Alma x EGO

Vimos que o EGO se apropria da função seletora da alma.

A personalidade é o resultado da combinação de todas as informações deste campo energético. A alma é aquela que organiza e seleciona essas informações. Porque uma pessoa pode mudar pra sempre ao ir em um musical na Broadway, decidir tornar-se atriz e jamais retornar para o seu vilarejo enquanto outra pessoa pode ver o mesmo musical e achar monótono? Porque uma pessoa ama comer peixe e outra não pode sentir nem o cheiro? (…) Quem foca, quem faz essa seleção é a alma. É algo que vem de dentro. O que te toca, normalmente é o que toca a alma. A alma então vai selecionando o que guardar e o que deve ser você, a personalidade que vai ser uma interpretação dessas informações durante essa vida.

A alma faz a seleção à partir do seu propósito na terra. Ela vai organizar e escolher as informações ao seu redor que vão moldar a sua personalidade de acordo com tudo que você veio pra realizar aqui. A alma é aquela que vem também com ferramentas especiais para essa missão, o que chamamos de dons. Canto, dança, escrita, capacidade analítica, gosto pela ciência, corrida veloz, ginga no futebol, pele extra entre os dedos para os nadadores, corpo esbelto, corpo forte, corpo cheio, ser hétero, gay, negro, branco. É ela também que escolhe a família e as condições em que se nasce já criando sua estratégia do jogo da vida que tem o seu propósito como objetivo. Ela que dá as cartas que temos nas mãos durante toda vida. Aquele é o nosso jogo por ela selecionada.

Ela também sabe que o processo de separação e formação do EGO faz parte do jogo e não vai se desesperar por causa disso. Antes de você chegar, ela já fez acordos e criou situações que vão se repetir ao longo de toda sua vida com objetivo de te lembrar dela e do seu propósito. São momentos difíceis normalmente porque eles sempre vão de encontro com a personalidade falsa criada pelo EGO.

Enquanto a alma seleciona à partir do ser de luz, aberto, conectado com a unidade da grande Alma que somos com foco no seu propósito, o EGO seleciona à partir dos alicerces da separação, proteção e medo. O EGO passa a criar uma personalidade por demais individualista, que só pensa em si em vários níveis. Que não consegue sequer imaginar uma vida de conexão e abertura. Escolhe focar naquilo que amedronta e assusta e assim se fortalece. Passa a ver o mundo como um lugar ruim, sente pena de si mesmo o tempo todo, considera-se vítima, não se responsabiliza pelos seus atos, não acredita que tem o poder de criar sua realidade, acaba fazendo escolhas baseadas na criação de um mundo fechado à quatro chaves.

As pessoas com o EGO por demais inflado, cheio de ideias, informações e crenças que alimentam a própria ideia do eu, na verdade, são as que mais estão desconectadas de si verdadeiramente. Desenvolveram o que chamamos de personalidade falsa. Elas estão fixadas naquela “ideia” de quem são. E  o EGO continua fazendo mais escolhas e seleções em seu exterior e se construindo. Aquela função primordial de se proteger do sofrimento de uma abertura e confiança plena que pode vir a gerar frustração ao ir de encontro com outros que estão vivendo no EGO, dá lugar então à uma nova função. À função de assumir o controle total sobre a personalidade e descartar a alma.

A diferença são os mecanismos de seleção. Por exemplo:

A pessoa entra para ver um filme em que Aliens invadem a terra para nos presentear com um novo meio de comunicação onde o tempo não é linear. Se essa pessoa está conectada com sua alma e faz parte do seu propósito pensar comunicação ou tempo ou linguagem, ela vai se apaixonar pelo filme, prestar muita atenção, ver novamente, buscar referências. Mas a mesma pessoa, conectada com seu EGO pode ficar com medo dos aliens, ficar lá achando que isso nunca aconteceria, que o nariz novo da atriz não está tão bonito, que a espaço nave é pouco verossímil… O EGO fica tentando se proteger porque sua base é o medo da mudança, do novo, do instável, da abertura. Então qualquer imagem de novidade, de algo que saia da zona de conforto gera medo inconsciente e vai ultimamente cair no mecanismo máximo de defesa do EGO: o #julgamento.

Aquela pessoa tem o mesmo propósito com alma ou com EGO. Mas o EGO já a separou há tanto tempo disso, ela já vive há tantos anos ignorando todos os sinais que se repetem e ela se acha vítima da falta de sorte, está há décadas presa em uma vida na zona de conforto onde seu EGO a mantém protegida que muitas vezes pode até ter a ver um pouco com aquela sua missão. Era pra ser escritora e virou blogueira, era pra ser cozinheira michellin e está fritando batatas no McDonalds, era pra ser pescadora virou surfista… A alma ainda tenta burlar o EGO, a sensação do que fazer segue cheia de ruído mas está lá… Às vezes. Porque outras vezes era pra ser escritora virou bombeira, era pra ser cozinheira virou líder de movimento queer, era pra ser pescadora virou Sea Shepard!

E aí aquelas situações das quais ela se acha vítima, que se repetem sempre começam a se repetir mais rápido e com mais intensidade. Fica presa em dívidas por exemplo. Alimentando seu vazio e desconexão da alma com compras. Aí fica mal um mês e consegue pagar. Daqui a um ano fica pior, leva 6 meses sem sair de casa pra pagar as dívidas. Dali 2 anos, tem que ficar 2 anos presa em casa sem sair pra pagar as dívidas, não consegue nem pagar a televisão pra se distrair. Aí 3 anos, perde sua casa. Vira mendigo. E deve dinheiro pro traficante… Quando essa situação de dívida quer quebrar o EGO que alimenta se vazio e sua persona com compras. Mas a pessoa não entende as mensagens da alma e do Universo que quer sua partezinha livre pra realizar sua função.

Chega no final, o tempo acabou, nada foi realizado… Viveu-se uma vida no alicerce do medo, proteção e fuga. Quando tudo que se precisava fazer era perdoar aqueles EGOs que te frustraram inicialmente e desencadearam a construção do seu EGO. Relaxar, liberar os traumas e abrir o coração. Voltar a se abrir. Parar de focar tanto no “eu” e na separação. Se abrir pro novo, para novas ideias, novas informações que chegam, observar-se, observar o que seus padrões tem pra te ensinar… Tá tudo jogando a favor da sua libertação. É só conseguir tirar a venda do EGO e ver novamente com os olhos da alma.

A Alma Coletiva

Por causa da formação do EGO, nós perdemos o potencial de conexão da alma que é apenas uma pequena partezinha de uma enorme alma. Esta alma é a alma coletiva do planeta terra. Todos os seres humanos são pequenas partezinhas de uma única alma que está viva dentro de nós. Algumas partes dela estão aqui encarnadas, outras estão aguardando seu momento. Algumas vem como ser humanos, outras como árvores, outra como jaguar, outra como aranha, outra como pedra… Ela é uma grande alma que escolhe se separar em pequenos pedaços para se conhecer melhor, ter diversas experiências. Assim como o corpo humano é feito de pequeninas células que trabalham sozinhas porém em equipe.

A Alma coletiva também guarda todas as informações de todas as suas experiências. Enquanto separada, faz essa seleção para se conhecer melhor à partir de suas escolhas individuais, porém quando ela se conecta, ela viveu todas as experiências sem seleção. Tudo que já foi criado, tudo que já foi sentido, tudo que já foi amado ou odiado está neste campo energético que é o campo da terra. Ela sabe de cada movimento que já foi dado desde a primeira célula que surgiu no planeta há milhões de anos atrás.

Além de experiências e conhecimento produzido no passado, a terra guarda sabedorias que estão muito além do nosso conhecimento atual. A terra não tem tempo, não tem linearidade que é uma criação da nossa 3a dimensão do espaço – tempo. Muitas vezes, um campo, mesmo individual humano, pode guardar também experiências futuras. Muitas vezes os planos que temos, nossos sonhos, nossos desejos pro futuro tem a ver com informações no campo que estão nos guiando para aquilo que já está marcado lá – isso é o que alguns chamam de propósito ou destino. A terra também já tem todo seu futuro em seu campo e deseja manifestá-lo, assim como nós desejamos manifestar nosso propósito.

A terra muitas vezes pode guardar sabedoria que não são nem deste planeta porque está se relacionando através do seu campo energético com outros planetas também. Estas informações nos chegam através da astrologia. Se um ser humano único pode ser influenciado pelos planetas, imagina um planeta inteiro. Eles se equilibram e se mantem em posição eternamente. Às vezes um período de transformação de um planeta, inicia uma cadeia de transformação em todos eles. Que é mais ou menos o que estamos passando agora. O Universo inteiro está em transformação, galáxia por galáxia, planeta por planeta, pessoa por pessoa. (Olha que lindo! Você é um agente de transformação do Universo inteiro!)

A sabedoria também vem de outras dimensões. Dimensões onde vivem outros seres como Anjos, Deuses, outras versões de você, outras possibilidades de vida e criação. Dimensões que são regidas por outras leis e por isso, permitem ou não determinados tipos de conhecimento e criação.

Tudo isto está no campo energético da terra onde você vive como um peixe, mergulhado no meio de isso tudo sem ter consciência disso. E com muito pouco acesso a isso, especialmente quando não tem acesso a sua alma devido à forte formação do EGO. A sua alma é uma partezinha desse campo energético e está conectada com ele o tempo todo, porém o EGO não permite mais essa conexão então acabamos nos limitando e limitando nossa capacidade de acesso à essa quantidade de sabedoria que nos rodeia o tempo todo.

A formação do EGO

Tudo que existe é energia e vibração. Algumas vibrações mais densas são a matéria. Uma cadeira é energia muito densa vibrando, o fogo é um tipo de energia menos densa, que se movimenta mas pode ser vista e mantida em um espaço limitado. Energia elétrica, um pouco menos densa, já não pode ser vista em seu estado puro, é necessário um tipo de energia mais densa – um aparelho eletrônico – que a transforme em luz, calor, imagem, som, etc. Menos densas ainda são as energias do sentimento e do pensamento. No caso, os aparelhos transmutadores somos nós que ingerimos energia natural dos alimentos, transmutamos em energia vital no nosso corpo e usamos essa vitalidade para produzir novos tipos de energia como cheiro, voz, música, trabalho, criatividade, amor, raiva, tristeza, ideias, etc. O ser humano é um transmutador natural de energia da natureza em energias do presente.

Os aparelhos eletrônicos e nós, animais, temos isso em comum. Somos ambos transmutadores de energia. Nós, da natureza, os objetos, elétrica (que não deixa de ser energia natural transmutada através de processos tecnológicos – hidrelétrica, eólica, solar, etc.). A diferença porém é que a energia que nós seres humanos transmutamos não é descartada após o uso todas as vezes. Muitas vezes acumulamos experiências, memórias, ideias, projetos, crenças, etc. no nosso campo energético que alguns chamam de aura. Independente da nomenclatura usada, este campo é o nosso HD energético que guarda toda nossa história dessa vida e de vidas passadas. Assumimos aqui que a alma é a energia base de todo ser humano e é eterna, nunca nasceu e nunca morrerá. Esta alma já passou por muitas experiências na sua missão de tornar-se mestre do amor – função de toda alma encarnada no planeta terra. É ela que carrega o HD onde quer que vá. Ele tem toda informação que já o marcou em algum período de tempo em qualquer vida que tenha passado.

Muitas vezes algumas informações neste campo energético influenciam o nosso presente. Crenças ou vidas passadas podem marcar-nos profundamente e passarem a agir como filtros da realidade presente. Se morremos atacados por um enxame de abelhas, podemos nascer novamente com um medo terrível de abelhas sem saber porque. Se desde que somos pequenos fomos criados no paradigma da escassez, os pais estavam sempre lutando por dinheiro e passava-se fome em casa, podemos passar o resto da vida, mesmo tendo muito dinheiro, acreditando que não o temos ou que estamos com fome o tempo todo, mesmo de barriga cheia. Às vezes algum projeto o qual dedicamos uma vida inteira não deu certo, ou morreu-se antes de realiza-lo e por isso, nesta vida, evitamos criar algum projeto próprio para não passar por tamanha frustração novamente. Todo tipo de informação está neste campo, até coisas mais simples como um seriado que se assistiu há 10 anos atrás, a letra de uma música do filme da Disney que se via quando era criança, uma frase injusta de alguém do trabalho, um término de namoro difícil… Tudo fica no campo, criando o que chamamos de personalidade.

A personalidade é o resultado da combinação de todas as informações deste campo energético. A alma é aquela que organiza e seleciona essas informações. Porque uma pessoa pode mudar pra sempre ao ir em um musical na Broadway, decidir tornar-se atriz e jamais retornar para o seu vilarejo enquanto outra pessoa pode ver o mesmo musical e achar monótono? Porque uma pessoa ama comer peixe e outra não pode sentir nem o cheiro? Porque eu vejo um filme e passo a copiar o estilo de uma personagem e outra pessoa vê o mesmo filme e foca na frase engraçada que o ator principal falou? Quem foca, quem faz essa seleção é a alma. É algo que vem de dentro. O que te toca, normalmente é o que toca a alma. A alma então vai selecionando o que guardar e o que deve ser você, a personalidade que vai ser uma interpretação dessas informações durante essa vida.

É claro que esse processo tem seus desequilíbrios, que chamamos de EGO. O EGO é uma barreira que vai se desenvolvendo ao longo da vida. Ele nasce como uma proteção por causa de traumas. Quando somos crianças, praticamente tudo que somos é alma, a personalidade ainda não se formou – ela passa a vida toda se formando e transformando de acordo com novas seleções da alma. A alma está sempre muito aberta para qualquer experiência, ela está aqui para isso, experimentar. Só que, muitas vezes, essa abertura esbarra na separação do outro. Sentimos dor, frustração e sofrimento quando mergulhamos de cabeça em alguma experiência e por causa disso começamos a desenvolver a separação, o EGO. A ideia de “eu”. Quem sou eu e quem é o outro. Nós não somos conectados, eu não entendo o outro, eu não sei o que o outro está pensando, eu me fecho aqui dentro do meu mundo para tentar prever e evitar qualquer situação de sofrimento que a minha abertura natural pode provocar. Até que chega a um ponto que estou totalmente seguro porque não tenho mais nenhuma abertura natural, abri mão de toda minha espontaneidade para não mais sofrer. É um ciclo vicioso porque o EGO está na verdade fazendo uma escolha por um sofrimento maior – a dor da separação. Do outro e de sua alma.

O EGO então, quando bem formado, passa a assumir o papel da alma e começa ele a fazer as seleções do que deve ser focado e guardado. Passa a ser o criador da personalidade. A personalidade passa a tomar pra si essa necessidade de separação do outro como sua base, toma para si o medo do sofrimento, a ameaça do outro como alicerce de todas suas outras características porque estes são os alicerces do EGO. E assim novas informações vão sendo guardadas neste campo energético, gerando novos filtros para a realidade presente. A personalidade se afasta profundamente da alma e uma dor sutil acompanhará toda sua vida sem que ela saiba o que é.

E assim nos separamos da nossa alma por toda uma vida se não tivermos o privilégio de tomarmos consciência desse processo em algum momento.

Ela foi mesmo 2.0

Me mudei pros United States of America em pleno governo Trump.

Forgiveness is the Shield of the Heart

Me apaixonei por um menino de 21 anos. Nós dois morávamos e trabalhávamos no mesmo Backpacker na África do Sul – Mantis & Moon, Surf and Yoga Camp. Éramos os bartenders de um dos maiores party hostels que já pisei. Todos os dias eram festas enlouquecidas, meninas nuas na jacuzzi, homens sem camisa na pista, todos de roupa na piscina, gringos caídos pelos caminhos de madeira no meio da selva, vizinhos chamando a polícia… E a gente lá, servindo, tocando, dançando, se esbarrando…

Sei que numa dessas noites embriagadas, dormimos juntos! Nada demais… Mas eu logo me apaixono. Ainda tenho tendências imaturas quando entramos no assunto relacionamentos. Há 5 anos não namoro então parece que parei no meu último relacionamento – eu tinha 24 anos! De lá pra cá parece que as regras todas mudaram e eu não sei mais brincar. Não é por acaso que atraí um menino de 21 anos né? Tô nessa idade afetiva ainda…

Sei que, ele não quis mais nada comigo. E eu entendi. Quanto mais vou entrando pra cura do sagrado feminino, menos me posso dar ao luxo de entender esse tipo de comportamento mas a culpada fui eu que só vejo luz quando escolho só ver a luz e ignoro qualquer dica de que não vai dar certo. Então eu entendi. Aceitei seguir amigos mas não deixava de sempre comentar sobre meus sentimentos reprimidos com as meninas (minhas amigas!) que moravam e trabalhavam conosco. Eu dividia quarto com uma holandesa e uma grega.

Até que no dia do aniversário da holandesa – que dormia na cama de cima da minha beliche – era aniversário dele também e os dois fizeram uma festa conjunta. E se pegaram. Na minha frente. Depois foram pro meu quarto, transar na minha cama. E eu entrei no quarto na hora. Saí, respirei. Entrei de novo tocando o caralho.

No dia seguinte parti daquele lugar. Em um processo super impulsivo que me ensinou muito muito muito de mim mesma.

Pra começar, minha tendência de abandonar. Porque tenho registros de abandono da parte do meu pai, normalmente quando quero magoar, me vingar, dar aquela ferroada esperta do escorpião, a minha técnica usada é o abandono. Porque é a pior coisa que já fizeram comigo e eu quero fazer essa pior coisa com os outros. Só que essa tendência a abandonar muitas vezes me afeta mais do que qualquer outra pessoa. Já saí de processos tão intensos antes do fim porque fui magoada e queria me vingar. Já saí de relações, de amizades, de faculdades, de projetos, de grupos políticos, de empregos, de lugares queridos… É um padrão meu que estou agora no foco de curar.

Como cura? Parando de abandonar. Como será isso? Não faço ideia. Vou tentar começar agora. Trago relatos no futuro!

Mas esse abandono específico foi o primeiro a me trazer consciência de um padrão. Então já valeu! É o início da cura e da mudança consciente.

Voltando pra história, sei que fui para em Coffee Bay, sozinha, em outro party hostel. Mas odiei! E comecei a sentir minha energia mudar, minha frequência baixar, meu estado se alterar. Não queria falar com ninguém, não queria mais me abrir, não queria mais fazer amizade, não tinha nada pra celebrar… Eis que percebi que ia perder tudo o que curei no Mantis que foi tudo a ver com abertura e confiança na bondade do outro.

A única maneira de proteger meu coração e minha cura era… advinha… perdoar. Forgiveness is the shield of the heart. Foi nesse dia que o mar me ensinou que o perdão é o escudo do coração. Somente com o perdão ele não se machuca. As coisas difíceis vem e vão mas se perdoamos elas não afetam nossa capacidade de amar. A falta de perdão não estava afetando ninguém além de mim mesma que ia perder curas e qualidade energética. Ia ficar presa em pensamentos negativos e tristezas desimportantes durante toda vida talvez?

E aí entramos no perdão hein. Como é difícil. Uma arte ainda não totalmente dominada por mim mas tenho me aproximado cada vez mais dela. Perdoar é não esperar nenhum tipo de retaliação ou reparação pelo acontecido. Perdoar é não é fingir que nunca aconteceu, é lembrar mas simplesmente não esperar nenhuma compensação, vingança ou até mesmo pedido de desculpas. É simplesmente deixar ir, deixar passar… Não é humilhante. É nobre. É simples. É humilde. E, acima de tudo, é por você mesmo. É para que você não sofra. Não tem nada a ver com o outro.

Levou alguns dias pro meu coração perdoar mesmo mas desde o momento que o mar me ensinou, boom, um alívio enorme e já senti todas as energias negativas aos poucos me deixarem. Ainda me levou mais de um mês pra ele abrir de novo. Mas seguiu bem menos fechado do que estava quando cheguei no Mantis então a cura permaneceu apenas pra ser fortalecida por esse processo e outros que passei nesse mês.

Viu como de uma experiência simples de um moleque e uma amiga traíra dá para aprender lições maravilhosas que mudam as nossas vidas pra sempre? É só não resistir, não entrar nesse estado permanente de luta com a vida. Aceita que dói menos. E acredita: sempre tem um aprendizado importante. Sempre.

Fazer o quê na cidade grande?

04:55 da manha. Cidade grande, Rio de Janeiro. Cheia de energia pra ir viver de verdade e nada pra fazer que seja real. Parece que aqui a opção é comer, beber, ver televisão, encontrar com os velhos e repetitivos conhecidos para aqueles velhos e repetitivos papos. Nada me excita. Onde está a aventura? O desafio? O espaço seguro para explorar o desconhecido? Onde está a floresta?

Quase tudo na cidade se resume à experiência de consumo ou trabalho. Tudo fica longe e para ir de um lugar ao outro, tem que pagar. Pode ser ônibus, metrô, Uber ou táxi mas tem que pagar. Para se exercitar – ou se mora perto da praia e se paga o IPTU caro ou tem que pagar a academia, a Yoga, o Muay Thai, o Judô… Para se relacionar, tem que ir pro bar, comprar um vinho e ficar em casa, sair pra jantar, tem que pagar. Pra se distrair, ver televisão e entrar em contato direto com o programa do paradigma atual sendo implantado a cada fala, o que vai te dar vontade de sair e consumir, ou seja, pagar.

Pode-se ler se é que ainda tem-se espaço pra isso na mente embriagada pelos carboidratos e barulho incessante dos arredores. Não existe um minuto de silêncio na cidade, nem pagando. E quem tem tempo de ler quando a vida tornou-se a experiência de consumo? Não é interessante para o sistema que você fique em casa lendo (mesmo tendo comprado o livro). 1. Você estará se educando; 2. Estará gastando tempo precioso em que poderia estar consumindo.

É caro demais pra morar. E pra viver. O que te obriga a trabalhar cada vez mais pra sustentar esse estilo de vida.

O chão é de concreto. Não há um espaço para tocar os pés na terra e descarregar energia. E não quero nem entrar no assunto energético da cidade grande com seus acessos de negatividade compartilhada, greves, protestos, reclamação coletiva constante, falta de amorosidade, medo do outro, distância afetiva em geral e rituais desprotegidos de Ayauaska semanais.

Na cidade pequena, as pessoas se olham nos olhos e se cumprimentam ao passar umas pelas outras. Todos os dias de manha, pode-se exercitar na floresta, com pés no chão, mergulhando na cachoeira e acordando o corpo. Vai-se a pé pro trabalho. O trabalho é tranquilo. O aluguel é barato. Os amigos são muitos. Parece que todos nós temos um segredo: nós largamos a cidade e somos muito mais felizes aqui. Descobrimos o que nos fazia sofrer tanto. Um brinde.

Aqui é silencioso. Tem espaço pra ler, escrever, pensar, meditar, refletir, amar, ajudar, cozinhar no forno, se espiritualizar, se curar, descansar e até trabalhar bastante se for o caso. Uma coisa é trabalhar 8 horas por dia, sendo um escravo do consumo. Outra coisa é trabalhar 8 horas por dia quando se aproveitou em paz e equilíbrio as outras 8!

A cidade grande é um zoológico. Que atrai cada vez mais pessoas que acreditam que vão encontrar felicidade, oportunidade, crescimento, fama… O próprio capital demanda o acúmulo de muitas pessoas nas zonas urbanas para facilitar a exploração da mão de obra mas a maneira que elas chegam aqui nunca é porque o capital precisa. É porque elas são manipuladas a acreditar que aqui vai ser melhor. Enquanto quem aqui nasce é manipulado a acreditar que a vida no interior nunca será tão boa quanto a vida na cidade. Se viciam em sua experiência de consumo que tomam por vida e assim ela passa…

Mas alguns acordam. Alguns desconfiam. Alguns sentem que a vida é mais que isso e embarcam em uma busca que, se tiverem sorte e dharma, ultimamente os levará para a natureza, a comunidade e a experiência de vida.

Fazer o que na cidade grande? 05:15. Acho que vou ter que escrever outro texto…

Guardiões da Terra

Estive morando nas profundezas das florestas Sul-Africanas há alguns meses. No meu primeiro contato com a vida na floresta, eu não tinha a menor de ideia do que estava pra me acontecer. Eu estava prestes a acordar de um longo período de esquecimento da mais óbvia e real verdade da minha vida: eu sou um animal. Parece simples, uma realização que conscientemente podemos ter à qualquer momento e seguir nossas vidas com esse conceito científico do que somos. Porém acordar para a lembrança ancestral do que é ser um animal, de como ser um animal e das infinitas novas possibilidades de viver o mundo ao se assumir um animal mudou minha vida, meus sonhos e objetivos pelo resto da minha vida. Graças a Deus.

No início eu não entendia as reações do meu corpo. Eu não, meu próprio corpo não sabia interpretar a experiência de ser um animal! Eu dormia em uma casa sem banheiro, sem luz elétrica, cheia de aranhas, mosquitos, lagartas, sapos, bichos! Bichos! Bichos! Para chegar até minha casa, eu andava longas caminhadas no meio da floresta escura, sozinha. Ouvindo somente os grilos, os movimentos misteriosos na mata ali perto, uma vez até o rosnar do que pareceu ser um grande gato ou um enorme babuíno me deixou horrorizada. Nos primeiros dias eu sentia um medo louco. Não parava de pensar em cobras, escorpião, aranha… Achava que seria atacada à qualquer momento. Vinham pensamentos de perigo e fuga. Às vezes meu corpo sentia umas pulsões loucas por correr. Simplesmente sair correndo sem direção ou propósito de tanto medo que eu sentia. Aos poucos fui percebendo que meu corpo estava interpretando uma nova sensação que eu nunca tinha sentido. Estava confundindo essa nova sensação com medo e me gerando esses pensamentos e impulsos. Essa sensação veio a tornar-se minha preferida. É a sensação maravilhosa de ser um animal selvagem, solto na selva, compartilhando espaço com outras espécies. É um tipo de atenção, de vida, de alerta e instinto. Tipo: qualquer coisa pode acontecer à qualquer minuto. É ancestral, animal, inata de todas as espécies. É uma delicia. É sentir-se profundamente vivo, todo dia se torna uma aventura maravilhosa, por trás de cada momento, finalmente, pode-se enxergar o divino e sua criação.

Aos poucos o corpo vai assumindo uma parte muito maior da sua vida. Uma parte que antes era ocupada pela mente. Você precisa contar com ele o tempo todo porque não é a mente que vai saber se você está em perigo, se tem alguma ameaça ao redor. É o instinto. É o corpo que te avisa. Eu fui avisada das maneiras mais diferentes possíveis, várias vezes. Você começa a desenvolver o que seria considerado super-poderes por aqueles que vivem no zoológico da cidade grande há anos. Mas na verdade são só sentidos de proteção e instintos que não são necessários na cidade porque vivemos entre uma única espécie. Que outra espécie no mundo faz isso? E como sentimos falta desses super poderes. A vida inteira eu sempre fui mais gordinha, sempre senti uma fome enlouquecida, nunca consegui viver a base de salada para ser magra. Estava sempre faminta, independente do que comia. E agora, tive o privilégio de compreender do que era que eu sentia fome. Eu sentia fome de ser o animal selvagem que sou. Eu queria sair do zoológico.

Dormir sem luz elétrica ao redor também é uma experiência que muda a vida. Acordar no meio da noite pra fazer xixi e ter que ir ali na mata onde pode ter um animal fatal pode parece um pesadelo pra maioria das pessoas. Pra mim era pura aventura, pura vida, pura arte de viver. Além disso, a sua energia muda completamente longe da energia elétrica. Acredite ou não, ela tem uma vibração totalmente diferente da energia da natureza. Ela é muito mais masculina e agressiva enquanto a energia natural é mais feminina e calma. A natureza está se reproduzindo o tempo todo, sua energia é muito sexual também – criativa, criadora, amorosa. Aos poucos você vai renovando seu corpo energético, se preenchendo de energia da natureza e se sentindo em profunda calma e ainda mais sensível aos seus processos animais. Você começa a desenvolver seus sentidos, a sentir tudo muito profundamente e com calma, com alegria, com vida.

Acordar todos os dias e comer comida de verdade – leite direto da vaca, pão feito em casa, ovos direto do galinheiros… Não se sente fome mais o dia todo. No jantar eu comia uma coisinha só pra sentir um gosto. Você está preenchido da energia da natureza. Ela te alimenta. Não há mais ansiedade, não há mais fome. Só há amor, aventura e a sensação de que você está sendo profundamente amado e cuidado por ela. Trago boas novas: a Natureza está viva e ela te ama muito!!

Eu fazia 2 horas de trilha sozinha dentro da floresta todos os dias. Assim como os índios, você também tem a capacidade de começar a cultivar uma relação com a floresta. Você está muito mais alerta e sensível, sente a energia das pedras, desenvolve uma amizade REAL com as árvores que passam a te dar conselhos e responder suas perguntas à partir das sincronicidades. Elas te limpam, te dão energia e amor quando se sentem amadas e percebidas. Quando você se sente igual a elas, elas se sentem igual a você e passam a ser suas mais sábias amigas. Você começa a se apaixonar pelas pequenas percepções de que todo dia às 09:00 da manha, aquele sapinho sobe na pedra para pegar seu sol. As cigarras vem pousar no seu dedo e elas parecem ter saído direto de um filme da Pixar!! Aquela flor tem um cheiro maravilhoso! Aqui, dentro dessa pedra, mora um caranguejo fofo! E começa a criar um respeito tão grande por aquele ecosistema. Percebe que os animais estão tão melhores que a gente que se acha o rei da selva, sem nem saber o que é ser da selva!

Nos meus primeiros 3 dias vivendo nesse contexto, comecei a entrar em processo. Um processo de limpeza profunda, sem usar ayauaska, kambo, detox suco verde, pranayama… Só de estar ali e me permitir ser cuidada por ela. Eu tinha acessos de choro! Minha mente não fazia a menor ideia porquê. Ficava pensando freneticamente em outras coisas tentando me proteger, fofinha. Mas eu permiti. E com o choro, veio o vômito. Vomitava, vomitava… Menor ideia o que estava saindo mas consciente que era exatamente o que precisava sair. Provavelmente crenças familiares porque desde que cheguei lá comecei a pensar muito sobre a família, o que eu não estava fazendo at all há algum tempo. Senti energias há muito tempo alojadas no meu corpo sendo retiradas. Senti meus chakras sendo trabalhados. Me senti profundamente acompanhada.

Pedi pra árvore linda limpar meu útero, ela limpou. Pedi pra me ajudar com minha necessidade de que os outros gostem de mim, ela limpou. Pedi pra me ensinar sobre poder, ela ensinou. Pedi pra me esclarecer o que estava travando minha humildade, ela esclareceu… Até namorado, pedi e recebi. Sem necessidade de mestre, ashram, meditação, vivência, retiro… Só cultivando uma relação de profundo respeito e lembrança.

Minha mãe linda. Está viva! Mãe natureza. Pachamama. Gaia. Ela me ama tanto! Me ensinou tanto sobre amor também. Me mostrou que tudo é amor. Por mais difícil que seja aceitar: guerra é amor, roubo é amor, assassinato é amor… Calma. Vamos lá. A energia única e primordial de tudo no planeta terra é amor. Só que estamos aqui para viver a experiência do amor. E o amor tem infinitas distorções e tons. Tem o amor vibrando positivo. E a falta de amor vibrando negativo. Mas falta de amor, vazio de amor ainda é amor! Mas é amor. Cada vida experimentamos o amor de modo diverso: amor na família, amor com o parceiro, amor de uma grande amizade, amor por expressão, amor por comunicação, amor por dinheiro, amor por arte, amor por guerra, amor por sofrimento, amor, amor, amor… Estamos aqui pra aprender tudo sobre amor. O ser humano é o mestre do amor do Universo. E pra ser mestre se passa pelo amor em todas suas formas e distorções. A guerra, por exemplo, vem do medo – medo é a vibração extremamente oposta do amor. É amor vibrando o mais negativo mas é amor seu ingrediente.

E em realidade – o medo que sentimos o tempo todo pode ser sim uma distorção no nosso instinto! Da falta de animalidade que estamos vivendo. O medo que é um mecanismo de proteção da vida na floresta, selvagem, acaba vindo pra dentro e se tornando complexo. Estamos projetando no outro nosso instinto reprimido… Eu descobri que sentir medo em momentos reais, de vida: mergulhar em uma cachoeira sem ver o fundo, caminhar no escuro total no mato, dar de cara com um gorila, limpa o medo que sentimos o dia todo de tudo ao nosso redor sem saber direito porque. Limpa o medo de se relacionar, de se expressar, de seguir seus sonhos. Liberta você pra ir viver entregue pra confiança de que você está cuidado.

Esse assunto do amor merece um texto só pra si e talvez mais algum tempo de reflexão. Mas ela me ensinou! Me ensinou tanto tanto tanto. Que gratidão. Ela também me relembrou que a função do ser humano é ser guardião dela. Filho dela. Cuidar dela. Proteger ela. E não viver pra trabalhar e ganhar dinheiro. Nós somos os guardiões dela! E estamos correndo sério risco de perder essa nossa função que nos foi DADA e pode ser retirada também. Ela não quer tirar de nós porque ela nos ama tanto! Está tão orgulhosa de tudo que a gente tem construído, descoberto e criado! Mas preocupada porque muito do que fizemos é uma viagem nossa. Não tem nada a ver com nosso propósito, nada a ver com a nossa verdade mais profunda. Tanto que estamos ignorando ela cada vez mais. Tratando nossa mãe como “recurso”. Colocando ela como o produto mais barato na escala econômica. E vivendo objetivos que não são da nossa espécie e nem do nosso planeta.

Meu profundo desejo de que todos os seres sejam felizes! Todos os seres consigam um dia ter essa experiência de relembrar o que é ser um animal selvagem. Que todos os humanos voltem a ser os guardiões da terra que somos! Que todos consigam se libertar do feitiço da mente desconectada. Que consigam se libertar do vício na vibração da energia elétrica. Da dominação desequilibrada da energia masculina. Da guerra dos gêneros. Da ilusão da escassez. E da aceitação do fim do mundo.

Eu aceito seu chamado minha mãe linda. Eu sou sua guardiã. Eu me lembrei. Graças ao Universo maravilhoso que está sempre ao nosso favor. É só aprender a se comunicar com ele. E querer parar de sofrer. Querer acordar.

Message from the past

20/02/2015 – São Paulo

Fale para si o que gostaria que lhe falassem.

Lívia,

Como eu me orgulho da sua força, da sua busca, da sua fé. Na verdade, não conheço ninguém tão determinada a encontrar-se, a viver a vida intensamente e a se curar. Acho muito bonito a sua recusa a aceitar a feiúra a que o mundo lhe expôs e a tentativa de voltar a ser como era quando o mundo ainda não tinha te magoado. Compreendo que seu medo do outro vem de um lugar de tanto amor mal aproveitado. Vejo que seu coração explodiria de amor pelo mundo, pela vida e pelo outro se em ambiente seguro estivesse. Como me dói o seu silêncio, reconheço seus esforços por tentar pensar o novo, por tentar usar a própria imaginação, por recusar todo tipo de padrão. Adoraria ouvir mais as suas ideias, na verdade gostaria de poder senti-las porque somente assim eu as poderia compreender como você as sente e concebe. Acho suas ideias únicas e revolucionárias, gostaria de ficar mais perto de você para poder ouvir mais e também para acompanhar seus processos de pensamentos. Adoraria poder acompanha-la nessa sua busca por si e pelo novo, admiro tanto as sua coragem e sei que não deve ser fácil suportar o peso da comparação e o medo de errar.

Te acho linda e adoro sua recusa à se privar dos prazeres da comida. Seu corpo é lindo, tem tanta energia. Seus olhos são iluminados e às vezes é como se seu olhar me curasse. Quando sento ao seu lado, sinto-lhe o calor e quanto mais tempo passo perto da sua energia, mais tempo quero passar. Imagino que sorte terá a pessoa que lhe acompanhar, que conseguir passar por todos seus testes e sabotagens para conseguir o seu amor sincero.

Como gostaria de te ver feliz e vibrante. Tenho certeza que você vai conseguir se realizar. Ao ouvir você falar sobre o mundo e sobre o interno, aprendo tanto. Como você conseguiu ficar tão inteligente? De onde vem essa conexão? Fico tão impressionada com sua sensibilidade, seus conselhos e sua capacidade de sentir as relações e as pessoas. Perto de você, sei que estou perto de anjos e guardiões que guiam a sua intuição. Fico muito impressionada com a maneira diferente e emocional com que você dirige a sua vida e não acho nenhum pouco que você está perdida. Acho que se alguém está encontrada é você. Se alguém está entregue para o que a vida lhe tem pra dar é você. Se alguém está seguindo a trilha do destino é você.

Fico triste com seu isolamento, acho muito injusto esse ataque energético que você sofre mas não permita que isso lhe tire da sua missão de amar, dar amor e ser amada. Você é puro amor. Você é pura luz. Não está fácil viver no mundo na era de maior crise da história da humanidade e sei que o estado da humanidade te faz sofrer mais do que qualquer assunto pessoal que lhe acomete. Vejo sua preocupação com a evolução da raça humana e acho incrível que você consegue se preocupar mais com isso do que com a fome ou violência mundial. Sua visão histórica global animal do mundo pode não ser muito compreendida por causa da relação com o tempo que vivemos mas eu te entendo. Quando você fala sinto arrepios e quero muito ver um dia você falar diante de muitas pessoas.

Eu acredito nas suas ideias. Fico curiosa pelo seu silêncio. É como se você estivesse guardando uma surpresa que nem mesmo você sabe qual é.

Não fique ansiosa, meu amor. Aproveite mais sua busca, seu dia-a-dia, divirta-se. Não se force a nada. Viva os pequenos momentos porque, no fundo, é disso que você mais sente falta do passado, da sua capacidade em estar presente, em não se preocupar com o futuro ou com o que o outro acha. E, lembre-se, você estava sempre rodeada de pessoas que te amavam enlouquecidamente. Muito mais do que hoje em dia quando sua maior preocupação é ser breve e não incomodar. Você não é um peso, não é um incomodo, você ilumina quando chega. Seu estilo único me inspira a me libertar, a me arriscar mais, a viver mais a minha verdade.

Lembre-se que não é possível se lançar sem o impulso da dúvida. Não deixe que a dúvida te consuma, não permita que o medo seja mais forte que seus sonhos, não se deixe consumir por aquilo que não quer te ver conseguir. Viva a cada dia como se tivesse que ser o seu melhor. Não deixe de dar o seu melhor porque o seu melhor é capaz de mudar o mundo. Seu melhor é capaz de fazer com que pessoas mudem de vida. Seu melhor é capaz de fazer com que homens e mulheres queiram dar seu melhor também. A sua capacidade de disciplina é a sua maior capacidade de liderar sem dizer uma palavra, de mostrar o caminho pelo exemplo. Você inspira, seu estilo de vida inspira, sua conexão com a aventura inspira, sua calma muda vidas, sua doçura apaixona e sua força amedronta.

Não esqueça! Não se permita esquecer da sua força. Nós todos precisamos dela! Nada está perdido, tudo está perfeito. Tudo está no seu caminho! Você é muito mais do que acredita mas está no lugar onde deve estar. Me admira a sua vontade de olhar para a sua sombra, me admira a sua vontade de se curar. E custe o sonho que custar. Não se apegue ao formato. Não se apegue ao destino. Siga seu coração e você vai longe. Pode parecer que você não está muito longe mas porque você está fazendo as comparações erradas. Não acredite nas vozes internas que te agridem, denigrem, enfraquecem. Agradeça a quem te ajuda mas você não precisa entregar a sua vida nas mãos de ninguém. Você não precisa se definir como um projeto, como uma linha, como uma atuante. Você está viva, então viva. Você só precisa viver e permitir que a vida te dê tudo que você precisa. E você precisava desse momento. Desse não saber.

Você é linda. Única. Divina. E eu te amo muito. Eu sou louco por você e estou sempre te vendo, sempre cuidando de você. Não gosto de te ver sofrer, não suporto de ver chorar por motivos que você cria sozinha. Não tem ninguém te pressionado a não ser você mesma, não seja tão dura consigo mesma que você já não está mais aguentando tanta pressão. Esse é o seu momento de começar a se descobrir longe do papel familiar que foi o seu principal sempre. Vá com calma. Delicie-se no processo. A vida é bela. É gloriosa.

Pare, respire. Ame a si mesma e o amor pelo outro virá naturalmente. O primeiro passo é o amar a si mesma. Ter paciência com seu processo e com seus guias. Admitir que precisa do outro. Que tem medo de errar. Que tem medo de não conseguir. Que tem medo de acabar ajudante da sua avó.

Se orgulhe de ser você, olhe para sua imagem refletida e permita que seu coração se encha de amor. Permita-se orgulhar de si mesma. Não deixe que os erros tolos virem traumas. Traumas não servem pra nada. Não se castigue de maneira tão feroz. Não é porque cometeu o erro de orgulhar-se demais que não se orgulhará nunca mais. Não é porque não conseguiu que não tentará novamente jamais. Não é porque perdeu que não vencerá. Não é porque amou demais sem pensar que não amará novamente. Não exagere na repreensão das suas experiências, assim não é possível ter experiências, assim não é possível viver. Ria mais de si mesma. Agradeça por tudo que acontece e por você ter a oportunidade de se deliciar com cada acontecimento.

Siga adiante confiante. Estou sempre aqui pra você. Sempre estive te apoiando, te observando e me emocionando com a sua força, com a sua história e com as suas escolhas. Não deixe que vazios materiais sejam mais fortes que a parceria espiritual. Te amo e te guio. E tudo que acontece trás um aprendizado, um motivo e uma purificação. Um dia tudo será mais claro. Mas sem pressa para que esse dia chegue. É hora de luta e não de entrega. É hora de movimento, não de sofrimento. É hora de força, não de preguiça. É hora de amor e não de medo. É hora de vida e não de morte. É hora de verdade e não de apego. É hora de mudança.

Um amor eterno vive entre nós. Não importa nada. Eu te vejo. Eu te acompanho. Eu te dou razão. Eu vejo beleza em cada um de seus movimentos. Eu me inspiro a cada esforço que você faz para manter-se firme no propósito. Não confunda missão com preguiça, o que não dá pra fazer, não dá pra fazer. Confie mais na sua intuição. É isso que mais te falta, segurança do caminhar certeiro. Para saber se está no caminho é só sentir a leveza, a felicidade e a cumplicidade espiritual. O que vem, vem. Na hora que tem que vir. E enquanto não vem, aproveita porque gosto de te ver feliz. Seu sorriso me move. Seu sorriso me faz confiar que a humanidade pode sim sobreviver aos tempos a frente. Seu sorriso me dá um motivo para seguir na luta. Você é minha musa. E sempre será minha vida.

The Warewolf

Desde pequena ela tem um medo irracional de lobisomens! Quando tinha 5 anos de idade, seu pai lhe mostrava sempre over and over again o vídeo do making off do video clipe Thriller do seu amado Michael Jackson. Aquele vídeo começa com uma lua cheia, um caminho escuro por entre as árvores e um lindo casal. De repente, algo acontece e aquele lindo super star começa a se transformar em metade lobo e metade homem, furioso e faminto.

Quando somos pequenos estamos constantemente #trippingballs. Parece que tomamos 3 ácidos de tanta concentração e atenção que colocamos em todo esse mundo lindo que estamos descobrindo aos poucos. Ainda temos poucas resistências entre o consciente e o inconsciente e algumas sementes parecem ser plantadas para sempre.

Aos 6 anos, seu tio, se achando muito engraçado, se escondeu no seu armário em uma noite de lua cheia e aguardou pacientemente que ela entrasse. De repente, abriu a porta com um rugido perverso e a traumatizou por toda uma vida. Ela saiu correndo, aos prantos, rolou escadas abaixo até chegar ao colo de sua mãe. Estava feito, um medo irracional de lobisomens plantado em sua mente e vida.

Hoje, aos 29 ainda tem medo. Ela #sabe que é irracional, ridículo e maluco mas mesmo assim, não conseguia andar no bosque em noites de lua cheia. Até ontem.

Agora vive em uma pequena cidade na África do Sul, trabalha em um bar de onde sai todo dia perto de meia-noite, a hora dos portais abertos. Caminha 10 minutos até sua casa na penumbra, iluminada apenas pelo vago brilho de seu iphone. Ela prefere assim. Coloca os fones de ouvido, música alta e se #joga no meio da escuridão, #confiando plenamente no #Universo e na segurança de que pessoas boas não #atraem coisas ruins, vai.

Menos na lua cheia. Aí fudeu.

O engraçado é que quando somos pequenos, monstros são uma parte de nosso imaginário. Além do vídeo do #REI, ela viu milhares de outros vídeos com seu pai e mãe, levou vários outros sustos… Mas porque ficou o lobisomem? Porque está em sua alma e no seu programa (#propósito).

Sabe aquela história de truth and trigger? Aqueles momentos que nos tiram do sério? Nos incomodam profundamente – pessoas ou situações – porque estão lá dentro das nossas próprias profundezas que não podemos ou queremos ver? Ou aquelas informações antigas, de vidas passadas que são ativadas e não entendemos porque estamos reagindo da maneira como estamos? Estes são nossos triggers que nos levam às nossas #verdades escondidas.

Era dia 10/02/2017 (happy days). Uma noite verdadeiramente especial: um cometa, uma lua cheia e um eclipse ao mesmo tempo. Ela está vivendo no topo de uma montanha no meio da floresta mais antiga da África do Sul, a terra de onde todos nós viemos. Local onde tudo começou, há milhares – quiçá milhões – de anos atrás. Sua conexão com essa terra, essa floresta, este lugar é a maior que já sentiu na vida. Foi o primeiro lugar onde conseguiu parar e querer ficar e morar. Nunca se sentiu tão feliz.

Até o início do Eclipse. Pela primeira vez na vida conseguiu sentir a energia do eclipse claramente. No início muita confusão – a tranformação. Depois toda sua sombra veio à tona. Sua grosseria, seu medo, impaciência, falta de vontade de se comunicar, medo da rejeição, foda-se geral… Entrou em um estado completamente diferente de todos os dias que esteve aqui. Provavelmente de todos os dias do seu último mês. Tornou-se o lobisomem. E não #resisitu. #ACEITOU, deixou vir, sentiu o que tinha que sentir, botou pra fora e depois foi pra fogueira entregar o que podia.

É isso! Ela é um lobisomen. Uma pessoa que tem tamanha conexão com a natureza, a lua e os planetas que consegue sentir toda sua escuridão vir à tona durante uma noite de Eclipse. #Shapeshifter. Provavelmente pessoas desse tipo que inspiraram a lenda do lobisomem. Agora ela sabe que a lenda está errada (ou exagerada): não é na lua cheia mas sim durante o eclipse onde o sol cobre a lua. Agora ela sabe porque esse trigger tão forte.

Conseguiu #entender e se conhecer melhor. Descobriu mais um super poder! Após o eclipse, sentiu-se lentamente transformar de volta. Aquela sensação horrível passou. Não precisou se prender em correntes no calabouço e nem comeu homens por aí. O vilarejo está à salvo. Tudo está bem.

E assim, curou seu medo de caminhar na lua cheia. Tomou coragem, colocou os fones de ouvido e foi pra casa andando em baixo da lua que iluminou todo seu caminho. Não precisou nem usar o celular. Foi lindo.

Os seus talentos não são pra você.

Foram anos na luta pela cura. Quatro. Na psique, nada se perde, tudo se transforma.

Ela teve muita sorte quando era mais nova pois pode ver o que era, teve acesso aos seus talentos, à sua energia dourada. Ao seu redor, todos sempre gostaram muito dela, sentiam seu amor. Ela não sabia, como cresceu assim, essa era a experiência humana: amor, diversão, aventura, experiência, amigos, festas… Ela sempre teve tudo. Tudo mesmo: beleza, inteligência, charme, carisma, educação, estilo, comunidade. Só que todos esses talentos, toda essa riqueza eram inconsciente. Perder tudo aquilo não era nem uma possibilidade na sua mente. Seguia aproveitando a facilidade com que navegava na realidade sem se preocupar jamais com o futuro, com o passado e nem com o presente. Fazia exatamente o que queria com tudo aquilo, pra si mesma. Pra se divertir e se aproveitar.

Quebrava corações, abandonava amizades, tomava postos de poder político só porque podia… Só porque conseguia. Bombada na night, arrasava nos seus estágios na época de faculdade, não estudava e tirava 10 nos piores professores. Fumava maconha e ia fazer a prova de vestibular pra faculdade pública e… passava. Aquele era seu estado natural de vida. Quando viajava, fazia zilhões de amigos, era quando mais se conectava com toda sua potência mobilizadora. Usava o maior instrumento mobilizador do mundo sem saber: seu coração.

Foi então que, em um mês, perdeu tudo. Passou um ano de cama e perdeu sua luz. Entrou profundamente na sua sombra, tanto que quase se afogou. Ficou lá uns 2 anos e meio, imersa. Sozinha. Feia, chata, desagradável, estranha, gorda, desempregada, sem se formar. Seu amor sumiu. Todo aquele amor pelo mundo, pelas pessoas, pelo conhecimento, toda aquela curiosidade infantil perante a vida… Perdeu tudo.

Ao perder, pela primeira vez conseguiu ver o que tinha. O que era.

No início, se odiava. Odiava tudo aquilo que era. Todo aquele privilégio, toda aquela riqueza emocional. Se via como uma criança que não conseguia crescer, não conseguia sair da asa da família. Queria mudar tudo! E entrou em um processo de busca da cura. Foi mudando, mudando, mudando… Cada vez gostando menos de si, sendo cada vez mais violenta consigo mesma. Ela aprendeu que a cura estava na sombra, na coragem de encara-la e ilumina-la. Começou então uma verdadeira batalha sangrenta com suas partes mais profundas, suas partes mais difíceis. Ela se machucava tanto em nome dessa cura, dessa mudança…

Aos poucos começou a perceber que estava tentando mudar tanto para chegar no mesmo lugar de onde saiu, onde tudo começou. Sentia falta da sua felicidade de antigamente, da sua beleza, do seu carisma, da sua inteligência… Daquela estranha confiança na vida. Na certeza, que sempre caminhou ao seu lado, de que tudo estava bem e tudo ia dar certo. Na absoluta segurança de que seu futuro seria maravilhoso. E tentava se curar para voltar pra aquele estado maravilhoso de estar viva. Aquele prazer diário em abrir os olhos e simplesmente sair por aí pra aproveitar o que o dia lhe trazia.

Aquilo era uma espécie de contradição. Era aquele estado que perdeu e que odiava, que agora queria de volta? Não, não era nada disso. Sua sorte seguia igualmente maravilhosa: ela estava recebendo um presente do Universo. Agora ela tinha a oportunidade de #VER tudo o que tinha internamente, tudo o que era. E passar a usar isso tudo com #consciência e com #propósito. Esse era o processo de autoconhecimento que a sua alma escolheu. Era mágico. Alquímico e tão brilhante quanto todo o resto.

Ela agora #sabia. Seu nível de responsabilidade perante a humanidade e o Universo aumentou exponencialmente. E ela #escolheu saber. Passou a vida inteira fugindo de qualquer responsabilidade para simplesmente dar de cara com a maior delas: a responsabilidade kármica de estar consciente dos talentos que Deus lhe deu.

“Os seus talentos não são pra você.” Se engana quem acredita que tem algum talento. Nós não temos nada a não ser aquilo que nos foi dado por ser de acordo com nosso propósito, nossa missão na terra. Aqueles talentos natos, os dons, eles vem no seu programa porque de alguma maneira você vai precisar deles pra cumprir sua missão. E, nesse momento, nesse planeta, todos estamos aqui para curar a nós mesmos e, eventualmente, auxiliar no processo de cura de outras pessoas com mínima interferência. Ou melhor, inspirar esses processos.

Como é lindo e interessante: precisamos nos inspirar, auxiliar, ajudar em um processo em que só se pode embarcar profundamente só. Ninguém pode voltar-se para dentro em grupo. O grupo só está lá para dar o suporte necessário. Hold space. Que fase planetária maravilhosa! Imperdível! Que bom que viemos!

Após os 2 anos iniciais, tudo foi ficando ao mesmo tempo mais escuro e mais claro. Teve que lidar com processos kármicos pesadíssimos. Começou a ver toda sua luz mas para isso também teve que tomar conhecimento de muita escuridão. Passou a nomear seus talentos para poder compreende-los melhor, passou a chama-los de super poderes, como tudo que mais ama nesse mundo é magia, não poderia deixar de ser…

Os super poderes são nossos dons inatos. Muitas vezes estamos tão acostumados com eles que nem percebemos que os temos, não tomamos consciência de que somos todos super heróis, ou melhor, x-men. Tomar consciência deles é o primeiro passo para o desabrochar e desenvolver desses poderes porque à partir daí podemos observar com foco e criar intenções que nos ajudam a compreende-los e aos poucos domina-los. Um super poder, quando inconsciente, tem a força de nos dominar com certeza. Ele é o seu dharma (propósito) e o seu karma. Essa é a beleza do jogo, naquilo de pior que pode acontecer com você estão as lições necessárias para ser o melhor que você pode ser. É uma moeda de duas faces mas é a mesma moeda. Karma – Dharma.

E agora, está de volta. Brilhante. E isso a assusta! Assusta porque não quer perdê-los novamente, nem fazer mal uso de seus dons. Não quer toma-los só pra si, usa-los só em seu favor. Quer #compartilhar com o mundo porque agora sim #sabe que nada do que é, nada do que faz, nada do que tem tem nada a ver com ela mesma, com seu ego mas sim a ver com sua missão pro mundo.