Às vezes é difícil chegar aqui no instagram 30kgs acima do meu peso.
Todo mundo é tão magro e lindo por aqui…
Mas meu corpo está contando uma história. Os corpos são muito metafóricos, é bonito aprofundar isso no trabalho corporal.
Eu passei a pandemia isolada em um pequeno vilarejo em cima de uma montanha há um continente de distância da minha casa, família e cultura.
Passei por processos muito profundos e difíceis muito sozinha. Em uma terra sagrada que amplifica tudo que temos dentro – luz e sombra.
Foi intenso.
E eu construí uma casinha ao redor do meu corpo. Um espacinho seguro. Uma coberturazinha de proteção. Um esconderijo. Uma distância um pouco maior entre eu e minha realidade. Um abraço mais molinho.
A comida me deu calento. Trouxe calma para emoções que não tinham escape. Supriu uma falta.
Eu me permiti. E não me arrependo.
O corpo que me protegeu há 2 anos atrás, hoje se tornou mais uma iniciação. Que vem me ensinando tanto sobre saúde, desintoxicação, disciplina, ritmo, respeito ao meu tempo, hora certa. Me obrigando a estudar muito e a sustentar uma imagem menos aceita.
Estou feliz comigo mesma porque honro muito o que vivi. Honro a escolha de mim do passado que precisou muito disso. Em algum nível, eu do presente disse pra mim do passado: deixa comigo. Eu resolvo.
E aqui estou eu. No insta. Na praia. No ensaio fotográfico. No espelho. Sem um pingo de julgamento. E muito muito amor e respeito próprio.
Me amo.
Eu mereço.
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