The Untethered Soul

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Your Sacred Dreams

There is a sacred dream within you that’s calling you to greatness, driving you toward excellence. It fills your heart with vitality and vigor. It asks you to become focused and bold and available. Looking at it from a qualitative standpoint, the bigger your sacred dream, the closer you are to Reality. When you have a magnificent dream steeped in the possibility of what you’re becoming, you get closer to touching Reality because the energetic substance of the dream already is timeless, dimensionless. It’s infinite and eternal.

When your dream is small, it’s easy to get snagged in illusion. Small dreams are inherited from the society in which you were born. They are most often dreams of survival, materialism and consumerism. This is an extremely limited form of expression. Oftentimes people have been sucked down by the undertow of the human experiential domain and are unaware that they’re living in a very small dream. “I’m just trying to make it. I’ll be happy if I can just get by. I just need a few more dollars to help me get over. I just want to make some money…”

“I just want to… I just want to… I just want to…” There’s always something else that’s lacking, something else that you need before you can fulfill your vision. When you’re bombarded by small minds with small conversations, the dreams that you inherit from this small world are mainly about convenience and comfort. People trapped in the small dream are just taking a vacation on planet earth. They become mired in the stagnant energy of apathy and lethargy—an I don’t know and I don’t care mentality. These little dreams put you under the hypnotic spell of thinking that you’re separated from your good.

As you grow in your spiritual identity you eventually become aware of something that’s pulling you forward: the commitment and challenge of bringing your sacred dream to fruition. Go ahead. Let it emerge. Become committed to expressing the evolutionary urge of your own soul. Embrace the challenge of becoming more you.

Surrendering to this spiritual urge doesn’t always feel good. It’s not always comfortable or convenient. But it yields bliss and ecstasy because bliss and ecstasy are the function of the activation of the potential of your soul. If you aren’t evolving, there’s no bliss. If you aren’t becoming more you, there’s no ecstasy. If you aren’t allowing your heart to be broken open by compassion, there’s no perennial peace that passes human understanding. With commitment and challenge based on deep surrender, you understand the mandate to seek first the realm of ever-expanding good, the kingdom of God.

Everything else is added onto you.

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Retiro Material

Aquela viagem solitária não foi planejada por ela mas sim pelo universo, seus guias e seu destino. Ela foi porque achava que estava indo pra um novo lar de uma velha amiga. Uma amiga que há quatro anos era praticamente sua alma gêmea. Mas o tempo criou muitas diferenças, ela abandonou muitas das crenças que sua amiga fortaleceu. Ela mergulhou no seu interno enquanto a outra seguiu na luta política. Ela sofreu e observou, a outra fugiu e seguiu se distraindo. Ela tentou aceitar, não julgar, entender… A outra não. Em menos de uma semana já não conseguiam mais nem se olhar e ela partiu. Sozinha. Na África.

Mas aquilo não a abalou. Ela não encontrou nada do que buscava naquela amiga. Ela estava à procura do amor e da cura. Alguns chamam de acaso, outros de destino mas foi parar em Umzembe – A Terra dos Mortos em Zulu. No Mantis & Moon Backpackers and Lodge. E, imediatamente soube, encontrou TUDO. Pessoas genuinamente felizes, que dançavam todas as noites, lhe deram múltiplas boas vindas à família. Finalmente ela se sentiu parte de uma comunidade. Era festa toda noite, em pouco tempo ela estava trabalhando no bar e botando suas músicas preferidas e pessoas pra dançar. Descobriu novas músicas, novos amigos, novos olhares, uma nova vida.

Se apaixonou perdidamente pelo lugar, pelas pessoas, pelo trabalho… Mas o problema começou onde o amor também. Quando buscamos a cura do amor, abrimos o coração que estava fechado há tanto tempo, abrimos também o motivo pelo qual ele se fechou. Pra curar o amor, temos que enfrentar todo sofrimento, os padrões e os traumas que vem com ele. Ela tinha que se reafirmar constantemente que aquelas eram pessoas boas, que ninguém estava julgando ninguém e aos poucos conseguiu acreditar nisso e se entregar um pouco para aquelas relações. Se preocupava o tempo todo se eles gostavam dela ou não. Jogava sua energia em cima de todos na esperança de receber um pouco de volta. Tentava desesperadamente se conectar com todos, de qualquer forma. Assim foi abrindo mão de si e se entregando para um estilo de vida muito diferente do que almejava pra si. Caiu na gandaia.

Todas as noites dançavam muito e bebiam mais ainda. Cerveja, tequila, Jager, shots, shots, gim & tonic, the cripple, cerveja, baseado, shot, tequila, vinho branco com gelo, tequila com suco de laranja, cranberry juice com vodka e sprite. Dançavam innerbloom, closer, the sun don’t shine, one dance, let you know, slumber party, ready or not… O tipo de música que ela ama dançar. E cantavam também! Muito! Começou a abrir a garganta, soltar sua voz que estava reprimida há tanto tempo.

Aos poucos começou a relaxar e se entregar pra tudo que vivia. Seu corpo começou a mudar, ficar mais leve, mais ágil, mais serelepe. Suas pernas se fortaleceram pra andar no meio daquela selva. Amava o seu trabalho no bar, no escritório e fazendo massagens. Sua alma ama fazer massagem. Sua voz começou a sair e aos poucos começou a se revelar também. Voltou a ser brincalhona. Recebia cada hóspede com um sorriso enorme, mostrava aquele lugar como se fosse o melhor lugar do mundo porque pra ela, realmente era. Ela nunca fora tão feliz. Ela se dedicou àquele lugar. Se entregou mesmo. Tinha momentos que cuidava de uma festa, fazia check-ins enquanto bebia e dançava ao mesmo tempo. Ela descobriu que dava conta de tudo!

Como não poderia deixar de ser, em um campo tão fértil, acabou se envolvendo afetivamente. Irresponsavelmente, contra todos os CLAROS sinais de seu coração, se entregou para uma relação energética intensa. Yo! O cúmulo: o menino tinha 21 anos! Mas os dois tinham uma conexão muito forte, algo espiritual mesmo. Quando ela sentava ao lado dele, sentia sua aura, sentia a troca de energia entre os corpos que queriam se fundir. Ele, totalmente ignorante de energia, apenas ia com o fluxo. A atração foi inevitável. Finalmente dormiram juntos. Morando, trabalhando, vivendo tudo aquilo todas as noites – das duas uma: namoravam ou seguiam amigos. Ela queria namorar, ele quis seguir amigo. Coisa de criança. Era tão frustrante porque se ele pudesse sentir aquela troca, saberia que aquilo não era algo comum, aquilo tinha que ser valorizado! Mas ele não sentia, queria só se divertir, beber e chamar atenção. Ela então aceitou a rejeição e tentou outros, tentou se conectar com outros… Mas por mais que ele não a quisesse no seu coração, ele a queria na sua teia. Ele forçava uma barra e ela, de certa maneira, apaixonada, aceitava todas as vezes.

Seu coração começou a ser seu instrumento de manipulação. Qualquer pingo de amor recebido fazia com que ela abrisse mão de si. Ela queria dormir mas eles queriam que ela ficasse, ela ficava. Ela queria descansar mas eles precisavam de ajuda, ela trabalhava. Ela queria ir pra praia mas eles queriam tomar cogumelos, ela tomava. Ela queria ser saudável mas eles queriam ficar muito doidos, ela ficava… Ela jogava cada vez mais sua energia pros outros, se sentia exausta o tempo todo mas dava ainda mais energia. Começou a se desconectar de si…

Finalmente a intuição chegou – ela tinha que partir. Ela nunca tinha tido uma intuição tão contra seu racional-externo em toda sua vida. Como assim partir? Ela encontrou tudo aquilo que estava procurando! Ela estava TÃO feliz ali. Ignorou a sensação por alguns dias… Tentava desviar sua mente daquele tipo de pensamento, não queria aceitar. Mas, domingo a noite, sozinha servindo no bar, começou a se questionar… E neste momento, um hóspede aleatório lhe abordou e lhe entregou uma carta avatar – cartas que lhe acompanham há alguns anos (requer mais explicação em um outro momento). Ela não podia negar este sinal, era seu destino pedindo-lhe para que voltasse pra ele. O sinal era inegável.

Acordou no dia seguinte, segunda-feira e anunciou sua partida! Mas ainda sentia-se muito dividida. Estava insegura quanto a tudo aquilo. E assim se abriu para as melhores conversas de toda sua vida. Naquele dia conversou com 4 pessoas sobre vida, emoções, descobertas, perdão, amor, família, crescimento pessoal… Ela se sentiu verdadeiramente querida. Aquelas pessoas queriam ela ali de verdade. Inclusive recebeu outras interpretações sobre o recebimento da carta naquele lugar: it’s now that shit gets real. Seu coração não a deixou partir, ela queria se aprofundar naquelas relações. Ela queria se desenvolver ainda mais ali. E esse dia mudou tudo. À partir daí conseguiu se abrir ainda mais, se entregar ainda mais, amar ainda mais.

Aqueles dias estavam sendo o retiro material mais intenso de toda sua vida. Se conectava com a natureza, se curava de um medo a cada dia, se entregava cada vez mais pro fluxo do amor e dos relacionamentos. Se sentia parte daquela comunidade como nunca antes em sua vida. Ria, pulava, amava, trabalhava, comia, suava, zuava, conversava todos os dias com aquelas mesmas pessoas.

Mas por mais que tentasse quebrar aquela conexão com aquele menino, a energia começou a mudar. Ela começou a se interessar por outro da comunidade e ele não conseguiu suportar a perda da sua energia nele. Aos poucos a mal tratou, a manipulou, provavelmente a caluniou por aí… E, finalmente, transou com sua melhor amiga na sua cama. E ela entrou no quarto, acendeu a luz e viu tudo.

O que aconteceu depois daquele momento foi uma combinação de sombra-instinto-áries. Ela sentia seu coração praticamente explodir. Foi tomada por suas emoções e perdeu totalmente o controle sobre si. Fez a pior coisa que já fizeram com ela – abandonou. Acordou de manha, arrumou suas malas e partiu. Nem se despediu da maioria da sua família. Deu meia dúzia de abraços, negou todas as intuições, comprou uma passagem e se mandou. Aquilo era a sombra do seu amor – sua maneira de magoar o outro era o abandono. Era instinto porque o macho alfa (aquele que tem mais energia do clã) escolheu outra do clã. Era áries porque era totalmente impulsivo.

Porém, absolutamente nada na sua vida foi em vão. Um acontecimento desse, num lugar onde tudo parecia fluir perfeitamente em ordem com seus sonhos, só podia ser uma lição e/ou um chamado.

Eu chamo esses momentos de descontrole de “chefão”. O chefão é aquele que encerra uma fase do videogame. E o jogo da vida está cheio deles. Eles normalmente mudam tudo e nos ensinam muito sobre nós mesmos. Pois só nesses momentos em que perdemos totalmente o controle do racional é que podemos nos ver de verdade, olhar nossas sombras de frente e perceber qual o próximo passo no processo. São momentos decisivos que indicam que passamos de fase ou que precisamos rever tudo. São sempre muito difíceis e levam tempo para se recuperar. O problema é que viajando tudo acontece muito rápido, não temos tanto tempo assim pra reflexão e recuperação. A única saída é aceitar… SURRENDER.

São tantas as lições.

Mas o que assusta mesmo é o chamado.

Ela foi mesmo.

Ela foi pra África do Sul. “Mas você vai fazer o que lá?” Viver.

Foi em uma missão: viver ou matar alguns sonhos. Cansada da vida normal trabalho-casa-sexta-feira, ela sabia que a vida era mais que isso. Aos poucos sentia-se envelhecer. Seu corpo endurecido de tanta preocupação desnecessária. Na verdade, estava viciada em se preocupar. Estava viciada em sentir medo. Mas seu maior vício era o sono. Sua oportunidade estava passando enquanto ela vivia essa vida sem grandes acontecimentos meio dormindo, meio acordada e meio sonhando. “Um dia eu vou viver. Um dia vou ser feliz. Um dia vou viajar. Um dia vou estar pronta.” Ela pensava sempre no seu futuro com grandes expectativas e por isso aceitava seu presente sem vivê-lo completamente. Estava sempre separada internamente, não permitia-se apegar muito a nada e nem ninguém porque sabia que um dia ela iria viver de verdade.

Aos poucos foi tomando consciência de que a vida no presente é a vida real. Conheceu uma pessoa com quem poderia ter um futuro, arrumou um trabalho no qual poderia crescer. Mas ela não se permitia viver essas experiências completamente, se entregar pro fluxo da vida porque secretamente estava apenas esperando seu momento de viajar. Todos esperavam isso dela. Há anos que ela criava essa impressão nas pessoas, todos já a viam como uma viajante sem que ela de fato tivesse se entregado para esse processo. Esse sonho já era maior que ela mesma, ele tornou-se uma parte de sua personalidade mas vinha mesmo da alma.

Finalmente escolheu a vida. Escolheu viver no presente. E ir viver esses sonhos que a atormentavam e entusiasmavam. Cansou de usar seus sonhos como fuga e resolveu usá-los como realidade. Juntou um dinheiro – não muito. Parcelou a passagem no cartão sem saber muito bem como pagaria isso no futuro. Arrumou uma mochila básica. E dessa vez deixou seu quarto, sua família, seus amigos no seu devido lugar – suas raízes. Foi-se sabendo que sempre teria pra onde voltar. Sabendo de onde vinha. Pois só assim poderia ir a algum lugar.

No aeroporto, sentia-se confusa, com muito medo, com sono, assustada. Era como se abrisse os olhos de um longo sono sem saber muito bem onde estava – praticamente um coma, tinha que perguntar as coisas mais simples, não conseguia focar nas placas, era muita gente, muito barulho, muita informação. Acabou perdendo seu voô por um erro da TAM (pra variar) e passou uma noite sozinha em um hotel, se despedindo daquela pessoa que sabia que deixaria de ser. Foi bom ter uma noite em São Paulo, como num leve intervalo entre duas realidades, um espaço-entre.

O que ela estava fazendo? Não sabia responder. Tinha algumas intenções mas nada muito concreto. Ela queria se entregar pro fluxo do universo, queria confiar na abundância e na bondade dele. Queria permitir-se mudar. Queria se mover. Encontrar um externo que curasse seu interno pois sozinha não estava conseguindo mais avançar no seu processo. Queria fazer amigos. Encontrar uma família de alma. Se apaixonar. Fazer coisas que nunca fez. Colocar-se em situações novas para se conhecer melhor. Queria dançar, cantar, conversar, rir, correr, conhecer, desenvolver, aprofundar. Queria sentir vontade de viver, de sair, conhecer pessoas. Confiar de novo.

Acima de tudo: queria acordar.

Anna Júlia

Prestes a embarcar em uma nova aventura, um novo ciclo que está sendo parido há alguns meses, uma realização importante: não importa pra onde vamos, tudo aquilo que está dentro vem junto.

Anna Júlia entrou um um processo de rejeição de si mesma há muitos anos acreditando que estava se conectando com seu espaço interno. Passou a se analisar incessantemente mas, com muita coragem, olhando sempre pra sua sombra, pras suas falhas, pras suas imperfeições. Com o passar do tempo, foi se entristecendo, se afastando do mundo, se escondendo. Perdeu o interesse na vida que todo mundo vive, nos acontecimentos do cotidiano, nas novidades… Parou de analisar o mundo e ser estimulada intelectualmente.

Foi vivendo assim, acreditando que caminhava o caminho espiritual. Ela buscava dominar seu inconsciente que tornou-se seu inimigo número um. Como a maioria das pessoas, Anna precisa projetar seus problemas em alguma coisa. Algumas pessoas projetam no capitalismo, nos pais, no marido, outras nos kilos a mais, no trabalho, na humanidade… Sempre temos algum inimigo que está nos causando o sofrimento. Anna, consciente desse padrão, optou pro trazer seu inimigo para dentro de si. Seu inconsciente, traumas, passado, erros… Aos poucos foi juntando isso com alguns inimigos invisíveis: espíritos obsessores, larvas espirituais, energia negativa. Mas essas coisas só nos atacam quando temos alguma coisa em nós que vibra na mesma frequência. E sua vida interna foi se tornando uma batalha épica contra o negativo dentro de si. Mas, ao focar tanto nas partes negativas que precisam ser curadas, acabou se esquecendo de olhar pras partes positivas e seu estado mental tornou-se uma sessão de inquisição, críticas, raiva de si, mágoa do outro, identificação com tudo que tem de pior em si mesma.

Alguns anos se passaram e sua luz que sempre foi muito forte, começou a se apagar. O que não fazia nenhum sentido visto que Anna acreditava estar dando passos firmes no caminho da luz e do amor, todo o seu esforço pra se ver era exatamente pra se curar, pra ser mais livre e mais feliz. Mas quanto mais fundo ela ia nessa investigação da sombra, mais ela sentia que precisava se curar. Entrou em uma busca ferrenha por essa cura, fez tudo quanto era terapia, ritual, retiro… Buscou mestres, terapeutas e médicos… E nada. Só seguia se afundando ainda mais em tudo que precisava limpar de dentro de si. Depois de tanto tempo em um estado permanente de auto crítica, ela foi parando de amar. Parando de se conectar com as pessoas, parando de sair, parando de viver. Parou de se mostrar pros outros já que passou a acreditar que não estava bem, olhando apenas pra sua sombra durante tanto tempo.

Seu lado selvagem, intenso, corajoso, brincalhão e muito sexual foi esquecido. E nos esquecimento de quem era, passou a aceitar um personagem neste lugar. Criou uma máscara neutra que cobrisse no externo todo seu turbilhão interno. Alguém com uma vida sem muitas emoções, sem muitas relações, sem muitas aventuras. Uma pessoa que reage externamente aos estímulos leves, toma uma cervejinha, vai pro trabalho, dá umas risadinhas tímidas, conversa sobre futilidades e vai pra casa onde entra em contato com seu processo sombrio. Tudo ao seu redor tornou-se falso. Desconectado com seu verdadeiro ser que estava esquecido lá atrás…

Passou 6 meses em um trabalho “normal”. Batendo ponto, trabalhando 8 horas por dia usando uniforme, sendo apenas uma marionete de uma chefe exigente. Aos poucos foi desenvolvendo uma rejeição por aquilo tudo, que tentou segurar, tentou fazer que nem todas as outras pessoas “normais” que também não amam seus trabalhos e aceitam viver assim. Era assim que se vivia não é? Essa era a maneira “normal” de viver. No tédio. 8 horas por dia fazendo a mesma coisa chata todo dia. E foi aturando, afinal sofrimento era seu modus operandis há algum tempo. Ela saia do trabalho e ia pra casa lutar com a sua sombra. Acordava, sentia dores físicas só de pensar em ir pra lá, mas ia… E assim o tempo foi passando.

Até que chegou um dia em que ela percebeu o quanto estava profundamente entediada com a sua vida e que aquela rejeição intensa do seu trabalho era uma projeção de toda sua vida. Aquele trabalho era uma lente de aumento para tudo que ela não estava conseguindo ver. Estava farta dessa merda desse processo interno, desse trabalho, dessa farsa, desse personagem, dessa máscara, dessa família e, especialmente, dessa busca interminável pela cura. Estava em um modo de espera há muito tempo. Esperando o dia que se curasse, o dia que tivesse dinheiro, o dia que estivesse de férias, o dia que fosse magra, o dia que encontrasse um namorado, um dia que não chega nunca para aí ir viver, ir ser feliz, ir atrás dos seus sonhos.

Pediu demissão e comprou uma passagem de avião pra outro continente e está deixando tudo pra trás. Vai ver gente nova, em um lugar novo, vivendo coisas novas! Mas nada disso importa se o seu interno não mudar. O mais importante agora é conseguir sair da máscara e botar pra fora a sua verdade! Só que ela segue no vício de analisar a sombra que já se tornou um constante botar-se pra baixo e até mesmo criar problemas onde não tem. Então encontrar a sua verdade atrás desse véu negativo que é a verdadeira missão. Ela já não se lembra dos seus sonhos, das suas esperanças, da brincadeira, da leveza, do amor… É como se isso tudo estivesse enterrado embaixo de uma pilha enorme de objetos quebrados. Tentando respirar. Tentando se manter vivo. Segurando uma velinha, protegendo uma chama que é o que restou de sua fogueira. E existe um medo enorme de deixar isso viver e sair já que foi exatamente isso que passou por esse processo ferrenho de crítica interna mas também um desejo enorme de voltar a queimar.

E nessa missão de se mostrar, de se deixar sair, de se reconhecer novamente, está indo pro mundo. Talvez de todas as viagens que tenha feito na busca da cura, a viagem na busca de si mesma será a mais curadora.

Fora do Normal

Às vezes alguém do nosso convívio se comporta de maneira “fora do normal” – diferente daquela que nos falaram a vida inteira que era a correta. A pessoa é tão verdadeira que parece até um desrespeito aos bons modos com que fomos criados. Esse comportamento estranho pode provocar reações diversas, isso significa que alguma coisa está se movimentando dentro de nós.

Toda reação pressupõe algum tipo de identificação interna consciente ou não. Quando ela é consciente, sentimos emoções positivas: admiração, alegria, interesse, alívio, relaxamento, tesão… Ou caímos na inveja, a polaridade negativa da admiração. Quando a identificação é inconsciente, está nas sombras, nos deparamos com a resistência. Por algum motivo não queremos ver aquela parte nossa e por isso sentimos raiva, ódio, incômodo, angústia e agonia.

Em ambos os casos, nos deparamos com uma oportunidade rara de autoconhecimento. Mas quando estamos nas sombras, sentindo tantas emoções negativas, essa oportunidade parece ser ainda mais valiosa porque temos a chance de descobrir algo sobre nós mesmos que não sabíamos e iluminar uma partezinha que estava ali nas sombras gerando sofrimento. Ou seja, temos a oportunidade de ser mais felizes!

O problema é que a grande maioria de nós não faz essa reflexão interna, não trás pra si a responsabilidade sobre os seus próprios sentimentos, não se volta pra dentro. E acaba optando por projetar a resistência em cima da pessoa que está agindo de maneira diferente. Projeta o incômodo, a raiva, a falta de amor em cima do outro e, como uma maneira de se defender de si mesmo e evitar esse aprofundamento, acaba atacando a pessoa. Xinga, grita, faz fofoca, se revolta contra aquela presença. Quer destruí-la de alguma maneira para que essa resistência e esse incômodo interno cesse.

Sem ter consciência de que ela nada tem a ver com aquela agressão, a pessoa acaba tomando pra si aquela culpa, comprando algum tipo de briga irrelevante, caindo em uma armadilha das sombras do outro. Muitas vezes ela  nem percebe que está provocando resistências até que seja tarde demais. E assim vamos destruindo nossas relações e nos afastando do caminho do amor, gerando mais separação e sofrimento no mundo.

A pessoa agredida deve permitir que a briga externa perca força e rezar para que a pessoa incomodada parta pra sua verdadeira briga que é consigo mesma. As chaves aqui são a auto responsabilidade e a empatia – a capacidade de se colocar no lugar do outro, no contexto do outro e sentir-se no mesmo barco. Cada um de nós está passando por um processo que o outro nem imagina. Nosso instinto natural, infelizmente, ainda é o de reprimir estes processos, reprimir o outro para que ele se encaixe no que nós acreditamos ser aceitável. E assim reprimimos os processos de libertação alheio. A pessoa é livre demais, verdadeira demais, emocional demais, autêntica demais… Porque isso te agride? O que em você está de menos? Onde você está se reprimindo e, por isso, sentindo a necessidade de reprimir e repreender?

E no final das contas, não é sempre que alguém diferente passa pelas nossas vidas, nos tirando da nossa zona de conforto. Aproveite essa janela para se conhecer melhor e ser mais feliz! Escolha a luz!

What to do after you have a breakthrough. (You’re going to shrink after you expand, so, listen closely.)

source: http://www.daniellelaporte.com

Threshold, crossed. You got there. After the grinding, the repetitive strain, the cord-cutting, the screams of release, the bliss of relief — the training paid off. Muscle burn got you across the finish line. Soul fire resurrected you. BREAKTHROUGH.

Rebirth happens. The ascension was real. There’s no turning back now. You are true and you ARE new.

Now what? (Because you’re in a new state. And that’s equally awesome and freaky. And you’re about to slip. Which is rough. And ironically, right on course.)

WHAT TO DO AFTER YOU HAVE A BREAKTHROUGH (in this order, give or take.)

Be so very gentle with yourself. Tenderness is essential. Birth requires recovery time. Athletes rest, they heal their blisters and let the lactic acid run it’s course. Soul seekers, you need to be quieter than usual. Let the change bake into your cells. Don’t shout about your revelations yet. Give yourself a few days to calibrate. Watch a movie. Put some rose oil on your third eye. Drink tea. Eat pasta. Head to the ocean. You know, the comfort stuff.

Notice that you’re noticing more now. A paradigm shift is a new way of seeing, so the grass actually looks greener, and you can hear what people are really saying, and yes you ARE looking sexier today. You’re sharper now and you will notice more. Keep it up.

Be prepared for some constriction.

This is really, really important:

Expect to fall back — and be incredibly compassionate when the inevitable slip happens. This is the pattern of really big change: Big expansion. Slight constriction. Return to expansion. Micro constriction. Back to expansion — full, fuller, fullest. Expanded.

You’re learning how to do the new you. You’re reacclimatizing to truth and joy and power. You’ll forget for a minute that you’re more powerful than you have ever been. And you’ll dip into an old pattern or habit. You’ll get all jangled and unnerved by the shit you “thought” you just surmounted. That’s cool. You’re on track. You’re re-confirming your expansion. You may be testing yourself. You may even be trying to sabotage yourself. It’s okay, Love. Because you can step back into your new, bigger size WAY more easily than before. Powering up is getting easier. Can you feel it?

Joy can be unsettling. Power can be terrifying. Newness is a mind trip. That’s all you need to know. It’s not that your breakthrough was false, it’s simply that this is… new. Remember how wobbly you were when you learned to ride a bike? Or the first time you drove fast, alone; or swam in the open ocean? This is new, this is new…this is…awe-awe-AWESOME! Stuttering with your new power doesn’t make it any less real. (Also, your new-found power is not afraid of your learning curve. It’s here to stay.)

Document the transformation. Write out your old-to-new ways of being. “I was hiding and silent. I call all of my power back to me. I saw the truth. I spoke the truth. Now I am visible. I feel power in my voice and visibility. I will speak only truth from now on. I’m truly free. Joy is in the freedom. I will keep bringing my joy to the surface.” Write about the revelation. Write about your new way of doing things.

Now declare that you’ve changed. Write a memo. Change a policy. Tell your most trusted friends about your transcendental experience. Talk about how you died and came back — stronger. Articulate what you let go of. Describe the New, True you.

Replay the breakthrough experience. This is key. There was a process that helped you get to the other side. It can be a simple as the eureka moment you had in the pub, talking it through with your mates; or it was the kundalini that shot up your spine in yoga class; or you smoked some peyote on a vision quest; or you cried it out and saw angels in your living room; or you finally fucking launched, or danced hard, or spoke UP. A breakthrough is a breakthrough. Go back to that magic moment when you woke up and recall how the light filled you. And keep calling on that light. 

Keep pulsing open, into your power, WITH your power.

Focus on opening opening opening. Come on…

Don’t let the flash of insight stay just a flash. Tend it like a fire.

Stay with it. Feed your power appreciation and respect. Root DOWN.

Let the newness turn you on. Remember that your bones are full of throbbing marrow. Your cells are constantly renewing (physiologically speaking, you are not the same human you were seven years ago — all of your cells have turned over.) New is HOT.

Just believe me. Go ahead. Lean on my cosmic troops, they are 34-foot mighty angels and they love to show up. I’m telling you: And it’s impossible to turn back after you’ve seen the light. Stare into your own heart and you’ll know what I mean.

Melissandra

Melissandra leva uma vida dupla há alguns anos.

Por fora ela é boa uma filha e neta, trabalha em um hotel, já viveu muitas coisas, passou por muitas fases e nunca se encontrou muito profissionalmente. Está solteira há alguns anos, tem medo do amor. É uma ativista frustrada tentando compreender melhor as dinâmicas da realidade do ser humano e as escolhas coletivas. Ela mora na casa da sua família, se esforça pra perdoar, ser grata, ser humilde, fazer regime e acorda por volta das 11:00 pra chegar no trabalho 12:00. Come arroz, feijão e filé de frango no almoço no refeitório do trabalho, atende hóspedes em inglês, espanhol e português.

Ninguém sabe o que se passa por dentro dela, quando ela está sozinha no seu quarto.

Esse outro lado, o seu lado selvagem, o lado que não está nem aí pras escolhas coletivas da humanidade, está farta de tanta humildade que é preciso ter para não magoar os delicados seres humanos, o lado que viaja por outras dimensões, se conecta com os espíritos, faz amor tântrico com um monge, bota uma mochila nas costas e sai viajando guiada por cartas de tarot e numerologia, o lado que é fora da caixa, que acha essa vida material do Rio de Janeiro-Ipanema-Copacabana a coisa mais chata do mundo, o lado que não aguenta mais se vestir com essas roupas da moda, que não aguenta mais ouvir pessoas falando de uma notícia que deu no jornal atrás da outra vendo a vida passar, o lado que quer fazer jejum, correr na praia, pegar uma insolação, se apaixonar perdidamente por alguém tão alucinado quando ela, quer sentir intensamente novamente. O lado que alimenta o cérebro de meditação e cogumelos mágicos. Que transmuta energias e tem visões. Esse outro lado está muito puto.

As experiências mais importantes de sua vida vem desse lado. Mas por algum motivo, Melissandra reprime isso, não conta pra ninguém, sente vergonha. É como se ela não acreditasse que isso tem valor porque todos ao seu redor lhe dizem que isso não é normal. Essas coisas não existem. Você está louca. Só que ela se sente profundamente entediada. Um tédio ancestral. Nada a agrada mais enquanto esse lado não assumir sua vida. Ela está cansada de disfarçar, de tentar ser normal, de agradar os outros. Farta dessa vidinha material vazia de sutilezas e conexão com o divino. Ela olha ao seu redor e não consegue compreender como ninguém mais sente isso. Talvez ela esteja sendo muito radical, aceitar as diferenças é ainda um dos seus desafios. Como aceitar a aceitação dessa situação de vida em que as pessoas se colocaram?

Ela nunca se sentiu tão entediada. Está gorda de tanto tentar alimentar sua fome de vida. Tem olheiras ao redor dos olhos de tanta energia que gasta tentando ser alguma coisa que não é. Está perdendo todo seu cabelo se preocupando com coisas desimportantes para não olhar pra essa repressão. Seus orgasmos são um pouco menos intensos pra evitar a liberação de energia. Suas roupas são nude e cinzas pra não dar vazão às cores da sua alma. Suas conversas tão vazias quanto as de todo mundo. Ela está E-X-A-U-S-T-A. Passa a maior parte do seu tempo dormindo em pé e deitada. Está completamente entorpecida de doces e carnes, cigarro e instagram.

E por isso tudo, está indo embora. Antes que ela caia dura, morta no chão de tédio.

Dança e Debate

O festival começa com um longo debate sobre a humanidade e a nova realidade coletivamente criada. O debate começa de maneira espontânea, já virou a maneira correta de começar. Toda a dança de depois será baseada no clima da discussão. A cada festival, um tema chega intuitivamente. Alguém puxa alguma reflexão aleatória sobre o mundo e daí as ideias fluem livremente. Tudo facilitado de maneira autônoma, a roda facilita a si mesma. Já aconteceu do debate durar o festival inteiro, algumas pessoas mantendo o fogo central aceso e as ideias periféricas aquecidas. Quando se chega em reflexões por demais profundas, que normalmente vão de encontro com o acúmulo histórico de toda reflexão que já foi produzida anteriormente, em todos os tempos, em todos os lugares, é preciso ir pra pista.

Na pista, os espíritos auxiliam os rumos que as reflexões precisam tomar. Os aditivos psicodélicos permitem o contato com outras realidades, outras ideias, outras dimensões. Rituais nascem espontaneamente no transe induzido pelo trance e atinge-se uma clareza maior sobre aquilo que se está repensando e criando. Pede-se ajuda e dança-se para recebê-la. Aqui a facilitação é feita pelos xamãs, que se conectam com o invisível de maneira quase imperceptível mas vão a outros lugares, outros tempos, só pra retornar com algumas respostas que serão novamente debatidas. São muitos os que estão se descobrindo xamãs nessa linha tecnológica do trance. Nem sempre aquilo que é o indicado pelos espíritos é acolhido pelos homens, afinal, os homens são antes de tudo, livres. E este mundo que está sendo repensado é, antes de tudo, dos homens.

Um grupo que se reconhece com a mão no coração puxa essa função ritualística de criação nos festivais dando um sentido maior para o ato de debater e dançar ao mesmo tempo. A cada festival que invadem, outros se juntam a eles porque compreendem que aqui tem algo de especial, aqui alguma coisa está sendo construída de uma maneira nova. Eles são nômades tecnoxamãs, que se alimentam da inovadora experiência tribal proporcionada pela arte e tecnologia dos festivais de trance para inicialmente refletir e depois manipular as energias estagnadas da realité.

Durante os intervalos entre os festivais, eles escrevem suas percepções dessa nova forma sagrada de interagir com a tecnologia de maneira a criar uma nova realidade ou repensar a antiga. Eles aprendem muito nos processos de cura que acontecem na pista de dança e se apoiam mutuamente no registro daquilo que foi vivido. Todo o conteúdo produzido é sistematizado e assim serve de auxílio para futuros debates, embora nada seja nunca passível de cristalização, todas as ideias são repensadas o tempo todo. A maneira de pensar e de se comunicar é diferente, ela vem em fluxos e ciclos. Ela abraça as imperfeições humanas com amor e respeito às diferenças. Por horas ela não faz nenhum sentido, é daí que nascem as melhores ideias. O mais importante daquilo que é produzido são mesmo as perguntas que não se consegue responder.

O que é ser humano? O que vamos criar? Como vamos criar? Que conceitos precisam ser debatidos? Que conceitos precisam ser ressignificados? Quais são as ideias que nos foram roubadas? Que ideias vamos roubar? O que é roubo? O que não é aceitável? Existe certo e errado? O que é o corpo? O que é a mente? O que é o espírito? Qual a função do DJ? Onde está Deus? Quais são as forças opostas na dança? De onde vem a cura?

Elis

Ela respirou fundo, tomou coragem, marchou até a sala da sua chefe cubana e pediu demissão! Foda-se. Foda-se se ela não tem algo garantido ainda, foda-se se não sabe o que vai fazer da vida, foda-se se vai ficar sem dinheiro, foda-se se aquele emprego era uma boa oportunidade de ter uma vida normal e crescer na carreira. Foda-se.

Ela já não estava mais aguentando aquela monotonia diária. Elis está trabalhando há 6 meses como recepcionista de um SPA no hotel mais chique da América Latina. Um desses hotéis históricos, dos mais importantes. Aquele que todo mundo conhece, todo taxista sabe chegar sozinho, é o puro status trabalhar ali. No meio hoteleiro, ela pode até ser considerada bem sucedida só de entrar lá.

Mas trabalhar em um ambiente tão fino, tão 5 estrelas, é um pouco como voltar pra escola. Tem sempre alguém te falando alguma coisa que não está certa, alguma postura que não se pode ter, que o tom de voz está alto demais, essas risadas não são apropriadas, tira a mão da cintura menina. Aos poucos você vai se moldando para se tornar tão engessada quanto as esculturas nos corredores. Aquele clima de castelo antigo vai entrando pra dentro do corpo, que vai tomando uma forma antiquada mas muito bem treinada para sequer encostar na parede porque isso não é chique.

Ela sequer pode se sentar. Tem que passar 8 horas do seu dia em pé no aguardo de pessoas muito importantes virem ser massageadas. É um auê quando chegam “os importantes”. Diariamente recebe-se uma planilha dos VIPS, CEOs e presidentes, celebridades, princesas, delegações e lords que por ali se hospedam e até moram. Um lord inglês tem um quarto pra si e um pra sua cachorra há mais de 2 anos. É o homem mais chato de todos os 7 bilhões vivos no planeta.

Essas pessoas são todas um saco de lidar. Quando ela entrou pra trabalhar no hotel, em busca de uma vida um pouco mais estável, pensou que teria a oportunidade de conhecer pessoas muito interessantes. Em 6 meses, não conheceu uma pessoa sequer, não teve uma conversa de mais de 4 minutos de acordo com o protocolo que deve seguir em cada interação. Os VIPS sentem-se únicos e especiais e a tratam como uma mera subalterna desimportante, ali unicamente para servir-lhes a riqueza e o relaxar. Não existe um pingo de interesse em trocar.

E em 6 meses ela não aguenta mais a vida estável. Ela tem uma necessidade de respirar liberdade, de fazer suas escolhas, de mandar em si mesma. Antes desse emprego estava mochilando o Brasil, vivendo em comunidades tântricas e visitando santuários, fazendo retiros espirituais. E foi em um desses retiros que recebeu instruções claras para voltar pra sua casa de novo, onde ela precisava trabalhar algumas relações e sua capacidade de viver como todo mundo consegue viver – trabalhando um emprego durante 8 horas por dia. Ela nunca tinha tido essa experiência das 8 horas batendo ponto antes.

Em 6 meses, ela se sente secando por dentro. Sente que sua vida não tem valor. Que O-I-T-O horas do seu dia-a-dia não servem pra nada além de receber alguns meros milhares de reais ao fim do mês que ela acaba gastando para se sentir bem consigo mesma de alguma maneira depois. E, concluiu, que essa vida não é mesmo pra ela. Mas ela precisava ter a experiência para saber que aquilo não era ela, antes uma parte sua se culpava e se sentia incapaz perante o outro. Ela se sentia fraca por não conseguir viver da maneira que os outros conseguem. E agora ela se sente muito forte pelo mesmo motivo.

Os outros que estão malucos, que estão muito conformados, muito viciados nas atividades de sentir bem consigo mesmos depois do expediente. Os outros que tem expectativas baixas demais do que querem da vida. Os outros que estão satisfeitos demais com pouco. Claro que alguns podem estar satisfeitos, realizados, vivendo a missão divina trabalhando essa carga horária, não generalizemos. Mas a maioria certamente não se permite querer um pouco mais, está muito amedrontada, com medo do Temer, da crise, do “espectro do desemprego”. Vivemos tempos em que se não está acuado, és louco.

Bem, ela finalmente aceitou que é completamente louca. Ela já não vê TV, nem lê os jornais há muito tempo. Acredita que é tudo uma grande ficção criada para o controle das massas. Controle esse que vem principalmente pela separação (diferenças ameaçadoras) e o medo. E talvez seja por não se conectar com essa realidade fictícia que hoje acordou e decidiu assim mesmo mudar sua vida. Na verdade, voltar pra sua vida. Ela optou por confiar na abundância do universo, dos seus talentos, da sua energia e da sua sorte. Escolheu CONFIAR novamente que tudo vai dar certo. E se jogou no desconhecido renovada, com um enorme passo dado no sentido do seu autoconhecimento e amor por si mesma.

Há uns 2 meses que Elis estava pensando demais sobre o futuro. Ela planejava pedir demissão com um ano e tirar suas férias remuneradas. Ficava pensando o dia inteiro sobre o que faria, pra onde iria, quanto dinheiro teria acumulado até lá… Sua mente esquecendo-se do silêncio do presente e falando sem parar o dia inteiro sobre o distante futuro. Eis que, aconteceu a tomada de consciência: quando estamos pensando demais no futuro é porque tem alguma coisa errada com o nosso presente. Muito provavelmente estamos entediados com nossa vida. Ou seja, é preciso mudar imediatamente, não temos tempo a perder, a vida é um milagre maravilhoso, cada minuto conta! O tempo é o que temos de mais valor, nenhum minuto volta. Não deixemos nunca pra amanha o que deve ser feito no agora. É preciso dar sinais claros que se valoriza a vida e essa experiência para que o universo possa te presentear por merecimento, possa sentir à partir das suas ações que você está aqui pra ser feliz, não importa o que aconteça. Você não vai ficar aí reclamando da vida, fazendo todo dia a mesma coisa, paralisado pelo medo, esperando que uma grande aventura lhe seja apresentada, ou vai? Quem quer viver, corre atrás da vida.

E agora, seu presente ficou muito mais interessante, sua vida ficou muito mais maravilhosa. Ela está livre, no aberto dos possíveis. Enviando uns currículos, entrando em contato com algumas comunidades, conversando com uns amigos na Africa do Sul… Se abrindo pra ver o que o Universo lhe responde, com que experiências ele lhe presenteará, no agora.

FREEDOM!!! São milhares de estrelas no céu, de graça, todos os dias. Ao olhar pra elas pode-se botar a mão cintura, rir alto e se jogar no chão de tanta felicidade na simplicidade do viver o presente. Se não fosse o medo, o que você faria agora pra ser mais feliz hoje?