Preciso dar um tempo.

Tem algo que eu gostaria de esclarecer:

Eu não tenho nenhuma intenção de destruir nada e nem ninguém. É que às vezes eu destruo a mim mesma para tentar me proteger de invasões além dos meus limites. Eu não sou obrigada a mostrar meus segredos e o que tem dentro de mim pra ninguém não. Eu acho que todo muito já tem mais que informação suficiente para saber quem eu sou, independente das escuridões que me atravessam assim como atravessam todo mundo.

Eu sei que tem muita gente muito empolgada com o que estamos construindo nesses últimos dois anos. Mas a verdade é que eu tenho sido muito mais levada por uma corrente do que liderado um movimento enraizado. Sabe o que acontece quando as coisas não tem raiz? Qualquer ventinho que sopra, derruba.

Eu preciso dar um tempo disso tudo. Preciso cuidar de mim, do meu corpo, da minha mente, da minha vida financeira. Preciso de calma e tranquilidade para me recuperar desse processo que se continuar me levando junto dessa poderosa correnteza vai acabar me matando ou enlouquecendo.

Eu não sou contra absolutamente nenhuma prática espiritual mas como eu sempre digo: cada pessoa tem seu caminho. Experimentação é uma parte muito importante da vida. Tudo que eu sei, eu experimentei de alguma forma. E já experimentei algumas coisas que foram lindas no começo mas depois percebi que estavam me tirando do meu centro, da minha base e essência. Percebi intenções ocultas da minha parte ou do outro ao redor do que fazíamos e só optei por me afastar, sem diminuir o valor do que foi recebido ou aprendido. Vou levar comigo a experiência pra sempre. E quando eu experimento algo que vejo que não é pra mim, isso acaba fortalecendo a sabedoria de quem eu sou e do que é sim pra mim.

Mas algo que não é pra mim pode 100% ser pra outra pessoa e tá tudo certo. Eu jamais disse que eu era a rainha da verdade. Embora eu bata o pé que sou sim uma rainha – no sentido de ser soberana sobre mim mesma e não sobre mais ninguém, ok? Eu não tô aqui pra mandar em ninguém! Só estou tentando aos trancos e barrancos facilitar um processo que me pegou de assalto. Eu jamais podia imaginar que minha vida ia me levar por esse caminho. Me sinto meio presa em um processo que não estou amando não.

A pressa é sempre um erro estratégico. A pressa é a pior sensação que podemos colocar em cima de uma construção delicada, nova, que ainda não sabemos direito o que é. Eu preciso dar um tempo. Tá tudo muito caótico. Maravilhoso e macabro ao mesmo tempo.

Peço desculpas a todas as pessoas que tenho magoado ao permitir que certas energias me atravessem. E agradecer por todo apoio e ajuda que recebo. Tenho só a agradecer. E pedir por favor que não fiquem bravos comigo quando não consigo aceitar uma ajuda. Às vezes não me sinto pronta para receber algumas coisas. Não é que “não é bom suficiente pra mim”, é apenas que me assusta. Eu não sei qual o preço de determinadas ajudas. Às vezes as pessoas me ajudam e eu aceito e depois me cobram coisas sem que isso tenha ficado claro adiante. Saiba que quando eu não aceito uma ajuda não tem nada a ver com a pessoa que quer me ajudar, tem a ver com a minha dificuldade de confiar nas pessoas resultado de tanto trauma que já vivi nessa vida.

Às vezes eu me sinto quase forçada a aceitar uma ajuda e isso me deixa nervosa. É claro que eu quero ser ajudada! Mas com limites. Tem coisas que eu quero fazer por mim mesma também. Tem coisas que eu não me sinto pronta pra aceitar. E isso não significa que eu nunca vou aceitar mas que nesse exato momento preciso elencar outras prioridades primeiro.

Sobre o Mooji: só agradeço. Mas estou há dois anos em uma profunda iniciação sobre dar valor ao que tem dentro de mim e é isso que quero fazer agora. Estou ouvindo a mim mesma nessa.

Estou bastante cansada. Se você quer me ajudar: me dá espaço.

Obrigada,

Livia

 

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