescalina antes de olhar para as cartolinas em branco na parede. Gostaria de sair daqui com um grupo ativista com o objetivo de montar uma ecovila/hacklab e estas pessoas vão morar juntas durante um ano informando sua enorme rede de todas as ideias e propostas de um novo movimento que surgem durante este convívio. Mas nada disso faz nenhum sentido para ninguém. O que faz sentido é mais um abaixo assinado. Mais uma reunião com negociadores. Mais uma fala em uma reunião. Mais um cartão de visita.

Estamos perdidos. Acho que precisamos de uma reunião para articular essa ideia.

The Jungle House Project

Jungle House Logo (preto)-01

1. Introduction

The main political activism and movements on the streets today are focused mainly on resistance, not growth. Their efforts are towards preventing the advancement of corporate interests over the common good, human and labor rights, nature devastation, concentration of knowledge in few dominating minds and lives of many, etc. The strategies of many collectives (institutional or grassroots) are composed of a menu of protests, manifestos, declarations, congresses, meetings, debates, critical approaching, policy training and endless networking. All these are well incorporated inside the actual system and are not effective strategies for a true paradigm shift. It’s as if, in the lack of better ideas or methodologies, these tools become self-fulfilling, and being discontent becomes an accepted aspect that justifies a reality that refuses to evolve and change. Online petitions and social networks campaigning help conscientize and organize more people towards resisting around one cause, and sometimes some politician is convinced to step back from a previous measure taken. Unhealthy or unsustainable products are exposed, and companies are forced to improve their products. Many citizens are saturated with information concerning slavery or environmental destruction by corporations, and boycott it’s services until some change in behaviour is observed. There’s basically so much to control and fight against that it seems that most of the political activism is busy cutting the edges of injustice, watching and reacting. In this mode, there is no time to imagine new ways of living, test new alternatives and create fresh paths in this mindset.

Even as we recognize the importance of the resistance and that it has in fact slowed down the devastation of the planet and corruption of life itself, it is clearly not enough. Slowing down does not mean changing it’s trajectory, and the corporate interests’ advancement on all common goods continues unabated. And still, there are so many people still completely disconnected to any kind of participation in society. It’s as if a big slice of mankind is fast asleep and these political issues do not affect or interest them.

It is important to start thinking about new models of living, new definitions of inter-relationship, new thinking strategies, new cultural paradigms that are interesting, happy and beautiful. A vision of a future possibility that is different from our own and that is worth awakening to. It seems that connecting collective living spaces, creating communities, traditional and ancestral knowledges, mystical spiritual practices, trance tribal dancing with permaculture, deep ecological consciousness, alternative banking, open software, decentralized solutions and media ideologies mixed with generous amounts of creativity, expression and art, something new may pop up. It’s the gathering of the many alternatives that have been slowly in the making for the past few decades, together in one space, in one narrative, in one plan.

We believe in the opening of a portal of possibility, through a collective experimentation of many alternatives at the same time. Set in a natural scenario and held within the timeframe of official conferences that gather activists from the entire world, we wish to be able to present another option besides official or parallel social movements, our current traditional (and disfunctional) options. We believe in creating a safe space and attracting the right people that might be able to rethink the future and make unseen connections between unexpected ideas.

  1. Jungle House History

http://gr0wy0ur0wn.wordpress.com/

The Jungle House was born in 2011, during COP17 (UNFCCC) in Durban, South Africa. It was a spontaneous gathering of activists involved in either the official conference or the parallel activities such as #occupy and the Peoples Spaces (Civil Society Zones) that were without sleeping facilities for financial or logistic reasons. This organically formed group found themselves staying in a collective community house that was reclaimed and repurposed into a flash hostel.

In South Africa, over 30 activists from all around the world came together, got to know each other and experience living in an international collective space, sharing ideas and merging projects. Beyond this, a networking strategy and real relationships were formed. The general feeling was that that gathering was no coincidence, those people were put together to meet and share new perspectives of the future and skills for some reason.

As the conference developed, the house became a HUB for more people than just those that were living there together. The Open Office meant people could update blogs, run online components of campaigns and research easily and for free. The space was also fitted to facilitate meetings, brainstorming sessions and networking parties. The rumor spread of this amazing free thinking place that gathered not only activists but artists interested in artivism and in new ways of connecting experiences and new ways of living in the planet. Perfect connection was made and other activists involved in the activities all around Durban came to visit and share. The result was unexpected and revolutionary. After the conference, this place was the mourning space for the failure of the negotiations over the Kyoto Protocol and other policies. Looking back, the activists had a vision that the projects and relationships built in the Jungle House were more meaningful and transforming that any other official or parallel event and that interconnecting activists from different backrounds with other knowledges such as art, dancing and spiritual meditation and practices could be the catalyst for a true awakening strategy and building of a new path for humanity.

Nobody is certain how the collective house became a project with a name. As spontaneous as the people that arrived, people started to refer to this place simply as the Jungle House because of the natural scenary in which is was built. The house had a wonderful wild garden and fighting for nature made much more sense while living in such connection with mother earth. Breathing clean air, having conversations around a fire, getting some sun during breakfast seemed to help activists enthusiasm during the rest of their official activities.

One of the major advantages was the true connection between activist focused on the official process, major groups and negotiations, with the paralell activities such as protesting, direct action and grassroots projects. It was clear that these two branches of forest defenders were not used to exchanging information and we were able to recognize a major gap between both visions and ideas for the way the planet was heading. In a very respectful manner, for days, the people were able to see their similarities and respect their differences and soon aligned to what matters most: we are all humans and humanity is at risk. How can we put out skills and ideas together, connecting not only our similarities but our differences?

With this question, the network that was formed during the three weeks in Durban decided to repeat the experience during the Rio+20 Conference (United Nations Conference on Sustainable Development) in Rio de Janeiro, six months after the Durban event. We wanted to see if the effect of collective living, experience exchanging between official and parallel activist and nature scenario would prove as efficient for rethinking our part in the planet, and how we participate in effective changing methods, independent of governments, politicians or institutions. After Durban, many fell in disbelief of the traditional methods of policy making and ended up connecting with the grassroots projects and started thinking alternative routes for change. So many were excited to keep the Jungle House alive as a learning and experimentation space of alternative possibilities of activism and world thinking. So Rio+20 would be the next experiment.

After 6 months, many of those that met in Durban made their way independently to Rio de Janeiro and in sunny Brasil, rented a house in a natural scenario, just like the previous experience. They financed the cost of rent with their own finances to allow the autonomous free thinking and experimentation to flow because autonomy was and will remain central to the ideas purity of intent. The basic components of living space, kitchen, open office and workshop/art space were included in this second installation. It was still too delicate a project to connect it with institutions or fit it in any proposal or idea that would not let Mother Nature herself organize the activities through the natural flow of events and people that came to the house. In order to allow the right people to come, those that could pay for staying at the house did, those that couldn’t also did and paid their stay using their talents at housing chores or sharing their skills. It was the first difference from the previous house, economical planning and abundance focusing. We also began thinking about alternative economical models that could be applied to our needs, solidarity economy was strongly planned for next house generations. Make it an open space possible to house anyone in equal terms and value all ideas and intentions the same.

During Rio+20, Jungle House 2.0 as it was autonamed, seemed to attract the right people, and many new activists came to learn more about the project and live together, creating and experimenting with fresh and new ideas and skills. Even though many were involved in the official conference, many were focused on the People’s Summit Youth Space and had many innovative and radical ideas. For many nights, long meetings in the house happened and people from  many countries around the world united to create a strategy that was called RioT20 (a completely non-violent network that defined direct action differently from what is commonly understood. RioT20 defined direct action towards awakening perspectives such as permaculture seed bombing and planting, trance dancing to connect with ancient tribal rituals, fire communicating, xamanic energetic practices, art producing, alternative economy, deep ecology workshops and free thinking interacting moments).

After Rio+20 it was clear that the model of this alternative space for living and learning was one of the most effective experiences for transforming people’s minds about the possibilities of the environmental movement, opening up not only eyes but hearts for new relationships with other people and with nature. The mystical feeling of the whole thing brought back ancient roots of civilization and made bodies ache for the long lost sensation that all is connected through an invisible network that is the universe. Each of the “direct action” extrapolations fulfilled their mission to make people feel instead of think. To win hearts instead of business cards, and to form a network of true friends that are activists and want truly to see change.

We are now ready to take the space to a new level. With delicate planning and funding we aim to make this alternative place a consistent learning and exchanging space for all activists, artists and others, present in the cities of the major conferences, to come and feel the other possibilities for the environmental movement and to open up hearts and minds to mystical rituals, deep ecology workshops and debates to improve the feeling of connection, not only to nature but to each other. All this will be accompanied by permanent media crew to register and spread all information about the events and new ideas. We specially want to focus on web radio shows, allowing people to speak their ideas in a informal communication methodology – talk show.

The major objective is to open minds and prepare and skill people to be the creators of the new world. Every single person that went through the Jungle House came out feeling more confident about their mission, their interests and their creativity. Many joined other programs, started alternative projects, invested in communication preparation and opened up for spirituality and connection to nature in new levels.

  1. General objective:

To open minds and prepare people to be the creators of the NU world by making the inside outside connections during environmental conferences.

3.1 Specific Objectives

  1. Collective living and community experimenting in a house set in a natural scenario that inspires and confirms our inherent connection to nature.

  1. Creative thinking and networking of ideas and different world views by housing as many different people from as many different backrounds as possible.

  1. Activities during the day that inspire new ideas and connections such as workshops, debates, permaculture, yoga, meditation, radio hosting, skills sharing, media producing and dancing.

  1. Permanent hacklab experimentation with different open software technologies, radio broadcasting, video making, social networking, writing and programing.

  1. Mystical practices to improve body consciousness and connection to the invisible and impossible, as well as regaining lost ancestral tribal practices that inspire future ways of community organizing such as dancing (electronic music), fire, rituals, space observation, astrology studies, storytelling and other mystical ancient possibilities.
  1. Methodology:

5.1 Housing

Collective living in community standards.

Day 1 – Opening Circle

Participants sit down in a circle to introduce themselves and share their expectations.

They set some rules for collective living if necessary.

People take on tasks as cleaning and cooking.

Times for meals are set.

One house meeting every 3 or 4 days to circle tasks and debate improvements in living situations. These ‘house meetings’ will operate within open and horizontally democratic consensus models.

Day 14 and 15 – Closing Circle / Assembly

Participants plan next steps, share ideas and compare results with expectations. This is a long conversations that will take 48 hours.

5.2 Activities

PERU [COP20] PROGRAM (this is a base but open activity submissions will be sent through relevant networks)

December 2014

01 – Opening Trance Ritual

02 – Day 1:

Opening House Circle

World Café of Four Elements (Fire, Water, Earth, Wind)

FIrst Radio Transmission – Presentation of free radio movement and organizing of programming schedule

Vegan cooking class to prepare dinner

03 – Day 2:

Debate: Official x Parallel Conferences

Roundtable: Permaculture

Workshop: Permaculture Flower

NU World Brainstorming

Tibetan Night Ritual

04 – Day 3:

Mayor Group Inside Outside Debate: Children and Youth

Recovery from Western Civilization

Children: indigo, crystal

Alternative Education

NU World Brainstorming

Night Ritual

05 – Day 4:

Mayor Group Inside Outside Debate: Indigenous

Deep Ecology: A New Paradigm

Practice of the Wild

NU World Brainstorming

Night Ritual

06 – Day 5:

Mayor Group Inside Outside Debate: Rural

Cultured or Crabbed

Ritual – The Pattern that Connects

Modern Enviormental Consciousness

NU World Brainstorming

Night Ritual

07 – Day 6:

Mayor Group Inside Outside Debate: Women

Ecofeminism

Ecocentrism and the Anthropocentric Detour

Ecosophy

NU World Brainstorming

Night Ritual

08 – Day 7:

Mayor Group Inside Outside Debate: Business and Industry

Equality, Sameness and Rights

Animal Rights

Leaving Earth: Space colonies

NU World Brainstorming

Night Ritual

09 – Day 8:

Mayor Group Inside Outside Debate: Local Authorities

Transhumanism

Artificial Inteligence

Robots

NU World Brainstorming

Night Ritual

10 – Day 9:

Mayor Group Inside Outside Debate: NGOs

Bioengineering

Tecnoxamanism

The human body potential

NU World Brainstorming

Night Ritual

11 – Day 10:

Mayor Group Inside Outside Debate: Scientific and Technological Community

The collective uncountious

Sincornicity, sensibility and telepathy

Trance Movement

NU World Brainstorming

Night Ritual

12 – Day 11:

Mayor Group Inside Outside Debate: Workers and Trade Unions

Modern Tribes

Ancient Living today

Open software movement

NU World Brainstorming

Night Ritual

13 – Day 12:

Internet privacy

Copyright, copyleft, creative commons

Solidarity Economy

Bitcoin

NU World Brainstorming

Opening of Trance Festival

14 – Day 13:

All day Trance festival with xamanic rituals

15 – Day 14:

Opening of closing debates and planning of the future

16 – Last Day

Closing of debates and planning of the future

Everyday:

Ayurveda, vegan and raw meals

Xamanic Morning Practices for Body Energy and Connection

Yoga, Qi gong

Meditation

Astrology and Tarot readings

Permanent fireplace with circular firekeeper

Radiostation open mic and scheduled programming

5.3 HACKLAB

Open Office

One of the key components of each JungleHouse space has been the ‘Open Office’. By creating and hosting an open office with free internet connection and desks/stationery/calenders, the space facilitated synergetic harmony between media projects as well as rapid development of platforms/ media campaigns. The Open Office allowed many people to update blogs, translate material, post pictures and reports to engage with the world. In COP17, we set up an independent media lab at a local university, which allowed you tube videos to be edited and uploaded using powerful machines and solid internet connections. In Rio+20, we noted that the Open Office allowed more material to be translated, as this became integral at some late stage of the conference. Even during the Nomad Experiments (JH2.2), having a connection to the internet and being able to share it proved to be a powerful enabler.

The Hacklab forms another important element of the JungleHouse project, as it brings people together under the search for knowledge and sharing. It will facilitate more quality media being released, more networks being activated and a quicker dissemination of information while experimenting with decentralized information technologies.

The Radio Station

The Radio Station is a powerful symbol of freedom of movement of ideas and sounds. During the major convergences that the JungleHouse projects are executed, we wish to have an autonomous news channel where we can spread ideas, share stories and broadcast our message to the world. The Station will be an internet station with the entire suite of social media tools attached to help share and spread information accurately and consistently. The external media platform (blogsite/website) will be built to facilitate exchange and encourage discussion through forums and comment blocks.

The station will also want to have a physical transmitter to broadcast around spaces associated with the conferences.

Content will be produced from the JungleHouse events and talks, including but not limited to interviews and reports from civil society, the Major Groups and global citizens at large. The channel will also be made accessible and available to people gathering inside and around the conference and it’s themes, an open platform for people to share stories and present ideologies and potential solutions. The radio format also allows us to incorporate music, which is an essential element of connectivity and consciousness evolution.

The radio station portal platform can be activated to produce content between and leading upto conferences, including post-analysis.

The ArtSpace

 

It is beyond contemplation as to how essential pure creativity is, to these processes. Each JungleHouse has had dedicated ArtSpaces, where painting, building, fashion and other creative artforms were employed towards creative actions, manifestations and the Global Day(s) of Action.

The ArtSpaces have enabled the creative community that flows and forms around JungleHouse spaces to support a wide range of civil society and direct action groups in their quest to tell their own stories. We see this module of functionality always having context and remaining vital to activating and harnessing creativity into the re-definitions we are all working towards.

5.4 Time

As a NU World-focused HUB, we believe that the relationship with time must be the first shift. Alternative timing will be manifested.

  1. Outputs

It is impossible to expect a specific outcome of the project since our intention is to let the new  happen and we cannot predict what we don’t know. What we can and want  to do is to create the perfect environment for creation and understanding  of alternative paths for a better future. Our best output scenario would be to create a roadmap plan to expanding the JungleHouse model to other countries and conferences and creating a global movement of new world thinkers and planners. It would be a great dream to get a vision of this new world order and to be able to tell this story, spread the news of the creation of a new global civilization.

The media center will produce many texts, blogs, articles, photos, videos and radio podcasts to be collated into a media package downloadable through the internet.

Texts and pictures can be organized into a publication.

  1. Applicability across regions and disciplines

Our intention is to multiply this experience to as many places as possible. We can put together a “Grow your own JungleHouse” toolkit to expand the model through the world. As this is a multidisciplinary project, it’s main objective is to connect all knowledge and ideas in a decentralized and openly accessible manner, helping to test and create permanent solutions.

  1. The Jungle House Process (PERU to Paris)

Previous experimenting houses, mixing models:

1.0 COP17, Durban, South Africa

2.0 Rio+20, Rio de Janeiro, Brasil

2.1 World Social Forum, Tunis, Tunisia (incomplete)

2.2 Nomad, Coast of South Africa

2.3 Jungle CobHouse, United Kingdom

2.4 Urban Collective Hub Stellenbos, South Africa

The Project reaches maturity and gains form and structure for planning and implementing further, opening the idea for institutional support and funding and organizing the crew:

2.5 COP20, Lima, Peru

The bigger picture focuses on COP21 (Paris) but in order to have the perfect Jungle House experience ready for that conference we have agreed to a one year preparation plan that starts in COP20, Lima. This house will be the first space with months of ahead planning, open applications for workshops, defined program and communication strategy. In order to test all possible gaps in the model and to observe the results and how they can be improved in the future. This is a laboratory for the evolved version of the project.

2.6 Preparational upcoming convergence (potentially World Social Forum Tunis 2015)

2.7 Preparational upcoming convergence

After Peru, we have planned other two smaller experiences in different continents in strategical time periods yet to manifest, hopefully with the Peru closing and next steps assembly. These are focused on learning new skills and networking more people from different backgrounds and expertises.

2.8 COP21, Paris, France

At COP21, Jungle House will serve as a safe place for presenting alternatives and making outside decisions to compare with official negotiations and future proposals. We hope to encourage many people to take the environmental crisis seriously and at the same time fall in love with nature and the connection possibilities it provides. Final closing and next step assembly hopefully leads to the decentralized spreading of Jungle Houses all around the world.

2.9 Worldwide (where people use models developed and shared, and add their own to create multiple iterations of JungleHouse’s uniquely suited to its environment)

3.0 Final Jungle House

The world is saved.

During this year between conferences the permanent communication platform and radio station launched in Peru will be active and working on connecting with activists inside and outside the conference, following negotiations, debating on Major Group decisions and networking alternatives for the Paris experience.

O Movimento da Natureza

Cheguei ontem em Lima para colaborar com a Casa de Convergência TIERRACTIVA que, em um nível energético, é a Jungle House da COP20, Conferência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas. Essa casa é um espaço de convivência autônomo temporário que pretende trazer para o local da negociação outras formas de se organizar e soluções alternativas para a crise ambiental. Soluções que passam pela cura interna, pela conexão com a natureza e recuperação do animal humano que está adormecido no meio de tanto conforto dentro de nós além das propostas políticas alternativas da auto-gestão, horizontalidade, vida em comunidade, consumo consciente, alimentação sustentável, moedas solidárias (com especial atenção para o crescente BitCoin, a moeda virtual), comunicação livre e outras tantas iniciativas que pipocam por la calle que, encontram na casa o espaço para convergir e, quem sabe, ganhar alguns corações desse torpor dessa luta política institucional que só canaliza energia pra frustração e não dá em nada.

1512318_758472367565696_567333137313840648_n

Comecei o dia varrendo o telhado onde estarei acampando e acabei criando uma intenção para essa limpeza, decidi que estava limpando a poeira do movimento ambientalista e a minha própria poeira interna com esse movimento que tanto me decepcionou no passado. Foi bem difícil viu… Me senti limpando uma praia de tanta poeira acumulada. A casa estava fechada há muito tempo. Após 2 horas varrendo intensamente, percebi que a poeira pode levar algum tempo para se limpar. E que vamos acompanhando essa limpeza ao longo dos dias… Será que eu conseguirei limpar toda mágoa, toda decepção, toda desconfiança do outro nesse processo? Saberemos…

Enquanto eu varria, refletindo sobre o movimento, coisa que não fazia há um bom tempo, tive uma realização que vai arrepiar alguns cabelos por aí. A esquerda socialista, comunista, seilaoqueista, vem tomando o discurso ambientalista como seu novo palco. O ecosocialismo é o discurso através da qual a esquerda vem se reerguendo e dando mais visibilidade para as ideias anacrônicas que defende. (Não me acusem de direitista, antes ideias anacrônicas do que ideias demoníacas que limitam toda potência do ser humano pelo lucro) Mas, sabe, hoje percebi que estes dois discursos não podem se juntar, não se pode trazer o método das lutas para o movimento climático como está sendo feito há anos. Porque a natureza não fala essa língua do ranço, da luta, do ego, da injustiça e nem da igualdade. A natureza produz singularidades, não existe uma árvores igual a outra, nem um ser é igual ao outro, nenhum homem é igual ao outro. Um mundo em que todos fossem iguais seria o mundo mais chato de todos os tempos! A natureza também não está em luta, não tem ranço, não tem logo, não tem instituição… A natureza está em festa! Os pássaros cantam. Os seres se reproduzem. Essa é a essência da natureza. Claro que ela está sendo devastada mas alguém a viu protestando? Esse momento VAI chegar quando ela atingir seu limite de sobrevivência mas até lá, ela segue dando amor, segue doando, segue sendo a grande mãe. O que nós fazemos com ela não é amoroso mas ela continua nos amando, nos alimentando…

O verdadeiro movimento ambientalista é um movimento essencialmente feliz, amoroso e sutil. Ele é um movimento sem nome. A natureza é sempre “a natureza” e isso a define em toda sua grandiosidade. O movimento dela tem que ser parte dela, parte da natureza. Não é mais uma organização, mais um logo, mais um projeto, mais uma redução de danos. E como esse movimento pode ser criado? Ele já existe, ele está dentro de cada um de nós, escondido dentro do nosso lado que se identifica como parte da natureza, ele está em nosso animal. Precisamos recuperar nosso lado selvagem, tribal, ancestral. Precisamos voltar a ser bicho. Uma onça não é um bicho incrível? Um lobo? Uma águia? Uma baleia? Não são incríveis? Nós somos o bicho com mais capacidade de ser incrível, se deixarmos de viver para a nossa mente. Nos tornamos tão intelectualizados que nossa vida se resume ao que conseguimos pensar. Um animal não tem mente, ele é puro instinto. Nós temos isso dentro de nós e, como bônus, temos a mente. Precisamos deixar de ser o bônus.

Para salvar a natureza, precisamos pensar como ela. Lembrar dela constantemente. Não nos separar dela. Ela tem que fazer parte do nosso ser. Precisamos agradecer a comida. Reverenciar o sol e a lua. Trocar olhares comunicadores com cachorros e cavalos. Sentir. Descansar. Desconectar. E à partir deste novo estado mental, buscar soluções. Antes de restabelecer essa conexão com aquilo que nos move, como podemos acertar nos nossos movimentos?

Como unir as diversas iniciativas, projetos, logos e estratégias? Temos que nos unir na nossa humanidade, no nosso interno. O que nos une é uma meditação que fazemos pela manha. É um olhar apaixonado para uma flor que reconhecemos no outro. É uma rapidez de reflexo peculiar resultado do treinamento físico através do pranayama. É a flexibilidade e calma corporal da Yoga. Nos tornamos uma nova humanidade, criamos novos tipos de humanos: os terráqueos. Homens-animais. E uma vez neste novo estado humano resultado da vontade e disciplina, percebemos que vivemos em dois mundos. E que já não dialogamos com os que estão no estado mental do passado. É impossível.

Precisamos espiritualizar o movimento ambientalista. É isso.

Parece que limpeza começou. Voltei a sentir.